Atualizado em 16 de julho de 2020
Nós, brasileiros, estamos cercados por países encantadores, que revelam um pouco mais da beleza do mundo. Planejar uma viagem à Bolívia é garantia de suspiros, paisagens surreais e riqueza de cultura e costumes: tradições ancestrais estão em cada canto das cidades.
Aqui, você conhece imensos desertos como o Salar de Uyuni, a Cordilheira dos Andes e, também, a imensa floresta amazônica. Isso sem mencionar o gigantesco Titicaca, lago navegável mais alto do planeta.
Em todas as direções, as paisagens são mescladas à história de exploração mineral, à gastronomia local e às cores da região. O resultado é uma viagem à Bolívia que você não irá esquecer.
Informações essenciais para sua viagem à Bolívia
Visto
Brasileiros não precisam de visto para entrar no país e o tempo de permanência é de até 90 dias.
Documentos
Brasileiros podem apresentar o passaporte ou a carteira de identidade, desde que ela esteja em bom estado de conservação e que tenha sido emitida há, pelo menos, dez anos. Certidão de nascimento, carteira de habilitação e qualquer outro documento, mesmo com foto, serão recusados.
O seguro viagem não é obrigatório, mas sempre recomendado. Se você tem um plano de saúde no Brasil, mas ele não cobre gastos médicos no exterior, é importante contar com um seguro de viagem que cubra eventuais gastos de saúde durante sua viagem à Bolívia.
Vacinas
A vacinação contra a febre amarela é obrigatória. Em alguns postos de entrada do país você terá que apresentar o Comprovante Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP).
Para conseguir o comprovante é preciso ir a um dos pontos de atendimento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda no Brasil, depois de ter sido vacinado. Para saber mais, leia: Como solicitar o certificado de vacinação.
Eu também aconselho você a se informar no site do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia com antecedência. As exigências podem mudar e é bom evitar transtornos.
Dinheiro
O boliviano, representado pela sigla BOB, é a moeda local. Para sua viagem à Bolívia, você pode levar real ou dólar e trocar nas casas de câmbio.
Veja mais informações em: Dinheiro na Bolívia: câmbio, saques e cuidados.
Fuso horário
Na Bolívia, o fuso horário é uma hora a menos em relação ao horário oficial de Brasília. Essa diferença aumenta para duas horas durante o horário de verão.
Língua
A Bolívia tem mais de dez idiomas oficiais, incluindo o castelhano e o espanhol. O governo reconhece todas as línguas das nações e povos indígenas como oficiais, e mais da metade da população fala algum dialeto indígena. Com o rico passado do país, seria impossível não considerar.
Brasileiros conseguem se virar com um bom portunhol na maioria das regiões. O povo boliviano é muito prestativo, mas há regiões onde a comunicação fica mais difícil.
Clima
Antes da sua viagem à Bolívia é preciso entender um pouco o clima do país. Aqui, existem diferentes zonas climáticas. É possível passar dias no quente e úmido clima tropical da floresta amazônica e também viver o temperado dos vales. Além disso, nos altiplanos andinos o clima é extremamente frio.
Essa variação de temperatura se dá por causa do relevo e do volume de chuvas de cada região. La Paz, por exemplo, tem temperatura média de oito graus. Enquanto isso, em Santa Cruz de la Sierra, a média é de 26.
O verão, entre novembro e março, é a estação mais quente e úmida. Entre abril e outubro, inverno do país, os dias são frios e secos.
O altiplano boliviano está entre três mil e 4.500 metros de altitude. Com isso, o clima é frio e semiárido. Há pouca chuva e muito vento durante o ano. Aqui, as temperaturas máximas variam entre 15 e 22 graus. É nessa região que estão o Lago Titicaca e o Salar de Uyuni.
Na área da Cordilheira dos Andes, a altitude varia de mil a 3.500 metros. Aqui, o clima é semitropical. O período chuvoso vai de novembro a março, e as chuvas são mais intensas.
Segurança e Saúde
Saúde
Apenas a vacina contra febre amarela é obrigatória, mas o governo brasileiro orienta que, antes da sua viagem à Bolívia, você seja vacinado contra tétano, difteria, hepatite A, sarampo, caxumba e rubéola.
De forma geral, não é aconselhável consumir alimentos de vendedores ambulantes. Isso porque os bolivianos têm hábitos diferentes dos nossos: é comum encontrar restaurantes e lanchonetes onde os atendentes recebem o dinheiro e pegam os alimentos com a mesma mão.
Evite alimentos crus, prefira frutas que você possa descascar e beba sempre água mineral de garrafinha. Ah, tenha o cuidado de verificar se ela está lacrada.
Devido às diferenças de altitude, é importante se atentar às baixas pressões atmosféricas. La Paz, por exemplo, está a 3.640 metros acima do nível do mar. Enquanto Potosí está a 3.967. Isso contribui para o conhecido mal de altitude.
Normalmente, você pode sentir dor de cabeça, enjoo, cansaço excessivo e mal-estar. Todos reflexos da dificuldade que seu organismo tem para absorver o oxigênio necessário.
Mascar folhas de coca é bastante eficaz contra o mal de altitude. No entanto, o uso do chá pode ser mais saboroso. Minha dica é tomar pela manhã o Soroche, um comprimido que é vendido livremente em farmácias. Ele ajuda muito no combate aos sintomas.
Segurança
Antes da sua viagem à Bolívia já lhe adianto que, os cuidados que você deve ter no país são os mesmo que você teria em qualquer grande cidade brasileira.
O maior problema que afeta os turistas aqui é o furto. Este é o crime cometido pelos batedores de carteira e saqueadores de malas. Por isso, é muito importante não deixar sua bagagem desacompanhada.
Também é aconselhado evitar ostentar objetos de valor na rua. O assalto a mão armada no país é incomum, e quase nunca é relatado por turistas que buscam as autoridades.
Terrorismo
Ameaças de ataques terroristas são praticamente inexistentes no país.
Drogas
Na Bolívia, posse de maconha é ilegal. O governo não pretende descriminalizar o uso, nem mesmo em casos medicinais. Por mais que muitas pessoas façam uso da erva no país, se você for flagrado por um policial, terá que pagar uma multa e pode até ser preso.
Vida gay
Em 2017 o Tribunal Constitucional da Bolívia declarou ilegal o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A união tinha sido aprovada em maio de 2016. Não há punição por ser homossexual e o governo tem leis contra a discriminação.
Ainda assim, não é comum ver casais de pessoas do mesmo sexo de mãos dadas ou demonstrando carinho em público.
Comida
Durante sua viagem à Bolívia, será fácil perceber como a culinária mantém viva a história do lugar. Eu já expliquei que as comidas de rua não são muito aconselhadas a entrar no seu cardápio. Ainda assim, às vezes é preciso fazer uma exceção. Afinal, é um desperdício viajar e não comer à maneira da população local. Só é preciso estar mais consciente de suas escolhas aqui.
O frango – pollo, em castelhano – está sempre à mesa por aqui, mas a culinária boliviana é bem mais do que isso. Quando comi um buffet de comidas típicas, pude provar muitos sabores da região. Arroz com queijo, arroz primavera, mandioca frita, banana frita, um tipo de batata chamado chuño, ovos fritos e salada. Isso tudo além do majadito de charque, um cozido de arroz com carne seca. O prato é tradicional de Santa Cruz de la Sierra.
A principal refeição do boliviano é o almoço. Normalmente é composto de sopa, um prato principal e uma sobremesa. O elemento mais importante na gastronomia local é a batata.
Hospedagem
Um país rico em lugares surreais como a Bolívia tem muitas áreas para explorar. Isso faz com que a sua hospedagem dependa de onde você vai ficar.
Para quem vai visitar o maior deserto de sal do mundo, precisa saber onde se hospedar em Uyuni. Esta não é uma tarefa difícil, já que a cidade é simples e a comunidade vive da extração do sal e do artesanato.
Entender a lógica na hora de se hospedar em Santa Cruz de la Sierra também é importante. Esta é a segunda maior cidade da Bolívia. A economia da região é crescente e as opções são muitas.
Energia elétrica
A energia que chega às residências da Bolívia é 220 volts. Em alguns lugares de La Paz também se utiliza 110 volts. As tomadas seguem o padrão de dois pinos chatos. Isso quer dizer que, levando eletrônicos do Brasil, é importante ter um adaptador durante sua viagem à Bolívia.
Internet
A maioria dos lugares, como hotéis, cafés e restaurantes, tem internet sem fio disponível para uso, o que é muito cômodo.
Transporte público
Aeroportos
As principais companhias aéreas que operam no país são Boliviana de Aviación (Boa), Transporte Aéreo Militar (TAM), Aerocon e Amaszonas. A Latam e a Gol têm voos para Santa Cruz de la Sierra e La Paz.
O Aeroporto Internacional de El Alto (LPB), inaugurado em 18 de junho de 1965, atende à capital boliviana, La Paz, e é um dos mais importantes do país. Esse aeroporto concentra boa parte dos voos domésticos e também opera destinos internacionais.
O Aeroporto Internacional Viru Viru (VVI) serve à cidade de Santa Cruz de la Sierra e é o principal terminal aéreo da Bolívia. Nele, operam voos domésticos e internacionais para destinos na América do Sul, além dos Estados Unidos e da Espanha, por exemplo.
Ônibus
Viajar de ônibus pela Bolívia é muito mais seguro e confortável do que há poucos anos. Com serviços mais profissionais e rodovias bem cuidadas, este se tornou o meio de transporte mais procurado. Principalmente por quem quer economizar um pouco.
Ainda assim, você logo irá perceber que não é nada fácil comprar passagens de ônibus com antecedência. Nem todas as empresas estão na internet e mesmo as que estão, nem sempre aceitam cartão de crédito.
As principais empresas são a Trans Copacabana, Panasur e Trans Omar. Eu sugiro que você evite as empresas Panamericana, Urus, Expresso Santa Cruz e Emperador.
Trem
Durante sua viagem, você irá ouvir falar bastante no Trem da Morte. Essa linha liga Puerto Quijarro a Santa Cruz de la Sierra e representa o verdadeiro estilo mochileiro de viajar. Veja mais em: Bolívia: como é a viagem no Trem da Morte.
Do Brasil a Bolívia existe três rotas ferroviárias. O mais barato é o Regional, que demora cerca de 20 horas até Santa Cruz. No Expresso Oriental esse trajeto é feito em 17 horas, enquanto no Ferrobus, o mais caro, demora menos de 14 horas.

Foto: Gledson Raymundo
Transporte público
O transporte público no país não é dos melhores. A melhor opção para se deslocar acaba sendo táxi e carro de aplicativo.
Nas cidades, os táxis são extremamente precários. São velhos, mal conservados e guiados por motoristas despreparados. A única coisa boa é que são baratos.
Como na maioria das cidades não há empresas de táxi, então o jeito é ir para a rua e chamar o que passar primeiro. Eu aconselho você a negociar bem o preço antes da partida. Muitos carros não têm taxímetro e muitos motoristas tentam dar golpes em turistas.
Aluguel de carro
Entrar dirigindo por uma das rodovias da Bolívia é complicado e muitas vezes desaconselhável. Mas, se o seu espírito aventureiro falar mais alto – como quase sempre acontece –, é importante saber que você vai precisar ter cuidados especiais ao cruzar a fronteira.
É importante saber que, para entrar no território boliviano, é preciso ter em mãos a Declaración Jurada de Ingreso y Salida de Vehículos de Uso Privado, emitida pela Aduana Nacional da Bolívia, geralmente encontrada nos principais postos de fronteira.
Muitos brasileiros ignoram essa exigência. Caso você seja parado pela fiscalização, o veículo será apreendido sob acusação de entrar ilegalmente com carro no país.
Eu explico isso com detalhes em: Bolívia de carro: tudo o que você precisa saber.
Veja mais sobre a Bolívia
Ficou Ficou mais fácul planejar sua viagem à Bolívia? Se tiver alguma dúvida, deixe sua pergunta nos comentários que eu respondo e aproveite para ver mais dicas da Bolívia.
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6 Comentários
Estou a caminho da Bolivia nos próximos dias e, sem dúvida, o seu blog contém mais informações que todos os outros que li. Obrigadíssima por dividir suas experiências!
Obrigado, Valeria.
Sou apaixonado pela Bolívia. Há tanto para descobrir aqui.
Aproveite!
No aeroporto da Bolívia eles costumam pedir a passagem de volta para os brasileiros? Comprei uma passagem de avião só de ida e irei voltar de ônibus por outros países. Estou com medo que de algum problema. Sabe me informar? Obrigada.
Oi, Leticia.
Raramente, mas se acontecer é só você explicar não terá problema.
A imigração lá não é tão rígida assim.
Um abraço.
Estava procurando o destino da minha próxima viagem e fiquei apaixonado pela Bolívia, especialmente por Santa Cruz de La Sierra. Vendo vários artigos p/ me antenar e precaver antes de finalmente ir viajar.
Parabéns pelo blog, Altier. Também sou jornalista e a qualidade dos artigos é ótimo, além do conteúdo ser excelente.
Que bacana, Igor.
Eu sou apaixonado pela Bolívia.
Paisagens lindas, gente acolhedora e tudo muito barato. 😉
Se precisar de ajudar com alguma coisa, avise.
Um abraço.