Atualizado em 5 de julho de 2020
Quem ainda não pensou na primeira viagem pós-pandemia, que atire a primeira pedra. Depois de alguns meses trancados em casa, vivendo de saudosismo e de postar #tbt, não é feio assumir que estamos ansiosos para voltar a viajar. Mas, quando isso será possível?
O que todo mundo quer saber neste momento é quando a pandemia de Convid-19 vai acabar. A doença mudou os hábitos do mundo inteiro e está impedindo milhões de viajantes de saírem de casa.
Claro que a gente entende que as medidas orientadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) são extremamente necessárias, e que agora é hora de ficar em casa. Afinal de contas, foram as viagens que ajudaram a espalhar o vírus ao redor do mundo e, portanto, suspender a circulação de pessoas é uma decisão óbvia para tentar conter o avanço da doença.
É hora de voltar?
No Brasil, já são mais de três meses de aeroportos vazios, hotéis fechados e atrações turísticas abandonadas.
Aos poucos, vemos tentativas de retomar as atividades econômicas – comércio e serviços, principalmente – mas, não são raros os casos de retrocesso. Isso aconteceu em Belo Horizonte, que voltou a fechar o comércio devido ao aumento dos casos de Covid-19.
Em alguns países a quarentena até funcionou bem, mas ainda é cedo para dizer que um território está livre da doença. Como é o caso da, Nova Zelândia que segue registrado novos casos, mesmo depois de afirmar ter zerado as infecções por coronavírus e retomado à normalidade, no começo de junho.
Com isso você já consegue imaginar que qualquer viagem pós-pandemia não será como antes, certo?
Eu vou explicar melhor algumas mudanças já anunciadas e quais impactos elas terão na nossa vida e no nosso bolso.
Preços das passagens aéreas
As companhias aéreas foram grandemente afetadas pela suspensão das viagens, chegando a cancelar 90% de seus voos em alguns aeroportos. Sem um horizonte de recuperação, as aéreas já anunciaram prejuízo superior a R$ 200 bilhões no segundo trimestre.
Isso significa que, além de terem que renegociar dívidas, cortar custos e reduzir equipes, as empresas aéreas precisaram se adequar aos novos protocolos de viagem pós-pandemia.
No mundo corporativo, qualquer mudança ou ajuste requer investimentos e isso vai desde a compra dos EPIs (equipamentos de proteção individual), como álcool em gel e máscaras, por exemplo, até o treinamento de funcionários em todos os níveis de atendimento: nos escritórios, nos aeroportos e nas aeronaves.
Se há impacto financeiro, as empresas precisam recuperar isso de alguma forma, certo? O Governo chegou a anunciar que vai virar sócio de empresas aéreas para ajudar na crise do coronavírus, mas é inevitável que esse rombo não tenha reflexos no nosso bolso.
Então, um dos impactos imediatos que iremos sentir será o aumento no preço das passagens, tanto aqui no Brasil, quanto para o exterior. Isso se dará, também, porque o número de voos seguirá reduzido por um tempo que ninguém sabe quanto vai durar. Com pouca oferta, o mercado reage elevando os preços.
Dólar e euro nas alturas
Quem prefere viajar para o exterior tem outro grande problema: a alta absurda do dólar e do euro. No exato momento que escrevo este artigo, a moeda americana custa R$ 5,31. A cotação mais alta registrada na pandemia foi de R$ 5,83.
Infelizmente, as notícias de recuperação do real não são positivas.
É que a nossa moeda já vinha tendo um desempenho fraco no mercado internacional e isso se agravou com a pandemia: o real é a segunda moeda que mais perdeu valor neste ano. O nosso desempenho só não é pior que o bolívar, da Venezuela.
Então, é melhor se acostumar com dólar e euro nas alturas, porque dificilmente veremos cotações abaixo dos R$ 4 – que eu já acho caríssimo.
Pacotes muito baratos
Algumas empresas têm lançado pacotes e passagens aéreas com preços realmente muito tentadores. São viagens para destinos caros como Japão, Aruba e Las Vegas, por exemplo, anunciadas para 2021 com pagamento parcelado em parcelas fixas.
Anúncios que a gente não via quando a economia estava mais forte, quando não havia uma crise sanitária e econômica instalada, resolveram encher nossas redes sociais da noite para o dia.
Eu não seria leviano em afirmar qualquer coisa sobre as empresas envolvidas nessas promoções. O meu alerta é no sentido de lhe fazer entender que viagem é um investimento. E, em muitos casos, pode ser um investimento de risco.
De hoje para amanhã uma companhia aérea pode parar de voar, o hotel pode fechar as portas, o destino pode passar a exigir visto ou outro documento que antes não era necessário. Enfim, há inúmeros riscos que você deve administrar, mas o maior deles é entender como a pandemia vai se comportar nos próximos meses.
Eu, com toda sinceridade, não planejaria nada sem ter segurança, e, nesse caso, a maior segurança que podemos ter é a vacina contra o novo coronavírus, anunciada com entusiamo para o começo de 2021.
Hotéis e atrações turísticas
Muitas mudanças ainda devem ser anunciadas nos próximos meses, mas o que já sabemos é que hotéis vão operar com capacidade reduzida por um bom tempo. Isso será necessário para manter o distanciamento social.
Outras mudanças já foram anunciadas na limpeza dos quartos, dos ambientes comuns, na cozinha e até no uso da piscina, por exemplo.
Parques, monumentos, museus e outras atrações turísticas devem criar seus protocolos de acordo com as orientações da OMS, mas o que já vemos é a necessidade de agendamento antecipado pela internet – o que acaba com as filas gigantescas, muito comuns em lugares mais famosos e, provavelmente, com a superlotação de áreas de interessa ambiental.
Neste aspecto, as mudanças deverão ser muito positivas, mas ainda é cedo para afirmar qualquer coisa, já que cada país deve seguir uma tendência mais ou menos flexibilizada.
Fronteiras fechadas
Outra situação chata, mas que será nossa realidade por um bom tempo é o fechamento das fronteiras para brasileiros.
Como o Brasil é um dos países que mais registra casos de Covid-19, e, pelo que tudo indica, a situação ainda está longe de ser controlada, muitos países já declararam que não vão permitir a entrada de brasileiros até que isso se reverta.
Isso já foi oficialmente anunciado pelos países da União Europeia, pelos Estados Unidos e até por vizinhos aqui da América do Sul.
Viagem pós-pandemia é no Brasil
A solução, então é priorizar viagens dentro do Brasil e, neste ponto, a gente não pode reclamar, porque nosso país é rico, lindo e ainda muito pouco explorado turisticamente.
Veja algumas ideias para sua viagem pós-pandemia:
- Fazer roteiros curtos dentro do estado onde mora;
- Viajar de carro para conhecer as capitais e seus arredores;
- Viajar de ônibus para economizar na passagem – viagens noturnas são ótimas;
- Aproveitar as diferenças climáticas para curtir as praias do Nordeste;
- Descobrir um pouco mais da História do Brasil visitando cidades antigas;
- Desbravar a riqueza natural do Centro-Oeste e do Norte;
- Conhecer povos tradicionais e se enriquecer da cultura do seu país;
- Aproveitar destinos de luxo no Brasil – quem disse que só tem no exterior?
- Traçar a meta de visitar todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.
Viu como nem tudo está perdido? O que a gente precisa agora é estar bem, saudável e aproveitar para planejar as próximas viagens. Que serão muitas.