Nas ruas de Havana, tudo nos lembra a Revolução Cubana e seus personagens. Mas, para conhecer um pouco mais do legado de um dos maiores ícones da história recente de Cuba, eu sugiro que você visite alguns lugares onde morou e trabalhou Che Guevara em Havana.
Apesar de ter nascido na Argentina, Ernesto Guevara de la Serna se tornou um dos maiores ícones da Revolução Cubana, que tomou o país em 1959 e, até hoje, está no poder.
Sem fazer julgamentos do quanto a Revolução foi boa ou ruim para Cuba, o fato é que a história desse homem se traduz na capacidade que ele teve de perseguir seus ideais.
Che foi um incentivador do protagonismo latino-americano. E ele pagou com sua própria vida: foi morto na Bolívia, depois de ter sido caçado mundo afora.
Para você ter uma ideia, ele é tão venerado pelos cubanos, que, por todo lado, há fotos, memoriais e cartazes de Che Guevara em Havana.
Em 1968, o governo imprimiu e distribuiu gratuitamente exemplares do Diário de Che na Bolívia.
Ainda hoje, ele estampa notas de dinheiro, está nas lembrancinhas de viagem e o principal ponto turístico da cidade é a praça onde está um imenso painel com sua imagem.
Neste artigo, eu vou explicar sobre:
Che Guevara em Havana
Como você já percebeu, Havana está impregnada com a imagem de Che. Nos mapa abaixo, você pode ver os lugares que sugiro visitar para saber mais sobre o médico revolucionário.
Casa de Che
Quando chegou a Havana, Che precisava de um lugar para morar e concluir seu plano de conquistar a cidade.
Como boa parte dos membros do governo tinha fugido, algumas residências oficias estavam vazias. Foi na casa do ex-comandante do exército que o revolucionário barbudo e seus companheiros se hospedaram e viveram até 1959.
Depois da Revolução, a Casa ficou fechada até 1970, quando passou a funcionar como faculdade. Bem mais tarde, em 2006, ela foi restaurada e reinaugurada como Museu.
Embora existam alguns móveis e objetos na casa, nenhum deles é original. Foi isso que o responsável pela venda dos ingressos me informou.
De qualquer forma, você pode tirar algumas fotos e seguir conhecendo os passos de Che Guevara em Havana.
A entrada custa CUP 150. As visitas podem ser feitas, diariamente, das 10h às 18h.
Fortaleza de San Carlos de La Cabaña
Esta é a maior fortaleza da América Latina, reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco. A construção ocupa um dos lados da entrada do canal para a Baía de Havana e de longe você percebe sua imponência.
Grandiosa, é caminhando aqui dentro que a gente visita o escritório de onde Che Guevara comandou parte das tropas cubanas por algum tempo.
Depois da tomada do poder, Che acompanhou, pessoalmente, o fuzilamento daqueles que representavam uma ameaça aos ideais defendidos por seu líder, Fidel Castro.
Em sua maioria, eles eram partidários do ex-ditador Fulgêncio Batista, que tinham sido condenados, à revelia, por crimes de guerra.
Hoje, no prédio do antigo escritório, funciona um museu com documentos e objetos, fotos e documentos do revolucionário mais amado de Cuba.
Um item bem curioso é a cópia do passaporte de Che Guevara disfarçado de Ramón Benítez Hernández. Ele usou o documento para entrar na Bolívia, em 1966, sem ser capturado.
Praça da Revolução
Uma das maiores do mundo, com 72.000 metros quadrados, a Praça da Revolução é, sem dúvida, um lugar de grande importância histórica.
Nela, eventos já chegaram a reunir um milhão de pessoas, o que equivale a dez por cento da população cubana, como aconteceu quando o Papa João Paulo II esteve no país.
Atualmente, os arredores da praça são ocupados por prédios do governo e do Partido Comunista cubano.
Na fachada da sede do Ministério das Comunicações, está a emblemática escultura de ferro com o rosto de Che Guevara acompanhada da frase Hasta la Victoria Siempre – rumo à vitória sempre, em português.
O mural foi inspirado na famosa foto de Che feita, em 1960, pelo fotógrafo Alberto Korda.
Dizem que, ainda hoje, permanece intacto o gabinete que Guevara ocupou dentro do prédio, mas ele não é aberto à visitação. Para saber mais, leia: Praça da Revolução, o cartão-postal de Havana.
Os restos mortais de Che Guevara estão no Mausoléu Guevara, que fica na cidade de Santa Clara. Eles foram levados para lá, em 1997, depois de serem encontrados em escavações na Bolívia.
A visita à praça é gratuita. Para conhecer o interior do Memorial José Marti e subir no elevador é preciso pagar CUP 120.
Museu da Revolução
O acervo do Museo de la Revolución é vasto e cheio de objetos, fotos e documentos que contam a história da Revolução Cubana e de seus participantes, entre eles, Fidel Castro, seu irmão Raul, Che Guevara e Camilo Cienfuegos.
São três andares com exposições bem interessantes. Para aproveitar melhor a visita, eu sugiro que você destine, pelo menos, duas horas para conhecer o Museu. Entender esse momento histórico da vida de Cuba será indispensável para sua viagem.
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