A capital da Polônia tem muita história para contar. Por onde a gente passa, é fácil ver monumentos e prédios históricos, mas, para entender a vida da cidade, não há nada melhor que visitar os museus de Varsóvia.
Para quem gosta de entender o lugar que está visitando e, claro, para os amantes de arte e cultura de uma forma geral, Varsóvia é uma bela surpresa.
E isso inclui o investimento e o cuidado que os museus recebem: como é bom ver que um país valoriza suas relíquias, não é mesmo?
Neste artigo, eu vou explicar sobre:
Museus de Varsóvia
É verdade que as opções são muitas, mas os principais museus – e imperdíveis – são estes:
Nos próximos anos, deve ser inaugurado o Museu do Gueto de Varsóvia, mas, por enquanto, o melhor lugar para saber sobre o Gueto é o Museu do Levante de Varsóvia.
Museu Nacional de Varsóvia
Para quem gosta de coleções de arte, o Museu Nacional de Varsósia é um bom lugar para começar esse roteiro.
No Museu, estão mais de 780 mil peças incluindo pinturas, esculturas e dezenas de gravuras de uma antiga catedral descoberta pelo arqueólogo polonês, Kazimierz Michałowsk, na cidade de Faras onde, atualmente, fica o Sudão.
O antigo templo, erguido entre os séculos 8 e 14, foi, em parte, reconstruído dentro do museu.
Caminhar por seus corredores, contemplar o altar e as primeiras imagens sagradas dos cristãos do norte da África é precioso.
Na seção de arte clássica, eu achei impressionante o tamanho das telas. E, na área destinada à arte sacra, as expressões e os detalhes das imagens vão chamar sua atenção.
As visitas ao Museu Nacional de Varsóvia acontecem de terça a domingo, das 10h às 16h. Nas segundas, o museu fecha para manutenção.
A entrada custa PLN 20 e estudantes pagam PLN 15. O passeio guiado custa PLN 180, mas não há opção em português.
Palácio da Cultura e Ciência
Esse belo prédio, que contrasta com a arquitetura da moderna Varsóvia, é o centro de muitas polêmicas.
Construído durante o período comunista, como imposição do governo soviético, ele foi estabelecido muito mais como um marco do governo stalinista do que qualquer outra coisa.
Na incrível fachada do prédio está uma prova das controversas que essa faraônica obra causou: a escultura de um operário carregando um livro com os nomes de Marx, Engels e Lenin tinha ainda gravado o nome de Stalin, mas ele foi coberto com argamassa depois de inúmeros protestos.
Felizmente, hoje, o prédio é um empolgante centro de artes e cultura com dezenas de opções de entretenimento para moradores e visitantes, incluindo o Museu da Tecnologia e da Indústria – Muzeum Techniki i Przemysłu, em polonês.
Eu visitei uma pequena exposição sobre dinossauros, na área de História Natural do complexo. Mas, aqui há ainda auditórios, teatros e, do alto da torre, uma vista impecável da cidade e de seus arredores.
As visitas acontecem de terça a sexta, das 9h às 18h, e nos sábados e domingos, das 10h às 18h. Os museus fecham nas segundas-feiras, e a entrada no Museu de Tecnologia e da Indústria custa PLN 25.
Museu dos Judeus Poloneses
Eu já expliquei que a Polônia é um dos países que mais abrigavam judeus antes da Segunda Guerra Mundial. Mas, o que esse museu conta é toda a história que começa muito antes disso.
As ilustrações, fotografias, obras de arte e tudo o que está dentro desse gigantesco espaço lembra, desde a chegada dos primeiros judeus às terras polonesas – ainda no período medieval –, até os dias atuais.
O Polin: Museu da História dos Judeus Poloneses – como é oficialmente chamado – fica no antigo coração da comunidade judaica, exatamente na área onde os nazistas construíram o Gueto de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial.
Se o museu já impressiona do lado de fora, dentro a gente fica deslumbrado com a forma que ele foi pensado e organizado.
São três andares de exposições, incluindo uma réplica perfeita da antiga Sinagoga de Gwoździec, que ficava na Ucrânia e que foi incendiada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
O projeto de reconstrução dessa maravilhosa obra de arte envolveu artistas renomados e estudantes de várias cidades do país. Isso funcionou como um processo de imersão na cultura judaica. Hoje, eu e você podemos visitar o resultado dessa empreitada.
As visitas ao Polin acontecem nas segundas, sábados e domingos, das 10h às 18h, e nas quartas, quintas e sextas, das 10h às 16h. O museu fecha nas terças para manutenção.
A entrada custa PLN 27, e para usar o serviço de audioguia é preciso pagar mais PLN 10, mas não há opção em português. Exibições temporárias são cobradas separadamente.
No último andar, há um restaurante que serve pratos judaicos e poloneses.
Museu do Levante de Varsóvia
Criado pelos nazistas, em 1940, o Gueto de Varsóvia chegou ter a maior concentração de judeus marginalizados de todo o período da Segunda Guerra.
Em seu auge, quase 400 mil pessoas em condições precárias viviam amontoadas dentro dos muros, em meio a doenças e uma sujeira sem fim.
Uma grande parte dessa terrível história é contada no Museu do Levante de Varsóvia.
Em três andares, ele exibe um incrível acervo sobre esse período histórico, incluindo a recriação de ambientes do Gueto, relatos e histórias de sobreviventes e um vídeo em 3D, que mostra como a cidade ficou devastada depois da guerra.
Eu explico melhor essa história em: A triste memória do Gueto de Varsóvia.
Visitar esses corredores requer tempo e uma preparação.
Isso porque, não é fácil segurar a emoção diante de tanta brutalidade que vemos estampadas em fotografias, vídeos e nos objetos de pessoas, como eu e você, que nada tinham a ver com a motivação diabólica de Adolf Hitler.
O Museu do Levante abre todos os dias – exceto nas terças -, das 10h às 18h e a entrada custa PLN 25.
Planeje sua viagem
Quando ir
O verão na Polônia é bem curto, já o inverno é longo e muito frio. Os meses mais gelados vão de outubro a abril, quando os termômetros marcam temperaturas abaixo de zero. Entre maio e setembro, os dias tendem a ser mais ensolarados, com temperaturas variando entre 20 e 27 graus. O mês mais quente é julho, e o mais frio é janeiro, com temperaturas chegando a menos cinco
GRAUS.
Como chegar
O Aeroporto Frederic Chopin (WAW), em Varsóvia, é o mais importante da Polônia. Aqui, chegam voos nacionais e internacionais, mas não há voo direto do Brasil para o país. Veja mais informações em: Voos para a Polônia: companhias aéreas e aeroportos.
Excelente, Altier!
Obrigado, Erika.
Um abraço.
Valeu meu camarada pelo relato, muito produtivo, instrutivo. Vou em março e passaria um dia, depois do que vi vou ficar dois. Fique com Deus, abraços e boas viagens!
Aproveite, Carlos.