Atualizado em 2 de fevereiro de 2022
O maior símbolo do Holocausto e o mais horrível campo de concentração e de extermínio nazista de todos os tempos é, desde 1955, um imenso museu. Mas, como você pode imaginar, visitar Auschwitz-Birkenau não é fácil.
A cada passo que damos dentro de seus muros, a cruel realidade dos tempos sombrios de perseguição aos judeus e a outras minorias parece esmagar com a mão algo dentro do nosso peito.
Só que, mesmo sendo doloroso, visitar Auschwitz-Birkenau é um incentivo para que a gente não perca a esperança de construir um mundo mais tolerante.
Reconhecido como Patrimônio da Humanidade, o que restou dos inúmeros barracões e da câmara de gás está protegido e disponível para visitação o ano inteiro: para qualquer viajante que gosta de história e de entender a realidade dos lugares, visitar Auschwitz-Birkenau é indispensável.
Principalmente, porque a Polônia foi o país que mais sofreu com a Segunda Guerra e ignorar isso é impossível durante uma viagem.
Os campos de Auschwitz
O nome Auschwitz foi usado pelos nazistas para identificar um conjunto de campos de concentração e de extermínio construídos, a partir de 1940.
Eles ficam na pequena cidade de Oświęcim, a 67 quilômetros de Cracóvia, na Polônia.
Durante todo o período da Segunda Guerra Mundial, foram erguidos três campos nesse modelo: Auschwitz, Auschwitz-Birkenau e Auschwitz-Monowitz.
O primeiro – que ficou conhecido como Auschwitz I – também foi transformado em museu. Uma visita a ele é essencial para entender melhor toda essa história. Então, eu sugiro que você leia: Como é visitar Auschwitz.
Apesar do nome Auschwitz ser usado de forma genérica por nós viajantes, o maior e mais terrível de todos os campos de concentração se chamava Auschwitz-Birkenau.
Nele, cerca 1,1 milhão de pessoas morreram, quase todos judeus de vários países da Europa.
Deportados de suas cidades originais, os prisioneiros tinham seus destinos definidos ainda na estação de trem, onde chegavam vagões lotados: muitos passageiros eram idosos e crianças, que jamais poderiam imaginar o que estava acontecendo.
Depois de descerem do trem, separados em filas, homens e mulheres eram rapidamente avaliados. Aqueles que eram considerados aptos para o trabalho, ganhavam mais alguns dias de vida – se -se é que podemos chamar isso de vida – servindo o comando nazista.
Os inúteis – quase sempre mulheres, idosos, crianças e deficientes – eram enviados diretamente para a câmara de gás, onde morriam sufocados pelo ar contaminado com uma substância venenosa.
A visita aos barracões
Diferentemente de Auschwitz I, em Auschwitz-Birkenau todos os prédios tinham apenas um andar.
Boa parte deles era de alvenaria, mas, como o volume de prisioneiros crescia a cada dia e a matéria-prima era escassa, os nazistas começaram a construir barracões de madeira.
Neles, centenas de judeus e ciganos – em sua maioria – eram confinados e tratados de forma desumana: o chão era de terra batida, não existiam janelas nem isolamento térmico e não havia banheiros.
Você consegue imaginar como era isso no inverno polonês, quando as temperaturas podem chegar a -20 graus?
Além disso tudo, cada barracão acomodava cerca de 40 beliches onde se espremiam mais de 500 pessoas.
Em Auschwitz-Birkenau a estratégia de humilhar as raças não alemãs alcançou seu auge – o que mancharia a história da humanidade para sempre.
Depois de terem todos os pelos do corpo raspados, de perderem seus próprios nomes e de serem obrigados a usar um uniformes listrados com uma identificação no peito – como a estrela amarela para os judeus -, os prisioneiros ainda tinham que trabalhar pesado na manutenção do campo e superar a fome.
Sobreviventes contam que as refeições em Auschwitz-Birkenau eram um pedaço de pão, manteiga, chá ou café e uma sopa feita com carne e vegetais, quase sempre, estragados.
Nessas condições, a desidratação e doenças, como o tifo, se multiplicavam trazendo a morte mais rapidamente.
Um dos barracões que mais me chocou, e que mostra muito bem esse modelo de desumanização pelo qual os prisioneiros passavam, foi o banheiro.
Um enorme galpão com centenas de sanitários improvisados era a única opção de todos os prisioneiros do campo.
Sem privacidade, jovens, idosos, doentes e pessoas sadias tinham que compartilhar o mesmo espaço nos horários estabelecidos pelo comando nazista.
Isso geralmente acontecia no início da manhã, antes da jornada de trabalho.
A hora da morte
Os que sobreviviam a tudo isso tinham uma única sentença: em Aschuwitz-Birkenau funcionava a maior fábrica de matar e de queimar gente. Era o ponto final da linha, o fim da vida de pessoas que nem sabiam porque estavam ali.
Cada grupo de prisioneiros que servia ao comando nazista vivia por cerca de dois meses antes de ser levado à câmara de gás.
Isso acontecia por dois motivos: o primeiro é que, depois desse tempo, os presos já estavam fracos demais para dar conta do trabalho. O segundo era que eles testemunhavam tudo o que acontecia no campo e, portanto, deveriam ser eliminados.
Para os milhares de inocentes deportados para Aschuwitz-Birkenau e que acabavam na câmara de gás, a morte chegava em minutos em forma de parada respiratória, convulsão, sangramento e da perda dos sentidos.
Hoje, o único vestígio da câmara de gás e dos crematórios de Aschuwitz-Birkenau é um monte de ruínas, porque antes de abandonarem o campo, os covardes nazistas explodiram tudo na tentativa de apagar as provas de seus crimes.
Máquina da morte
Funcionando dia e noite, esse processo de produção de defuntos incluía também outras formas de assassinato.
Todas as noites, 70 mulheres eram fuziladas com um tiro na nuca e lançadas em valas comuns.
Injeções letais e envenenamento com soda cáustica também estavam na lista de opções dos nazistas para acabar com a vida dos inocentes.
Além das doenças e dos assassinatos, a morte alcançava Aschuwitz-Birkenau por meio do suicídio.
Atormentados e sem esperança, muitos prisioneiros se lançavam contra as cercas elétricas e, quando não morriam por causa do choque, eram fuzilados pelos guardas que faziam a segurança do campo.
Como visitar Auschwitz-Birkenau
Quanto custa
Você não precisa pagar para visitar Auschwitz-Birkenau, mas estar acompanhado de um guia é indispensável para entender melhor tudo o que vai ver.
Você pode entrar em um grupo de visitantes pagando PLN 40. Consulte os horários dos passeios e os idiomas disponíveis.
Quando ir
O complexo de Auschwitz abre às 8h, mas o horário de fechamento varia durante o ano. Nos meses de verão, a visita se encerra às 19h e, em dezembro, às 14h. Consulte os horários completos.
Você vai precisar de, no mínimo, quatro horas para visitar Auschwitz-Birkenau.
O clima da Polônia é temperado, com as quatro estações bem definidas. O verão é bem curto, já o inverno é longo e muito frio. Os meses mais gelados vão de outubro a abril, quando os termômetros marcam temperaturas abaixo de zero.
Entre maio e setembro, os dias tendem a ser mais ensolarados, com temperaturas variando entre 20 e 27 graus. O mês mais quente é julho, e o mais frio é janeiro, com temperaturas chegando a menos cinco graus. Eu considero melhor planejar uma viagem para a Auschwitz entre os meses de maio e setembro.
Como chegar
Para visitar Auschwitz-Birkenau é preciso ir a Oświęcim, cidade que fica a 67 quilômetros de Cracóvia.
É de Cracóvia que partem os ônibus da empresa Lajkonik. Há partidas diárias a cada uma hora – das 8h às 21h – nas rotas que fazem parada no Museu de Auschwitz e, para seguir até Auschwitz-Birkenau, há ônibus gratuitos.
De carro, a viagem é tranquila e rápida, já que as rodovias estão em ótimas condições. Porém, há cobranças de pedágio no trecho saindo de Cracóvia. O museu tem estacionamento gratuito.
O Aeroporto Internacional de Katowice (KTW) é o que fica mais perto e é um dos mais movimentados da Polônia.
Ele opera voos nacionais e internacionais partindo e chegando de outros países da Europa e é, também, muito usado por viajantes que querem visitar Auschwitz.
O que levar
Não é permitido entrar com sacolas ou mochilas no museu. Se precisar, você pode deixar seus pertences no guarda-volumes. Uma garrafa de água, um lanche para o intervalo e sua câmera fotográfica são indispensáveis.
Mas, se preferir, você poderá comprar algo para comer nas lojinhas que funcionam na entrada de Auschwitz I, perto do estacionamento. Em Auschwitz-Birkenau não há nada além do museu.
Como será preciso caminhar bastante, use roupas e sapatos confortáveis.
Onde ficar
Cracóvia é o principal destino turístico da Polônia. Exatamente por isso, escolher bem onde ficar vai lhe ajudar muito a aproveitar o melhor da cidade, inclusive na hora de visitar Auschwitz-Birkenau.
Para saber onde ficar na cidade, leia: Onde se hospedar em Cracóvia.
Visto e documentos
Brasileiros não precisam de visto para entrar e permanecer no país por até noventa dias. Mas, você precisará apresentar o passaporte dentro do prazo de validade. Carteira de identidade e quaisquer outros documentos brasileiros não serão aceitos.
O seguro viagem é obrigatório e, sem ele, você pode ser proibido de entrar na Polônia. Veja como comprar seu seguro viagem com desconto.
Outras informações
Para ver outras informações sobre o país e planejar sua viagem com mais precisão, leia: Viagem para a Polônia: informações essenciais.
Para quem gosta de cinema, uma boa dica é dar uma olhada na lista com 50 filmes sobre a Segunda Guerra Mundial.
SEGURO VIAGEM
O seguro viagem é obrigatório para todos os países europeus que fazem parte do Tratado de Schengen: a Polônia é um deles.
Sem o seguro, você pode ser impedido de entrar no país. E tem mais: há uma cobertura mínima de EUR 30.000. Portanto, você precisa informar para qual – ou quais – país vai viajar antes de comprar o seguro.
Eu sempre indico o Seguros Promo, um site que compara os preços de várias seguradoras e nos mostra os melhores valores para cada cobertura.
Além disso, nem todos os países têm um sistema de saúde público e gratuito. Na verdade, na maioria deles, viajantes estrangeiros não têm acesso a assistência médica gratuita. Por isso, é muito importante ter o seguro internacional de saúde – também chamado de seguro viagem.
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O custo de um seguro viagem é menor do que se costuma pensar e ele garante que você terá atendimento em casos de emergências médicas comuns, como acidentes de trânsito, intoxicações alimentares, acidentes vasculares e infartos cardíacos, por exemplo.
Você já imaginou quanto custa um tratamento médico para esses casos em outros países? Dependendo da gravidade, o atendimento pode custar milhares de dólares, podendo gerar sérias dificuldades financeiras para você e seus familiares para o resto da vida.
Então, antes de embarcar, compre o seguro viagem, imprima o comprovante e tenho o número de emergência em local de fácil acesso.
Veja mais dicas da Polônia
Ficou mas fácil planejar sua viagem? Se tiver alguma dúvida, é só deixar suas pergunta nos comentários que eu respondo.
Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver outras dicas da Polônia.