Eu tenho certeza de que você já ouviu falar de A lista de Schindler, famoso filme de Steven Spielberg que comoveu o mundo com a história dos judeus perseguidos. Mas o que, talvez, você não saiba é que dá para visitar o Museu Schindler, que funciona, em Cracóvia, na antiga fábrica onde toda a história do filme aconteceu.
Neste artigo, eu vou explicar sobre:
Sobre a Segunda Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial teve como motivação principal a conquista de territórios por parte da Alemanha nazista, que tinha o claro objetivo de repovoar toda a Europa com a raça alemã.
O primeiro passo para a maior guerra de todas as eras aconteceu em 1º de setembro de 1939, quando o exército de Hitler invadiu a Polônia.
Dezesseis dias depois, o exército vermelho da ex-União Soviética também entrou no combate avançando pela fronteira oriental do país, já que a maioria das tropas polonesas se concentrava na porção ocidental, por onde avançavam os militares alemães.
O que o mundo ainda não sabia, até então, é que toda essa trama de ocupação e de divisão da Polônia já tinha sido acordada entre Stalin, líder da antiga União Soviética, e Hitler, comandante das forças alemãs, no Pacto de Não-Agressão.
Disputando o mesmo território, os dois países protagonizaram uma guerra que devastou grande parte das cidades polonesas.
Para ter uma ideia, Varsóvia, a capital da Polônia, teve mais de 85% de seu território destruído e sua população foi reduzida drasticamente para cerca de 10%: de 1,3 milhão de pessoas, a cidade passou a ter pouco mais de 150 mil.
No lado nazista, dezenas de campos de concentração foram criados, inicialmente, para abrigar presos políticos – poloneses que se opunham ao regime nazista – e soldados soviéticos derrotados nos combates. Mais tarde, esses campos passaram a receber judeus vindos de diversas partes da Europa que, em 1941, já estava sob o domínio de Hitler.
Com o envolvimento de países como Estados Unidos, Inglaterra e França, os ataques ao domínio alemão se intensificaram, aumentando o número de civis mortos, tanto nos países ocupados, quanto na própria Alemanha.
O maior conflito de todos os tempos acabou em 1945, com a rendição do Japão, país aliado da Alemanha, depois que Hiroshima e Nagazaki foram destruídas por bombas atômicas.
Ideologia nazista
Os princípios que nortearam a ideologia nazista foram o ódio aos judeus, a negação da democracia e do comunismo, e a convicção da superioridade da raça alemã sobre qualquer outro povo.
Com a ideia de criar uma sociedade pura, livre de outras etnias, os nazistas perseguiram e mataram milhões de judeus, mas não apenas.
Eslavos, russos, ciganos, homossexuais e tantos outros grupos foram capturados, escravizados e assassinados nas câmaras de gás, ou simplesmente fuzilados.
Liderado por Adolf Hitler, o Partido Nazista tomou o poder na Alemanha em 1933, e, desde então, a política de doutrinação da população por meio da propaganda, que mostrava uma realidade disfarçada, passou a ocupar os veículos de comunicação nacionais.
Isso criou, em parte dos alemães, uma forte simpatia com os ideais defendidos pelos nazistas. Em um de seus famosos pronunciamentos, durante o congresso do Partido Nazista de 1937, Adolf Hitler defendeu o seu modelo nada convencional de formação.
“Estamos educando uma juventude diante da qual o mundo inteiro temerá. Eu quero uma juventude que seja capaz de realizar violações, e que seja forte, poderosa e cruel”, declarou o ditador.
Em busca de poder, a Alemanha nazista matou, invadiu territórios e levou a Europa e países como Estados Unidos e Japão a se envolverem na maior guerra de todos os tempos.
Uma guerra que não apenas mudou as relações políticas, mas que, principalmente, marcou para sempre a história da humanidade.[/su_note]
Quem foi Oskar Schindler?
Oskar Schindler foi um empresário alemão que chegou à Polônia para lucrar com a guerra.
Flertando com o partido nazista, Schindler construiu um pequeno império e ganhou muito dinheiro. Porém, não é essa parte de sua vida a mais interessante.
Oskar Schindler ajudou mais de 1.200 judeus a escaparem da morte durante o Holocausto, oferecendo emprego a profissionais que eram impedidos de trabalhar.
Mas, Schindler ainda foi além: ele protegeu seus funcionários judeus alegando que o trabalho desenvolvido por eles era indispensável nos tempos de guerra.
Claro que essa estratégia funcionou porque o empresário sabia muito bem como pensavam os nazistas alemães.
Durante a guerra – de 1939 a 1945 –, as restrições impostas a profissionais judeus eram muito severas.
Para você ter uma ideia, médicos judeus só podiam atender a pacientes judeus, advogados foram proibidos de trabalhar, aposentados perderam a pensão, contas bancárias foram bloqueadas, escolas e universidades foram fechadas e até as ruas por onde os judeus podiam andar eram limitadas.
Na prática, a vida da comunidade judaica de Cracóvia havia sido paralisada.
Além disso, todos os judeus deviam usar uma faixa no braço com a estrela de Davi. E, lojas, restaurantes e qualquer outro comércio judeu deviam estar identificados com o símbolo judaico.
O Gueto de Cracóvia
Durante os anos da guerra, a Polônia concentrava a maior quantidade de judeus da Europa e, em Cracóvia, eles estavam perfeitamente integrados à vida da cidade. Mas, com o avanço das tropas alemãs, muitos foram enviados para os campos de concentração.
Aqueles que permaneceram em Cracóvia – cerca de 17.000 – foram enviados para o gueto.
Dentro dos muros onde ficaram confinados, vivia um número muito maior de pessoas do que as casas normalmente poderiam acomodar. Nesse esquema, era comum que duas ou três famílias compartilhassem a mesma moradia.
O muro tinha quatro portões e todos eram fortemente vigiados para que ninguém entrasse ou saísse sem permissão. Com a escassez de alimentos e de cuidados com a saúde, muitos judeus morreram de causas simples como sede, fome, frio e calor.
A fábrica de Schindler
Na visita ao Museu Schindler – originalmente, Fabryka Emalia Oskara Schindlera – a gente vê boa parte da antiga fábrica de utensílios domésticos.
O empresário alemão a comprou de judeus perseguidos e, aqui, mais tarde, trabalharam os hebreus protegidos pelo empresário.
Eu vi de perto o escritório de Oskar Schindler, os objetos que ele usava no dia a dia, fotos dele com seus cavalos – uma de suas paixões alimentadas pelo dinheiro – e muitos outros itens do acervo que lembram essa história. Isso tudo, incluindo os nomes da famosa lista de Schindler.
Nos corredores do prédio estão, ainda, fotos, vídeos e cartazes que ilustram como era a vida dos judeus perseguidos durante a Segunda Guerra. E, também, como era vida dentro do gueto.
Durante a visita ao Museu Schindler, eu entendi porque a cidade de Cracóvia não foi destruída – diferente do que acontece com Varsóvia. Os nazistas queriam fazer dela uma cidade modelo e, na guerra, o teatro virou um centro de artes nazistas e as praças passaram a ter o nome de Adolf Hitler.
Felizmente, tudo isso acabou com o fim da guerra, em 1945, mas a memória desse lugar está preservada para sempre.
Como visitar o Museu Schindler
Quanto custa
A entrada custa PLN 28, mas o acesso é gratuito nas segundas-feiras. Os tíquetes devem ser comprados pela internet, no site do museu.
Quando ir
O Museu Schindler abre de terça a domingo, das 10h às 18h. Nas segundas, o horário de funcionamento é de 10h às 14h. Não há visitas nas terças-feiras.
O clima da Polônia é temperado, com as quatro estações bem definidas. O verão é bem curto, já o inverno é longo e muito frio. Os meses mais gelados vão de outubro a abril, quando os termômetros marcam temperaturas abaixo de zero.
Entre maio e setembro, os dias tendem a ser mais ensolarados, com temperaturas variando entre 20 e 27 graus. O mês mais quente é julho, e o mais frio é janeiro, com temperaturas chegando a menos cinco graus.
Como chegar
O Museu Schindler fica a menos de três quilômetros do Centro Histórico de Cracóvia, e dá pra fazer esse trajeto caminhando, sem pressa. Mas, se preferir, você pode usar o transporte público. A estação de metrô mais próxima é a Kraków Płaszów.
O Aeroporto Internacional John Paul II (KRK), em Cracóvia, é o segundo mais importante do país. Além de conexões domésticas, há partidas e chegadas de voos internacionais nesse aeroporto.
→ Voos para a Polônia: companhias aéreas e aeroportos
Cracóvia é a porta de entrada para quem quer visitar os campos de concentração de Auschwitz.
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