Museu Schindler: conheça o lugar e a história que inspiraram o filme

Atualizado em 15 de novembro de 2022 – 6 min de leitura

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Eu tenho certeza de que você já ouviu falar de A lista de Schindler, famoso filme de Steven Spielberg que comoveu o mundo com a história dos judeus perseguidos. Mas o que, talvez, você não saiba é que dá para visitar o Museu Schindler, que funciona, em Cracóvia, na antiga fábrica onde toda a história do filme aconteceu.

Neste artigo, eu vou explicar sobre:

Sobre a Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial teve como motivação principal a conquista de territórios por parte da Alemanha nazista, que tinha o claro objetivo de repovoar toda a Europa com a raça alemã.

O primeiro passo para a maior guerra de todas as eras aconteceu em 1º de setembro de 1939, quando o exército de Hitler invadiu a Polônia.

Dezesseis dias depois, o exército vermelho da ex-União Soviética também entrou no combate avançando pela fronteira oriental do país, já que a maioria das tropas polonesas se concentrava na porção ocidental, por onde avançavam os militares alemães.

O que o mundo ainda não sabia, até então, é que toda essa trama de ocupação e de divisão da Polônia já tinha sido acordada entre Stalin, líder da antiga União Soviética, e Hitler, comandante das forças alemãs, no Pacto de Não-Agressão.

Disputando o mesmo território, os dois países protagonizaram uma guerra que devastou grande parte das cidades polonesas.

Para ter uma ideia, Varsóvia, a capital da Polônia, teve mais de 85% de seu território destruído e sua população foi reduzida drasticamente para cerca de 10%: de 1,3 milhão de pessoas, a cidade passou a ter pouco mais de 150 mil.

No lado nazista, dezenas de campos de concentração foram criados, inicialmente, para abrigar presos políticos – poloneses que se opunham ao regime nazista – e soldados soviéticos derrotados nos combates. Mais tarde, esses campos passaram a receber judeus vindos de diversas partes da Europa que, em 1941, já estava sob o domínio de Hitler.

Com o envolvimento de países como Estados Unidos, Inglaterra e França, os ataques ao domínio alemão se intensificaram, aumentando o número de civis mortos, tanto nos países ocupados, quanto na própria Alemanha.

O maior conflito de todos os tempos acabou em 1945, com a rendição do Japão, país aliado da Alemanha, depois que Hiroshima e Nagazaki foram destruídas por bombas atômicas.

Ideologia nazista

Os princípios que nortearam a ideologia nazista foram o ódio aos judeus, a negação da democracia e do comunismo, e a convicção da superioridade da raça alemã sobre qualquer outro povo.

Com a ideia de criar uma sociedade pura, livre de outras etnias, os nazistas perseguiram e mataram milhões de judeus, mas não apenas.

Eslavos, russos, ciganos, homossexuais e tantos outros grupos foram capturados, escravizados e assassinados nas câmaras de gás, ou simplesmente fuzilados.

Liderado por Adolf Hitler, o Partido Nazista tomou o poder na Alemanha em 1933, e, desde então, a política de doutrinação da população por meio da propaganda, que mostrava uma realidade disfarçada, passou a ocupar os veículos de comunicação nacionais.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Isso criou, em parte dos alemães, uma forte simpatia com os ideais defendidos pelos nazistas. Em um de seus famosos pronunciamentos, durante o congresso do Partido Nazista de 1937, Adolf Hitler defendeu o seu modelo nada convencional de formação.

“Estamos educando uma juventude diante da qual o mundo inteiro temerá. Eu quero uma juventude que seja capaz de realizar violações, e que seja forte, poderosa e cruel”, declarou o ditador.

Em busca de poder, a Alemanha nazista matou, invadiu territórios e levou a Europa e países como Estados Unidos e Japão a se envolverem na maior guerra de todos os tempos.

Uma guerra que não apenas mudou as relações políticas, mas que, principalmente, marcou para sempre a história da humanidade.[/su_note]

Quem foi Oskar Schindler?

Oskar Schindler foi um empresário alemão que chegou à Polônia para lucrar com a guerra.

Flertando com o partido nazista, Schindler construiu um pequeno império e ganhou muito dinheiro. Porém, não é essa parte de sua vida a mais interessante.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Oskar Schindler ajudou mais de 1.200 judeus a escaparem da morte durante o Holocausto, oferecendo emprego a profissionais que eram impedidos de trabalhar.

Mas, Schindler ainda foi além: ele protegeu seus funcionários judeus alegando que o trabalho desenvolvido por eles era indispensável nos tempos de guerra.

Claro que essa estratégia funcionou porque o empresário sabia muito bem como pensavam os nazistas alemães.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Durante a guerra – de 1939 a 1945 –, as restrições impostas a profissionais judeus eram muito severas.

Para você ter uma ideia, médicos judeus só podiam atender a pacientes judeus, advogados foram proibidos de trabalhar, aposentados perderam a pensão, contas bancárias foram bloqueadas, escolas e universidades foram fechadas e até as ruas por onde os judeus podiam andar eram limitadas.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Na prática, a vida da comunidade judaica de Cracóvia havia sido paralisada.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Além disso, todos os judeus deviam usar uma faixa no braço com a estrela de Davi. E, lojas, restaurantes e qualquer outro comércio judeu deviam estar identificados com o símbolo judaico.

O Gueto de Cracóvia

Durante os anos da guerra, a Polônia concentrava a maior quantidade de judeus da Europa e, em Cracóvia, eles estavam perfeitamente integrados à vida da cidade. Mas, com o avanço das tropas alemãs, muitos foram enviados para os campos de concentração.

Aqueles que permaneceram em Cracóvia – cerca de 17.000 – foram enviados para o gueto.

Dentro dos muros onde ficaram confinados, vivia um número muito maior de pessoas do que as casas normalmente poderiam acomodar. Nesse esquema, era comum que duas ou três famílias compartilhassem a mesma moradia.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

O muro tinha quatro portões e todos eram fortemente vigiados para que ninguém entrasse ou saísse sem permissão. Com a escassez de alimentos e de cuidados com a saúde, muitos judeus morreram de causas simples como sede, fome, frio e calor.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

A fábrica de Schindler

Na visita ao Museu Schindler – originalmente, Fabryka Emalia Oskara Schindlera – a gente vê boa parte da antiga fábrica de utensílios domésticos.

O empresário alemão a comprou de judeus perseguidos e, aqui, mais tarde, trabalharam os hebreus protegidos pelo empresário.

→ Onde ficar em Cracóvia

Eu vi de perto o escritório de Oskar Schindler, os objetos que ele usava no dia a dia, fotos dele com seus cavalos – uma de suas paixões alimentadas pelo dinheiro – e muitos outros itens do acervo que lembram essa história. Isso tudo, incluindo os nomes da famosa lista de Schindler.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Nos corredores do prédio estão, ainda, fotos, vídeos e cartazes que ilustram como era a vida dos judeus perseguidos durante a Segunda Guerra. E, também, como era vida dentro do gueto.

Durante a visita ao Museu Schindler, eu entendi porque a cidade de Cracóvia não foi destruída – diferente do que acontece com Varsóvia. Os nazistas queriam fazer dela uma cidade modelo e, na guerra, o teatro virou um centro de artes nazistas e as praças passaram a ter o nome de Adolf Hitler.

Felizmente, tudo isso acabou com o fim da guerra, em 1945, mas a memória desse lugar está preservada para sempre.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Como visitar o Museu Schindler

Quanto custa

A entrada custa PLN 28, mas o acesso é gratuito nas segundas-feiras. Os tíquetes devem ser comprados pela internet, no site do museu.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Quando ir

O Museu Schindler abre de terça a domingo, das 10h às 18h. Nas segundas, o horário de funcionamento é de 10h às 14h. Não há visitas nas terças-feiras.

O clima da Polônia é temperado, com as quatro estações bem definidas. O verão é bem curto, já o inverno é longo e muito frio. Os meses mais gelados vão de outubro a abril, quando os termômetros marcam temperaturas abaixo de zero.

→ Veja quando ir a Cracóvia

Entre maio e setembro, os dias tendem a ser mais ensolarados, com temperaturas variando entre 20 e 27 graus. O mês mais quente é julho, e o mais frio é janeiro, com temperaturas chegando a menos cinco graus.

O Museu Schindler e os judeus de Cracóvia

Como chegar

O Museu Schindler fica a menos de três quilômetros do Centro Histórico de Cracóvia, e dá pra fazer esse trajeto caminhando, sem pressa. Mas, se preferir, você pode usar o transporte público. A estação de metrô mais próxima é a Kraków Płaszów.

O Aeroporto Internacional John Paul II (KRK), em Cracóvia, é o segundo mais importante do país. Além de conexões domésticas, há partidas e chegadas de voos internacionais nesse aeroporto.

→ Voos para a Polônia: companhias aéreas e aeroportos

Cracóvia é a porta de entrada para quem quer visitar os campos de concentração de Auschwitz.

Sobre o Autor

<a href="https://www.penaestrada.blog.br/author/altier/" target="_self">Altier Moulin</a>

Altier Moulin

Sou jornalista, capixaba e apaixonado pelo universo viajante. Sempre gostei de contar histórias e de extrair do cotidiano um valor que muitos não percebem. Quando criança, sonhava em viajar pelo mundo e, já adulto, isso virou um propósito de vida.

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