Atualizado em 5 de setembro de 2021
Eu tenho certeza de que você já ouviu falar de A lista de Schindler, famoso filme de Steven Spielberg que comoveu o mundo com a história dos judeus perseguidos. Mas o que, talvez, você não saiba é que dá para visitar o Museu Schindler, que funciona, em Cracóvia, na antiga fábrica onde toda a história do filme aconteceu.
Quem era Oskar Schindler?
Oskar Schindler foi um empresário alemão que chegou à Polônia para lucrar com a guerra.
Flertando com o partido nazista, Schindler construiu um pequeno império e ganhou muito dinheiro. Porém, não é essa parte de sua vida a mais interessante.
Oskar Schindler ajudou mais de 1.200 judeus a escaparem da morte durante o Holocausto, oferecendo emprego a profissionais que eram impedidos de trabalhar.
Mas, Schindler ainda foi além: ele protegeu seus funcionários judeus alegando que o trabalho desenvolvido por eles era indispensável nos tempos de guerra.
Claro que essa estratégia funcionou porque o empresário sabia muito bem como pensavam os nazistas alemães.
Durante a guerra – de 1939 a 1945 –, as restrições impostas a profissionais judeus eram muito severas.
Para você ter uma ideia, médicos judeus só podiam atender a pacientes judeus, advogados foram proibidos de trabalhar, aposentados perderam a pensão, contas bancárias foram bloqueadas, escolas e universidades foram fechadas e até as ruas por onde os judeus podiam andar eram limitadas.
Na prática, a vida da comunidade judaica de Cracóvia havia sido paralisada.
Além disso, todos os judeus deviam usar uma faixa no braço com a estrela de Davi. E, lojas, restaurantes e qualquer outro comércio judeu deviam estar identificados com o símbolo judaico.
O Gueto de Cracóvia
Durante os anos da guerra, a Polônia concentrava a maior quantidade de judeus da Europa e, em Cracóvia, eles estavam perfeitamente integrados à vida da cidade. Mas, com o avanço das tropas alemãs, muitos foram enviados para os campos de concentração.
Aqueles que permaneceram em Cracóvia – cerca de 17.000 – foram enviados para o gueto.
Dentro dos muros onde ficaram confinados, vivia um número muito maior de pessoas do que as casas normalmente poderiam acomodar. Nesse esquema, era comum que duas ou três famílias compartilhassem a mesma moradia.
O muro tinha quatro portões e todos eram fortemente vigiados para que ninguém entrasse ou saísse sem permissão. Com a escassez de alimentos e de cuidados com a saúde, muitos judeus morreram de causas simples como sede, fome, frio e calor.
A fábrica de Schindler
Na visita ao Museu Schindler – originalmente, Fabryka Emalia Oskara Schindlera – a gente vê boa parte da antiga fábrica de utensílios domésticos.
O empresário alemão a comprou de judeus perseguidos e, aqui, mais tarde, trabalharam os hebreus protegidos pelo empresário.
Eu vi de perto o escritório de Oskar Schindler, os objetos que ele usava no dia a dia, fotos dele com seus cavalos – uma de suas paixões alimentadas pelo dinheiro – e muitos outros itens do acervo que lembram essa história. Isso tudo, incluindo os nomes da famosa lista de Schindler.
Nos corredores do prédio estão, ainda, fotos, vídeos e cartazes que ilustram como era a vida dos judeus perseguidos durante a Segunda Guerra. E, também, como era vida dentro do gueto.
Durante a visita ao Museu Schindler, eu entendi porque a cidade de Cracóvia não foi destruída – diferente do que acontece com Varsóvia. Os nazistas queriam fazer dela uma cidade modelo e, na guerra, o teatro virou um centro de artes nazistas e as praças passaram a ter o nome de Adolf Hitler.
Felizmente, tudo isso acabou com o fim da guerra, em 1945, mas a memória desse lugar está preservada para sempre.
Como visitar o Museu Schindler
Quanto custa
A entrada custa PLN 26, mas o acesso é gratuito nas segundas-feiras. Os tíquetes devem ser comprados pela internet, no site do museu.
Quando ir
O Museu Schindler abre de terça a domingo, das 10h às 18h. Nas segundas, o horário de funcionamento é de 10h às 14h. Não há visitas nas terças-feiras.
O clima da Polônia é temperado, com as quatro estações bem definidas. O verão é bem curto, já o inverno é longo e muito frio. Os meses mais gelados vão de outubro a abril, quando os termômetros marcam temperaturas abaixo de zero.
Entre maio e setembro, os dias tendem a ser mais ensolarados, com temperaturas variando entre 20 e 27 graus. O mês mais quente é julho, e o mais frio é janeiro, com temperaturas chegando a menos cinco graus.
Como chegar
O Museu Schindler fica a menos de três quilômetros do Centro Histórico de Cracóvia, e dá pra fazer esse trajeto caminhando, sem pressa. Mas, se preferir, você pode usar o transporte público. A estação de metrô mais próxima é a Kraków Płaszów.
O Aeroporto Internacional John Paul II (KRK), em Cracóvia, é o segundo mais importante do país. Além de conexões domésticas, há partidas e chegadas de voos internacionais nesse aeroporto.
Cracóvia é a porta de entrada para quem quer visitar os campos de concentraçãos de Auschwitz.
Onde ficar
Cracóvia é o principal destino turístico da Polônia e, por isso, escolher bem onde ficar vai lhe ajudar muito a aproveitar o melhor da cidade.
Para saber onde ficar na cidade, leia: Onde se hospedar em Cracóvia.
Outras informações
Para ver outras informações sobre o país e planejar sua viagem com mais precisão, leia: Viagem para a Polônia: informações essenciais.
Para quem gosta de cinema, uma boa dica é dar uma olhada nesta lista com 50 filmes sobre a Segunda Guerra Mundial.
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