Como subir o Cerro de Monserrate: cartão-postal de Bogotá exige fôlego

Atualizado em 5 de outubro de 2022 – 5 min de leitura

É impossível não perceber que Bogotá está cercada por montanhas. Encravada na Cordilheira dos Andes, ela tem um ambiente especial, um aspecto que é todo seu, e a gente consegue perceber isso melhor subindo o Cerro Monserrate.

Cartão-postal bogotano, queridinho de turistas e moradores – muitos moradores usam as trilha do monte para praticar esportes – e, também, um santuário religioso, o destino perto das nuvens parece mesmo ser um lugar imperdível. E é!

Neste artigo, eu vou explicar sobre:

História de Bogotá

Os primeiros povos a habitar a região de Bogotá foram os muiscas.

Na época da chegada dos espanhóis, estima-se que havia meio milhão de nativos desse grupo vivendo nos planaltos e nas colinas, em uma área de aproximadamente 25 mil quilômetros quadrados, abrangendo todo o planalto de Bogotá.

Embora não haja registro documental da fundação da cidade, foi aceita a data de 6 de agosto de 1538. Segundo a tradição, nesse dia o frei Domingo de las Casas celebrou a primeira missa em uma igreja de palha, construída perto da atual catedral.

Em 1815, chegou à Colômbia a expedição comandada por Pablo Morillo com o objetivo de reconquistar a colônia em revolta. As batalhas duraram até 1819 e terminaram com a vitória da campanha de libertação liderada por Simón Bolívar e Francisco de Paula Santander.

Estava selada a independência colombiana.

Em 1938, Bogotá já tinha uma população que superava os 300 mil habitantes. Nessa fase, a cidade teve um bom número de projetos de infraestrutura implantados. A partir disso, Bogotá viveu uma série de mudanças fundamentais em seu aspecto arquitetônico, e a população urbana começou a crescer.

Maior e mais importante cidade colombiana, Bogotá está a uma altitude de 2.640 metros. Ponto de convergência de pessoas de todo o país, nela se misturam construções modernas e outras que evocam o seu passado colonial.

Seus muitos parques fazem de Bogotá uma cidade verde, sem falar das montanhas que a cercam, como Cerro de Monserrate e o Cerro de Guadalupe. É do alto desses montes que vemos Bogotá e seus tons de marrom, resultado do revestimento de tijolo dos edifícios.

Antes de começar a subida

A capital colombiana é cinza por natureza.

Seu clima, sempre nublado e frio, muitas vezes nos faz experimentar as quatro estações do ano em um único dia. É difícil se acostumar com ele logo de cara e pode ser que você sinta alguns efeitos colaterais.

Outro fator que pouco ajuda é Bogotá estar a exatos 2.640 metros acima do nível do mar. Logo, alguns sintomas como cansaço além do normal, dor de cabeça, enjoo e até ânsia de vômito podem afetar os viajantes.

→ Como se prevenir do mal de altitude

Então, a principal dica para os primeiros dias é pegar leve, deixar o seu corpo se adaptar e se hidratar bastante.

Eu, como sou mais acostumado com essas loucuras, resolvi encarar a subida ao Monserrate logo no primeiro dia – fique claro que não indico fazer o mesmo.

Eu sentia uma leve dor de cabeça, mas ela não me parou: tomei algumas pílulas e um café reforçado – comi o tamal, um prato bem típico que inclui arroz temperado com carne de frango, servido em folha de bananeira. Depois, segui rumo ao topo do Monserrate.

Subindo o Cerro de Monserrate

O Cerro Monserrate é um dos principais pontos turísticos de Bogotá.

São 2.350 metros de subida, vencidos com dificuldade em aproximadamente uma hora de caminhada.

Eu fiz várias paradas para recuperar o fôlego. Enquanto isso, via colombianos mais bem preparados subirem e descerem correndo as escadarias, que parecem não ter fim.

Monserrate é ideal para atletas em fase de preparação antes de campeonatos, mas há também os que escalam a montanha por simples prazer.

Há, ainda, os que fazem esse trajeto motivados pela fé: no alto de Monserrate está a Basílica Santuario del Señor Caído de Monserrate, construída no século 17.

Durante o percurso, encontrei várias barracas que vendem frutas e água. Elas foram ideais para restaurar minhas energias, enquanto descansava olhando Bogotá aos meus pés.

Depois de muitos degraus e subidas íngremes, alcancei a parte mais alta do monte, chegando a 3.200 metros acima do nível do mar.

No topo, há uma feirinha de artesanato, onde o chá de coca custa COP 5.000.

O chá é livremente consumido entre os povos que vivem na Cordilheira dos Andes – um aliado no combate aos sintomas do mal de altitude. Aproveitei e comprei um pacotinho para levar – pode parecer estranho, mas eu amo esse chazinho!

Informações práticas

Algumas informações são importantes para que você desfrute mais do seu passeio, como não fazer refeições pesadas antes de subir, levar uma garrafinha com água e passar protetor solar, reforçando a proteção no caminho, pois o sol tímido de Bogotá pode facilmente queimar sua pele.

Leve um casaco, mas tenha uma camiseta mais leve para usar por baixo, pois na caminhada você sentirá calor. É importante que você não ultrapasse os limites do seu corpo.

Evite fazer a subida no primeiro dia, logo depois de sua chegada à cidade, pare sempre que achar necessário e descanse: é melhor se acostumar com a altitude a fim de aproveitar mais a subida.

Como chegar

Do Aeroporto El Dorado (BOG), por exemplo, você pode tomar a linha K6 do Transmilenio, o sistema de ônibus articulados, e descer na estação Universidades.

Você pode, ainda, escolher entre um táxi e o Uber, que funciona bem na cidade.

Se não quiser fazer essa longa caminhada para chegar ao topo, você pode usar o funicular – similar a um bondinho que se movimenta sobre trilhos –, pagando uma tarifa de COP 24.500, ou o teleférico, que custa COP 14.000.

A trilha para subir o Cerro Monserrate fica aberta todos os dias das 05h às 13h, para subir, e das 05h às 16h, para descer.

A subida a pé é gratuita.

Animais de estimação não são permitidos. Crianças que medem menos que o metro também não podem entrar.

Quando ir

O Cerro de Monserrate abre 365 dias por ano, nos seguintes horários: de segunda a sábado, das 6h30 às 12h. Aos domingos, o horário é das 5h30 às 18h. Nos feriados, das 6h30 às 18h.

Quanto custa

A entrada para o Monserrate é gratuita, mas para usar o banheiro você pagará COP 2.000. Para saber mais, acesse o site do Cerro de Monserrate.

Onde comer

No topo de Monserrate há dois restaurantes.

O Casa de San Isidro serve pratos da culinária francesa – confesso que achei meio sem sentido – e tem os preços bem elevados.

Já o Casa de Santa Clara tem comida típica bogotana e preços mais amigáveis. Eu almocei um delicioso ajiaco, que é um prato típico com uma sopa de milho e frango, servido com abacate e arroz de coco.

Para acompanhar, tomei uma lulada, um tipo de suco feito com uma fruta local, o lulo.

O Santa Clara funciona em um casarão construído em 1924 na parte baixa da cidade. Há 37 anos, ele foi desmontado e novamente montado no alto do morro, onde passou a funcionar como restaurante.

Sobre o Autor

<a href="https://www.penaestrada.blog.br/author/altier/" target="_self">Altier Moulin</a>

Altier Moulin

Sou jornalista, capixaba e apaixonado pelo universo viajante. Sempre gostei de contar histórias e de extrair do cotidiano um valor que muitos não percebem. Quando criança, sonhava em viajar pelo mundo e, já adulto, isso virou um propósito de vida.

comentários

32 Comentários

  1. Flor caffarena

    Achei maravilhosa tda informação, obrigada por ter pessoas como vc dedicadas ajudar os outros e ser feliz assim!
    Continúa viajando e aportando !

    Responder
    • Altier Moulin

      Muito obrigado, Flor.

      Um abraço.

      Responder
  2. Marcelo Perim

    Olá., estou acostumado com trilhas e altitude. Tenho 8 horas de conexão e 4 horas (liquidas) para subir e descer o mont. Seria suficiente tendo como referencica o inicio do percurso a pe ? quanto tempo vc levou so pra subir ?
    Abs

    Responder
    • Altier Moulin

      Eu não indico, Marcelo. Mas, claro, é uma escolha pessoal.
      Como conto no texto, subi em, mais ou menos, uma hora.
      Leia o relato, por favor.

      Um abraço.

      Responder
  3. Eneida

    Bom dia!

    Estarei viajando para Bogotá dia 12/05 a 15 e de 16 a 19/05 Cartagena, tenho duvidas de quantos dólares vou precisar em media para esta viagem. Onde estarei trocando no aeroporto quando chegar por la

    Responder
  4. Telma

    Boa tarde. Vamos em fevereiro/2018 mas ainda tenho dúvidas com relação ao melhor hotel pra ficar. Prefiro ter segurança pra sair a noite então já sei que não dá pra ficar no centro. Qual hotel voce me recomendaria além do Morrison 84.

    Responder
  5. orlani junior

    Olá, Altier!
    Bom dia!
    Estou programando minhas férias para 15/20 dias em março/abril de 2018. Estou dissecando seu blog, que é muito bom.
    Quando fui para Uruguai, fiz do mesmo jeito com viveruruguai, que também é muito bom.
    Vocês nos ajudam muito com as dicas.
    Enfim, passando só para agradecer e parabenizá-lo.
    Abraços.

    Responder
  6. Bernadete

    Oi, Altier!
    Vamos fazer uma escala de 7 h em Bogotá. Daria tempo para ir no MORRO de MONTSERRAT, DE TREM?

    Responder
    • Altier Moulin

      Ei, Bernadete.
      Até que dá tempo, mas se prepare para a altitude, porque muita gente passa mal nos primeiros dias.
      Bogotá está a 2.640 metros de altitude e o Monserrate a 3.152.
      Sair do nível do mar para essa altura não é mole.

      Uma opção é visitar o Centro Histórico, o Museu do Oro e a Catedral, que ficam na mesma região.

      Um abraço.

      Responder
  7. Mary

    Adorei suas dicas! Estou programando ir a Colombia em Janeiro de 2018, dá pra curtir as praias esse periodo?Abraço

    Responder
    • Altier Moulin

      Sem dúvida, Mary. Vai aproveitar muito.

      Um abraço.

      Responder
  8. Ieda Rocha

    Estou pensando em fazer essa viagem no final de setembro. Você acha que vale a pena, pois estará em período chuvoso.

    Responder
  9. Fabiana

    Me tira uma duvida estou querendo ir em Outubro, nas minhas férias os hostel que vc ficou, foi reservado todos com antecedência, ou vc foi escolhendo conforme chegou lá.

    Responder
    • Altier Moulin

      Oi, Fabiana.

      Fiz todas as reservas com antecedência. Ficou mais barato e eu já cheguei na cidade com tudo certo.

      Um abraço.

      Responder
  10. Fernanda

    Olá, você foi em que época do ano? Estou pensando em ir em junho, mas vi que é época de chuvas :((

    Responder
    • Altier Moulin

      Eu fui em março/abril, Fernanda.

      Responder
    • Camila

      Adorei.. vou está em Bogotá de passagem porém o intervalo do meu voo e de 16h de um pro outro.. vou fazer isso. Será um domingo mesmo! Adorei as dicas.

      Responder
      • Altier Moulin

        Isso ae, Camila.
        Aproveite.

        Um abraço.

        Responder
  11. Ana

    Olá, tenho apenas o horario das 8h até 11h para fazer esse passeio pois estarei só de escala em Bogotá, será que dá tempo? preciso estar no aeroporto ao 12:00h mas queria muito aproveitar o tempo para algo legal.

    Responder
    • Altier Moulin

      Oi, Ana.

      Sugiro que você faça outros programas em Bogotá. Esse vai lhe tomar muito tempo, além de exigir muito fôlego.

      Um abraço.

      Responder
  12. eduardo

    melhor o teleferico ou o trem?

    Responder
    • Altier Moulin

      Use um para subir e outro para descer. 😉

      Responder
  13. Luciana

    Cheguei em Bogotá num sábado à noite e subi a escadaria de MonteSerrate logo no domingo. Paguei todos os meus pecados, e não tomei nem chás e nem nenhum remédio…. kkkkkkkkk

    Responder
    • Altier Moulin

      Ufa! Fiquei cansado por você… brincadeira. 🙂 É irado!

      Um abraço.

      Responder
  14. Pedro

    Olá! Vou a Bogota dia 29,30 e 31 de Dezembro
    Qual o melhor horário para realizar este passeio?
    Manhã ou a tarde?
    Quero fazer teleferico e museu do ouro no mesmo dia

    Responder
    • Altier Moulin

      Oi Pedro,

      Faça o Monserrate pela manhã e, depois, o Museu.

      Um abraço.

      Responder
    • Ronaldo reis

      Como faço pra chegar monserrate, vou estar no aeroporto ????

      Responder
      • Altier Moulin

        Oi, Ronaldo.

        No Aeroporto El Dorado você pode tomar a linha K6 do Transmilenio, o sistema de ônibus articulados, e descer na estação Universidades. Você pode, ainda, escolher entre um táxi e o Uber, que funciona bem na cidade.

        Um abraço.

        Responder

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

13
Share to...