Viajar para a África do Sul é viver uma experiência que vai muito além dos safáris, das praias ou das vinícolas.
A cada esquina, em cada mercado de rua, em restaurante simples ou sofisticado, existe um sabor capaz de contar a história do país.
A culinária sul-africana é um reflexo da diversidade de povos que formaram a nação — africanos de diferentes etnias, colonizadores europeus, comunidades asiáticas e malaias do Cabo.
O resultado é uma mistura que faz da gastronomia da África do Sul uma das mais ricas do continente.
Neste texto, eu vou compartilhar em detalhes 20 comidas típicas da África do Sul que você precisa provar.
Além do sabor, cada prato tem uma origem cultural e está ligado a uma região específica.
Eu vou também trazer curiosidades, dicas práticas de preços e horários, além de recomendações de onde encontrar essas delícias.
E se você gosta de harmonizar boa comida com bebida, vai descobrir que os vinhos da África do Sul dão ainda mais intensidade a essa jornada gastronômica.
Culinária sul-africana
Quando a gente fala em pratos típicos da África do Sul, não estamos falando de uma cozinha única, mas de várias tradições que convivem em harmonia.
Povos originários como os xhosa, zulu e sotho criaram pratos simples e nutritivos à base de milho, feijão e raízes.
Depois vieram os colonizadores holandeses, franceses e britânicos, trazendo pães, tortas, ensopados e técnicas de conservação.
A chegada dos malaios e indianos adicionou especiarias, curries e marinadas intensas.
Hoje, mais de 60% dos viajantes incluem experiências gastronômicas no roteiro pela África do Sul e não faltam razões para isso.
Cape Town tem restaurantes premiados internacionalmente, Durban é conhecida como a capital dos curries africanos, e Joanesburgo vibra com mercados urbanos que unem tradição e modernidade.
O que impressiona é a forma como os pratos conectam histórias e tradições. E para entender melhor essa riqueza, vamos explorar um a um os 20 pratos mais emblemáticos.
20 comidas típicas da África do Sul
Biltong e droëwors
O biltong é um símbolo da culinária sul-africana e vai muito além de um simples petisco.
São tiras de carne curada e seca, temperadas com vinagre e especiarias como coentro, pimenta e cravo.
A carne mais usada é a bovina, mas também existem versões com avestruz, kudu e springbok — antílopes comuns nas savanas.
O sabor é intenso e varia conforme o tempo de cura.
Já o droëwors é uma linguiça seca feita de carne moída, também muito popular.
Esses dois clássicos estão espalhados por todo o país, mas você sente uma presença ainda mais forte em Joanesburgo e Pretória, onde há muitas lojas especializadas.
Não é raro encontrar bancas vendendo biltong em shoppings e até nas vinícolas do Western Cape.
Um pacote de 100 gramas custa em média 40 rands.
E tem um detalhe curioso: o biltong já foi usado como ração militar durante a Guerra dos Bôeres, no fim do século 19, justamente por ser nutritivo e durar muito tempo sem estragar.
Bobotie
O bobotie é considerado por muitos o prato nacional da gastronomia da África do Sul.
Ele mistura carne moída com pão, leite, ovos e uma combinação aromática de especiarias, sendo depois levado ao forno para dourar por cima.
A textura cremosa contrasta com o sabor levemente adocicado das passas ou damascos secos que muitas receitas levam.
Esse prato nasceu do encontro de culturas: os holandeses trouxeram a ideia, mas foram os malaios do Cabo que deram o toque final com os temperos orientais.
O bobotie se tornou tão querido que Nelson Mandela o citava como uma de suas comidas favoritas.
A melhor região para experimentar é o bairro Bo-Kaap, em Cape Town, onde restaurantes tradicionais mantêm receitas passadas de geração em geração.
Um prato individual custa por volta de 150 rands e muitas vezes vem acompanhado de arroz amarelo com cúrcuma e chutney de frutas.
Pap e chakalaka
O pap é a base da alimentação de milhões de sul-africanos.
Feito de milho branco, ele lembra a polenta, mas tem sabor mais neutro e pode variar de uma versão bem firme a uma mais cremosa.
O chakalaka, por sua vez, é um molho picante preparado com legumes e feijão, sempre bem temperado com curry e pimentas.
Essa combinação é tão presente no cotidiano que muitos a consideram o arroz com feijão dos sul-africanos.
Ela está em casas simples e também em restaurantes populares, especialmente em Joanesburgo e Pretória, nas províncias de Gauteng e Free State.
Uma refeição completa com pap, chakalaka e carne custa em média 70 rands.
Potjiekos
O potjiekos é um ensopado cozido em fogo baixo em pequenas panelas de ferro chamadas potjie.
A tradição manda usar carne bovina, cordeiro ou até caça, sempre combinados com vegetais, batatas e um toque de vinho ou cerveja.
O cozimento lento — que pode durar até 4h — faz com que os sabores se misturem de forma intensa.
Esse prato é típico do interior da África do Sul, principalmente em fazendas e áreas rurais do Free State e Mpumalanga, mas muitos restaurantes turísticos também oferecem a experiência.
Um potjiekos completo custa entre 140 e 180 rands.
Mais do que uma refeição, ele é um evento social: as pessoas se reúnem em torno da panela para conversar enquanto a comida fica pronta.
Sosatie
O sosatie é um espetinho que combina carne de cordeiro com especiarias fortes como curry, alho e tamarindo.
Antes de ir ao fogo, a carne fica marinando por horas, o que dá um sabor marcante.
O resultado lembra o kebab, mas com uma identidade sul-africana bem clara.
Esse prato é herança da comunidade malaia do Cabo, que vive em Cape Town há séculos.
Você encontra sosaties nos restaurantes típicos do Bo-Kaap, geralmente servidos com arroz ou pap.
Bunny Chow
O bunny chow é provavelmente o prato mais famoso de Durban.
Ele nasceu no século 20, quando trabalhadores indianos precisavam de uma refeição rápida e prática.
A solução foi cavar um pão de forma e recheá-lo com curry, mas hoje existem versões com frango, cordeiro, feijão e até frutos do mar.
É impossível ir a Durban e não ver lanchonetes e barracas vendendo o bunny chow, que custa em média 50 rands.
Além do sabor, ele representa a forte influência da comunidade indiana na culinária sul-africana.
Vetkoek
O vetkoek é um pão frito de massa macia que pode ser servido tanto doce quanto salgado.
Recheado com carne moída bem temperada, ele é uma refeição completa; com mel ou geleia, vira sobremesa.
Esse lanche é típico da cultura africâneres e é muito popular em pequenas cidades do interior, em feiras e mercados de rua.
O preço é acessível: por 20 rands você já se delicia com um vetkoek fresquinho.
Boerewors e o braai
A boerewors é uma linguiça feita de carne bovina misturada com porco e temperada com coentro, noz-moscada e cravo.
Ela é a estrela do braai, o churrasco sul-africano, que é muito mais do que uma refeição.
Um braai é uma verdadeira celebração social, onde amigos e familiares se reúnem em quintais, praças ou parques para assar carnes na brasa.
Em Pretória, Joanesburgo e Cidade do Cabo, é tradição de fim de semana.
Muitos bares organizam braais coletivos, onde a refeição completa sai por cerca de 200 rands por pessoa.
Umngqusho
O umngqusho é um prato nutritivo feito de milho e feijão cozidos lentamente até ficarem macios.
É típico da cultura xhosa, no Eastern Cape, e também foi um dos pratos preferidos de Nelson Mandela durante sua vida.
Embora seja mais comum em áreas rurais, alguns restaurantes de Joanesburgo e Cape Town incluem o prato no menu como forma de valorizar as raízes da gastronomia da África do Sul.
COSTUMES À MESA
Além dos sabores, a culinária sul-africana também guarda tradições curiosas no modo de servir e comer.
Um dos hábitos mais antigos é o de comer com as mãos, especialmente pratos como o pap com chakalaka ou carnes em ensopados.
Entre muitas famílias, ainda é comum usar apenas a mão direita para levar a comida à boca, um gesto que vem de práticas culturais de diferentes grupos étnicos do país.
Em restaurantes mais modernos esse costume já não é tão frequente, mas em refeições caseiras ou comunitárias ele permanece vivo.
Outro traço marcante da gastronomia da África do Sul é a valorização do convívio.
As refeições não acontecem de forma apressada: o braai, por exemplo, pode durar toda a tarde, reunindo amigos e familiares em volta da brasa.
O potjiekos, cozido por horas em fogo lento, também é pensado como um prato que serve de desculpa para passar tempo junto, conversar e compartilhar histórias.
O ato de compartilhar é, aliás, uma das grandes marcas dos pratos típicos da África do Sul.
Muitas receitas são servidas em porções grandes, para que todos à mesa se sirvam. Essa forma de comer reforça o senso de comunidade e hospitalidade que tanto define a identidade do povo sul-africano.
Doces e sobremesas
Na parte das sobremesas e pratos doces, a culinária sul-africana mostra toda a sua diversidade.
A melktert é uma torta doce feita com leite, ovos e açúcar, finalizada com canela, encontrada em padarias e cafés de praticamente todo o país por cerca de 25 rands a fatia.
Outro clássico é o koeksister, um doce em forma de trança frito e mergulhado em calda de açúcar, que na versão dos malaios do Cabo ainda recebe coco ralado por cima.
Ele é tão querido que tem até um dia nacional comemorado em setembro.
Entre as sobremesas quentes, o destaque é o malva pudding, um pudim assado de origem holandesa servido com molho cremoso, muito comum em restaurantes turísticos da região do Cabo.
Vinhos da África do Sul
Os vinhos da África do Sul são um dos maiores orgulhos do país e fazem parte da experiência de viagem tanto quanto os safáris e a culinária local.
A nação ocupa a oitava posição entre os maiores produtores de vinho do mundo e tem uma tradição que remonta ao século 17, quando os primeiros colonos plantaram as primeiras vinhas no Cabo.
A estrela desse universo é a uva Pinotage, criada em 1925 a partir do cruzamento entre pinot noir e cinsault.
Ela se tornou símbolo nacional por dar origem a vinhos de personalidade marcante, encorpados e com notas que variam entre frutas escuras e toques defumados.
As principais regiões produtoras ficam próximas à Cidade do Cabo.
Stellenbosch, Paarl e Franschhoek concentram vinícolas centenárias que preservam técnicas artesanais e, ao mesmo tempo, investem em inovação.
A lendária Route 62, com mais de 850 quilômetros, é considerada a rota de vinhos mais longa do mundo, passando por cenários de montanhas e vales que encantam viajantes e enólogos.
Um tour de degustação custa, em média, de 150 a 300 rands e costuma incluir três a cinco rótulos entre brancos, tintos e espumantes.
O clima mediterrâneo da região do Cabo, com verões suaves de cerca de 20 graus e invernos chuvosos, cria as condições ideais para que os vinhos sul-africanos recebam prêmios internacionais ano após ano.
Muitos viajantes ainda aproveitam para almoçar nas propriedades, que têm restaurantes premiados integrados às vinícolas.
E não dá para falar de bebidas sem citar a Amarula, licor feito da fruta marula, típica da savana africana.
Cremoso e adocicado, lembra o Baileys, mas com uma personalidade própria que conquistou o mundo.
Tomar um copo de Amarula depois de um jantar é quase um ritual de despedida da mesa sul-africana, fechando a experiência gastronômica com chave de ouro.
Informações Básicas
Visto
Brasileiros não precisam de visto para entrar no país e o prazo máximo de permanência é de 90 dias.
Documentos
É exigido passaporte com validade de pelo menos seis meses da data de chegada e 30 dias da data de saída.
Dinheiro
O rand (ZAR) é a moeda local. Para sua viagem, leve dólares ou euros e troque nas casas de câmbio.
Vacinas
A vacinação contra febre amarela é obrigatória. Veja como emitir o Certificado Internacional de Vacinação.
Seguro viagem
Nem todos os países têm um sistema de saúde público e gratuito. Na verdade, na maioria deles, viajantes estrangeiros não têm acesso a assistência médica gratuita. Por isso, é muito importante ter o seguro internacional de saúde – também chamado de seguro viagem –, mesmo que ele não seja obrigatório.
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Respostas de 7
Obrigado, Becker.
Um abraço.
Parabens pela reportagem, tudo muito detalhado e informativo.
Oi sou fã do time da África do Sul
Obrigado, Rosilda.
Parabéns pela reportagem!
Obrigado, Livia.
Muito bom