Quem vem à China pela primeira vez sente uma grande diferença na comida. Os sabores, os cheiros, a forma de preparar os alimentos e até a aparência de alguns pratos são bem diferentes do que estamos acostumados no Brasil. Por isso, eu anotei algumas dicas de onde comer em Pequim para você planejar melhor suas refeições por aqui.
Essa lista teve a ajuda da leitora Ana Giulian, que já foi à China várias vezes. Ela me contou que, na primeira vez, só comeu fast food, porque não teve coragem de encarar os pratos chineses.
Comigo não foi muito diferente. Eu tive bastante dificuldade para comer em Pequim e, mesmo sendo acostumado a explorar a culinária dos locais que visito, eu, realmente, não tive coragem de experimentar algumas coisas.
Mesmo com a ajuda de amigos chineses que conheci pelo Couchsurfing, a hora de comer em Pequim se tornou o momento mais doloroso do dia.
Onde comer em Pequim
Se você ainda não pesquisou muita coisa sobre a culinária da China, eu reforço que os hábitos são bem diferentes dos nossos. Por exemplo: pela manhã, nada daquele tradicional café com leite e pão com manteiga.
Eles preferem uma sopa, um cozido ou o shao-mai, um bolinho de arroz. O baozi também é muito comigo no café da manhã. Ele é como se fosse um pãozinho recheado. Eu, particularmente, achei os dois muito sem graça.
Quando estava em Pequim, combinei com um amigo chinês de tomar café da manhã. Eu fiquei muito animado, porque seria uma grande oportunidade de provar novos sabores da comida local.
Para minha decepção, ele me levou a um lugar que servia miúdos de animais – sei lá quais – nos arredores da Rua Qianmen. O cheiro daquelas carnes era tão forte e desanimador que eu comi apenas o jiaozi, um tipo de pastelzinho recheado com carnes e vegetais.
Eu até gostei do jiaozi, mas não é a coisa mais saborosa que provei na vida. Aliás, ele é uma boa opção para você começar a se acostumar com os sabores daqui. Eu provei o que é feito na água, como uma sopa, e o que é cozido no favor.
Depois, eu provei uma frutinha deliciosa chamada Tanghulu, que é vendida em espetinhos e coberta de caramelo.
Insetos e cachorro
Sim, os chineses se alimentam de insetos e de animais que, para nós, são quase membros da família. Mas, claro, eles não comem apenas isso. Na verdade, há regiões do país onde essa prática é mais comum.
Um amigo chinês me contou que na região de Guilin, por exemplo, eles são capazes de comer qualquer coisa que se mexa. Nessas áreas, é normal encontrar restaurantes que vendem insetos, cobras e outras coisas exóticas.
Claro que você não verá, por exemplo, um cachorro inteiro sendo assado no restaurante, como a gente vê os frangos e leitões por aqui. É que eles são cozidos em partes e pode ser que você coma sem perceber.
Esse costume de comer coisas que, para nós, são estranhas tem uma explicação: a fome. A China luta contra a desigualdade e a pobreza, assim como o Brasil, e, há décadas, estas eram as refeições mais fáceis de serem encontradas em algumas regiões. Entretanto, à medida que o país se desenvolve, essas práticas vão ficando para trás.
Em Pequim, o lugar mais tradicional para comer – ou simplesmente ver – esses pratos exóticos é a Rua Wangfujing, a mais comercial da cidade. Aqui, há várias ruazinhas onde você pode ver dezenas de barraquinhas vendendo escorpião e baratas, por exemplo.
Pato de Pequim
O prato mais tradicional da cidade é a especialidade do Dadong Roast Duck, um famoso restaurante que fica perto da Rua Wangfujing. Ele é, como indicam vários viajantes, um ótimo lugar para comer em Pequim.
A Ana Giulian me disse que adorou o Pato de Pequim e que o atendimento foi excelente. O pato – servido inteiro – custa cerca de CNY 198 e vem com alguns acompanhamentos, como pães.
O Dadong Roast Duck fica no Jinbaohui Shopping Center, no distrito de Dongcheng. Ele funciona todos os dias, das 11h às 22h, e o pagamento deve ser feito em dinheiro.
Chega de comida chinesa
Para quem já não aguenta mais comer comida chinesa, o Annie’s é uma excelente opção para quem gosta de comida italiana. Ele fica um pouco afastado do centro, mas o sabor dos pratos e o fato de você encontrar, aqui, algumas coisas que, praticamente, não verá na culinária chinesa – como salame e queijo – serão sua recompensa.
Outra solução é procurar os restaurantes e as cafeterias que funcionam dentro das grandes redes de hotéis. Certamente, eles servem pratos da culinária internacional – como uma boa pasta – e, assim, de fome você não morrerá. Claro que, comer nesses lugares, fica muito mais caro do que experimentar as comidas locais.
Eu não cheguei a provar, mas tive ótimas indicações do Latina Grill, um restaurante de comida brasileira que serve, inclusive, o nosso tradicional churrasco. Uma refeição aqui não é tão baratinho – cerca de CNY 250 –, mas pode ser sua salvação para comer em Pequim.
Na Rua Wangfujing há vários shoppings com restaurantes e lanchonetes. Embora a maioria deles venda comida chinesa, você encontra algumas opções acidentais, como pizzas, massas e sanduíches.
Sem dúvida, nessas horas, um McDonald’s ou Pizza Hut podem ser uma grande escolha para comer em Pequim. Eu não sou muito fã de fast food, mas, como falei, eles foram meus grandes aliados nessa viagem. Uma coisa bem interessante é que o Pizza Hut serve, além de pizzas, pratos com carne. Eles custam cerca de CNY 80 e vêm com um acompanhamento.
Informações Básicas
Visto
Brasileiros precisam de visto para entrar no país. Veja como solicitar o visto para China.
Documentos
Você precisa apresentar o passaporte com, no mínimo, seis meses de validade.
Dinheiro
A moeda nacional é o yuan renminbi, identificada pelas siglas CNY e RMB, e pelos símbolos ¥, 元 e 角, em chinês.
Vacinas
A vacinação contra febre amarela é obrigatória. Saiba como solicitar o certificado pela internet.
Informações sobre covid-19
No dia 22 de maio, a China atualizou as regras para entrada de brasileiros no país. A partir de agora, os viajantes devem cumprir os seguintes requisitos:
Apresentar dois exames RT-PCR negativos, sendo o primeiro feito, no máximo, 48 horas antes do embarque, e o segundo, dentro de 12 horas antes da partida do voo. Se ambos forem realizados na mesma instituição, deve-se garantir o intervalo de pelo menos 24 horas.
Com os resultados dos dois exames, é preciso solicitar o Código Verde à Embaixada ou ao Consulado-Geral da China. É preciso apresentar, também, uma cópia da página de dados pessoais do passaporte, roteiro completo de viagem, comprovante de reserva para dois testes RT-PCR no local de conexão, quando houver, cópia do certificado de vacinação (exceto para viajantes não vacinados) e Declaração da Condição de Saúde, disponível online.
Ainda há uma série de especificações para viajantes já infectados pelo novo corona vírus e para aqueles que testarem positivo em um dos exames. Casos assim serão tratados particularmente pelas representatividades chinesas no Brasil, e você pode ver todos os detalhes no site do Consulado da China em São Paulo.
RETORNO AO BRASIL
De acordo com informações da Anvisa, viajantes com o esquema vacinal completo não precisam fazer teste de antígeno (teste rápido) ou RT-PCR para retornar ao Brasil, e também não é preciso preencher a Declaração de Saúde do Viajante, que está suspensa pela Anvisa.
Viajantes não-vacinados ou vacinados parcialmente precisam apresentar resultado negativo de teste de antígeno (teste rápido), coletado até 24 horas antes do voo, ou RT-PCR, coletado até 72 horas antes do embarque.
Seguro viagem
Nem todos os países têm um sistema de saúde público e gratuito. Na verdade, na maioria deles, viajantes estrangeiros não têm acesso a assistência médica gratuita. Por isso, é muito importante ter o seguro internacional de saúde – também chamado de seguro viagem. No caso da Bolívia, o seguro viagem passou a ser obrigatório depois da pandemia de covid-19.
O custo de um seguro viagem é menor do que se costuma pensar e ele garante que você terá atendimento em casos de emergências médicas comuns, como acidentes de trânsito, intoxicações alimentares, acidentes vasculares e infartos cardíacos, por exemplo.
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Você já imaginou quanto custa um tratamento médico para esses casos em outros países? Dependendo da gravidade, o atendimento pode custar milhares de dólares, podendo gerar sérias dificuldades financeiras para você e seus familiares para o resto da vida.
Então, antes de embarcar, compre o seguro viagem, imprima o comprovante e tenho o número de emergência em local de fácil acesso.
Eu sempre uso a plataforma da Seguros Promo para comparar valores antes de fazer a compra. Eles têm um suporte muito eficiente e preços sempre muito bons.
Veja mais dicas da China
Ficou mais fácil planejar sua viagem? Se tiver alguma dúvida é só deixar sua pergunta nos comentários que eu respondo.
Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver outras dicas da China.
Já estou na China há 2 semanas e te digo com propriedade que é muito complicado comer por aqui. A comida tem aspecto , cheiro e gosto horríveis Eu já estou emagrecendo. Muito realista o seu post
Sei muito bem o que está sentindo, Hélène.
Tente se hidratar e comer frutas, pelo menos.
Um abraço.
Obrigada, sinto que passarei fome também… mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena, né!
Com toda certeza. 🙂
Achei otimo, ter uma visão realista deste ponto de dificuldade para nós, ocidentais. Tenho receio de passar fome!!! Vou no final de março, dá uma ajuda? É possível levar comida na mala? Pensei em levar saches de whey, barrinhas de proteina, nuts embaladas de forma bem “industrializada”, até queijo parmesão e lata de atum pensei em levar, rs, levo essas coisas para algumas viagens a trabalho para lugares sem nenhuma infra no interior do interior do Brasil. Super tks! Bjs
Oi, Renata.
Eu passei fome. Voltei quatro quilos mais magro, isso porque ainda me forcei a comer fast food, que não gosto.
Levar alimentos de origem animal pode ser perigoso e os de origem vegetal in natura também são barrados.
O que você pode fazer é levar suplementos e barrinhas de nuts.
Boa sorte! 🙂
Um abraço.
Achei o artigo chato e desanimador. Não deu uma soluçando bacana de comida chinesa, pelo contrário, só viu problema e restaurantes de outras nacionalidades.
Oi, Tati.
Mas é isso mesmo. Comer em Pequim, pra mim, foi chato e desanimador. Logo, o post não poderia ser diferente. 🙂 se falasse o contrário ou disse que é uma maravilha, eu estaria mentindo. Mesmo assim, dei dicas de onde comer pratos locais, como o pato de Pequim.
Um abraço.