Quem vê esse rio correndo lentamente pelas terras secas do Tocantins nem imagina que ele forma uma cachoeira tão forte e poderosa. Aliás, o rio, que de preguiçoso só tem o nome, nos presenteia não apenas com uma bela queda d’água, mas com várias cascatas. São nelas, nas cachoeiras do Rio Soninho, que podemos nos refrescar do calor de deserto que faz no Jalapão.
O Jalapão é uma região de exuberante beleza natural no interior do Tocantins. Fica na divisa com os estados da Bahia, do Piauí e do Maranhão. Oficialmente estabelecido como Parque Estadual em 2001, nos últimos anos, ele tem ganhado fama entre viajantes. É ideal para quem admira a natureza em seu estado mais bruto e sem muita interferência humana.
Nessa terra que ainda tem muito a nos mostrar, a maneira mais confortável e segura de viajar é a bordo de um veículo 4×4. Durante o período de seca a areia fica fofa demais e, na chuva, alguns trechos da estrada podem estar danificados.
O coração do deserto brasileiro, como também é conhecido, tem 34 mil quilômetros quadrados. Ele abrange terras nos municípios de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins.
O Parque Estadual do Jalapão faz parte de um mosaico de unidades de conservação. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, soma mais de três milhões de hectares, o que faz dele a maior área de proteção do cerrado no país.
Entre as áreas ambientalmente protegidas estão, além do Parque Estadual do Jalapão, a Estação Ecológica Serras Gerais do Tocantins, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, o Monumento Natural dos Cânions e Corredeiras do Rio Sono e a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Serra da Catedral.
O Jalapão tem esse nome por causa de uma raiz muito comum nessa região, a jalapa. Como muitas outras plantas do cerrado, ela é usada como um remédio natural.
Na queda principal, que tem aproximadamente 30 metros de altura, é impossível nadar. A correnteza que despenca pelas rochas forma sumidouros perigosos e um lago profundo. Só mesmo os mais radicais se atrevem a conhecer.
Mas, se na grande cachoeira do Soninho, o rio nos impõe a obrigação de apenas observar sua beleza e força, a poucos metros acima, em uma laje de pedras, as águas calmas se rompem em pequenas quedas formando piscinas naturais de água limpa e em temperatura agradável.
Eu me lanço nessas águas e, por aqui, passaria uma tarde inteira. Debaixo das pequenas cascatas, me divirto e, sozinho, dou boas gargalhadas tentando me manter firme na luta contra a correnteza.
Mas é preciso ter cuidado com o rio. Há várias pedras escondidas sob a água, muitas delas escorregadias. Além disso, a estação seca é mais indicada para banho, já que o rio perde um pouco de força e as piscinas ficam mais tranquilas.
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A entrada nas cachoeiras é gratuita. Eu viajei com a Cerrado Dourado e percebi que o serviço deles é um dos melhores do Jalapão.
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