Salta e Jujuy não são, nem de longe, os lugares mais famosos da Argentina. É que a gente já consagrou Buenos Aires, a patagônia e até o mítico fim do mundo – Ushuaia –, mas pouco se fala do norte da Argentina, um lugar de paisagens tão ricas que, certamente, você vai querer conhecer.
Neste artigo, eu vou explicar sobre:
O Norte da Argentina
Embora, geograficamente, as províncias de Salta e Jujuy fiquem no noroeste do país, é comum que os argentinos se refiram a esta parte como norte.
O fato é que toda esta área é a que mais tem influência da Cordilheira dos Andes, cadeia de montanhas que percorre o continente sul-americano de norte a sul.
Estas províncias – que, para nós, seriam como estados brasileiros – ficam na divisa com Chile, Paraguai e Bolívia, e é justamente por isso que a paisagem daqui se assemelha tanto com as do deserto do Atacama e do incrível Salar de Uyuni, dois ícones na vida de qualquer viajante.
Mas, se o que escrevi até agora não foi suficiente para lhe convencer a se mandar para cá, eu tenho muitas outras cartas na manga: as passagens são baratas, há muitas opções de hospedagem com preços que todo mundo pode pagar, e, daqui, você pode montar um roteiro muito interessante passando pelos países vizinhos.
Sem contar, claro, com as exóticas paisagens que vi em cada uma das principais cidades por onde passei. É isso que mostro a seguir.
Imperdíveis no norte da Argentina
San Salvador de Jujuy
San Salvador de Jujuy – ou simplesmente Jujuy – é a capital da província de Jujuy e, claro, a maior cidade dessa região.
Ela não é um lugar daqueles que a gente se apaixona à primeira vista, mas, tem a infraestrutura ideal para nos receber: o aeroporto modesto, que fica a 33 quilômetros do centro, e a rodoviária – chamada de Terminal Nueva – fazem a ligação com o resto da Argentina e com os países vizinhos.
Para saber mais, leia: Como chegar a Jujuy
Como está a 1.259 metros acima do nível do mar, a cidade também serve para a gente se acostumar com o clima e com o ar, que só vai ficando ainda mais rarefeito à medida que subimos a Cordilheira.
Em Jujuy, eu caminhei pelo centro e visitei o Jardim Botânico, que, na verdade, é um parque com um mirante de onde a gente tem uma vista linda da cidade e dos montes que a cercam.
Tilcara
San Francisco de Tilcara – ou, simplesmente, Tilcara – é muito cativante e, talvez, a principal atração para os turistas. É que ela fica num ponto central, de onde partem os passeios para a Quebrada de Humahuaca, uma região de vales e montanhas coloridas.
Eu fiquei duas noites nesta cidade e conheci, com o apoio da ADN Travel, vários lugares realmente lindos, como a cidadezinha de Humahuaca e o famoso Cerro El Hornocal.
Todos esses lugares, a gente visita partindo de Tilcara num bate-volta.
Porém, uma dica que dou é ir com calma, porque a gente passa por altitudes superiores a 4.300 metros e, por isso, o corpo reclama: cansaço, sonolência, dor de cabeça, enjoo e vômito podem ser os sintomas do mal de altitude – que nem sempre aparece – , mas é bom saber como prevenir o mal de altitude.
Purmamarca
De todos os lugares que visitei na província de Jujuy, Purmamarca foi o que mais me agradou. Ela tem uma energia especial, com ruas calmas, sem calçamento – como várias outras cidades da região –, um povo acolhedor e uma paisagem espetacular.
Eu fiquei três dias em Purmamarca, e fui até as incríveis Salinas Grandes, um deserto de sal muito semelhante ao Salar de Uyuni, na Bolívia.
Salta
Esta é, certamente, a cidade mais famosa do norte da Argentina. Ela é, também, a mais desenvolvida – mais que Jujuy – e está no roteiro de praticamente todo viajante que vem para essas bandas.
Além de ter uma noite super agitada, cheia de baladas e festas sazonais, Salta tem um atrativo para lá de especial: o tren a las nubes.
Esse trem percorre paisagens belíssimas do interior do país, passando por vilarejos dos Andes argentinos e chega ao viaduto la Polvorilla, uma ponte de ferro que está a 4.200 metros de altitude.
O Trem para as Nuvens é, reconhecidamente, um dos percursos ferroviários mais altos do mundo: exatamente, o sexto na lista.
Outro ponto positivo dessa viagem é que a gente conhece vários lugares bem pitorescos, como El Alfarcito, que ganhou fama nacional pela garra do padre Chifri, que lutou para construir uma escola que atendesse a 25 comunidades da região.
Se você está precisando de uma história inspiradora, leia: El Alfarcito e a história do padre Chifri.
E tem, ainda, San Antonio de los Cobres, o ponto de chegada e partida da minha viagem no trem. A cidade é reconhecida como a mais alta da Argentina e a capital nortenha da mineração.
Iruya
Esta cidade fica na província de Salta, mas só dá para chegar a ela passando por Jujuy. É que o relevo da região é bem complicado, então, quem quiser visitar Iruya tem que passar por este lado.
A paisagem no caminho é coisa de louco – linda demais: a gente passa por vários povoados que parecem ter parado no tempo e chega a 4.000 metros acima do nível do mar, de onde temos uma vista adorável do Cerro Morado.
Você vai precisar de tempo
Eu fiquei nove dias no norte da Argentina e não vi tudo – acredito que tenha visitado apenas metade dos lugares interessantes. Então, é indispensável otimizar seu tempo e determinar o que é prioridade para você.
De qualquer forma, não indico ficar menos de uma semana por aqui, pois para chegar a alguns povoados – como Iruya –, a gente faz uma verdadeira maratona: eu saí às 9h e voltei às 20h, só para você ter uma ideia.
Como chegar ao norte da Argentina
Você pode chegar ao norte da Argentina pelas cidades de Salta e Jujuy. Eu comprei uma passagem de São Paulo (GRU) a Jujuy (JUJ) por R$ 708 com a Aerolíneas Argentinas e ainda pude ficar três dias em Buenos Aires, na volta, sem custo adicional.
As duas cidades também têm conexões fartas entre si e com a capital argentina por terra: as rodovias são boas e há muitas empresas de ônibus que operam nesta área do país.
Se quiser saber mais, leia: Como chegar a Jujuy.
Olá, gostei muito do seu relato. Ótimas dicas!
Estou me organizando para ir no final de julho e inicio de agosto…talvez setembro para a primavera. Quando você comprpou a passagem de Guarulhos para Jujuy pelas Aerolíneas, como você conseguiu fazer esse stopover de 3 dias em Buenos Aires?
Oi, Carol.
Foi uma promoção que combinava os dois destinos. Coisa boa, né?
Sempre fico de olho para aproveitar as oportunidades. 🙂
Um abraço.
Oi Altier!
Tu fez exatamente o trajeto Jujuy-Tilcara-Purnamarca-Salta-Iruya?
É fácil se deslocar de uma cidade a outra de ônibus?
Não tinha me dado conta que o norte da Argentina é um lugar muito bonito.
Vale a pena visitar.
Um abraço!
Oi, Alexander.
Não, eu fiz outro roteiro: Jujuy-Tilcara-Iruya-Purmamarca-Salta-Jujuy.
Sim, é fácil encontrar ônibus na maioria delas.
O norte da Argentina é sensacional. Pode ir sem medo.
Um abraço.
Oi Altier!
Pelo norte da Argentina tu fez exatamente esse trajeto: Jujuy-Tilcara-Purnamarca-Salta-Iruya?
É melhor começar o roteiro por Jujuy?
O deslocamento entre as cidades é fácil de ônibus?
Em tempos de dólar alto, o melhor é investir em destinos tão bonitos quanto esse na Argentina.
Um abraço!
Olá Altier, tudo bem? Adorei seu blog! Tudo muito bem explicado, mas ainda estou com uma dúvida cruel!
O que você acha que seria mais viável, fazer base em Salta ou Jujuy? Vou agora em Dezembro e estarei com minha mãe que tem 65 anos.
Obrigada e agradeço desde já!
Oi, Carla.
Salta tem mais estrutura, em minha opinião.
Mas, eu fiquei em Jujuy porque queria focar nos atrativos dessa província.
Acho que deveria ficar em Salta.
Um abraço.
Alteir, depois muito ler sobre à região, resolvi fazer a base em Tilcara para ir a Quebrada de Humauhaca e a Salinas Grandes. A ADN Travel que você indicou tem loja/agência em Tilcara ou preciso reservar os passeios pelo site? Como vou em alta temporada não quero deixar para fechar os passeios lá. Muito obrigado.
Oi, Sandro.
Tem sim, eles têm uma loja em Tilcara.
Se preferir, fale com o Martin pelo Whatsapp: +54 9 388 572-2092
Um abraço.
Uma pergunta, o lugar é seguro pra viajar sozinha?
Oi, Ana.
Sim, são cidades pequenas sem grandes problemas com violência.
Claro, você precisa ter os cuidados básicos, mas, de forma geral, é bem tranquilo.
Um abraço.
ola tudo bem, gostei muito do site, gostaria de saber se comprou e usou chip celular e se ha conexao nestes locais.
Oi, Ricardo.
Sim, comprei e usei.
Dê uma olhada neste post: https://www.penaestrada.blog.br/chip-para-celular-na-argentina/
Um abraço.
Alteir, depois de ler bastante sobre a região, resolvi fazer Tilcara como base para conhecer a Quebrada de Humauhaca e Salinas Grandes. A ADN travel tem escritório ou loja em Tilcara ou tenho que reservar os passeios pelo site? Sua indicacao de agencia foi a mais confiavel que encontrei e nao quero arriscar deixar para fechar os passeios la porque vou em alta temporada. Obrigado.
Oi, Sandro.
Tem sim, eles têm uma loja em Tilcara.
Se preferir, fale com o Martin pelo Whatsapp: +54 9 388 572-2092
Um abraço.
Ai meu Deus , tô quase( quase mesmo) fechando a viagem para ir a Salta em DEzembro , após Natal . Tomara que eu não perca a viagem devido as chuvas .Será que os passeios acontecem ?
Oi, Stela.
Sim, devem acontecer sim.
Pensamento positivo.
Um abraço.
Oi, Belo relato, estou indo para 10 dias em um mes, qual a divisão que vc sugere entre Jujuy, salta e outras talvez? Tilcara fica já na Bolívia certo? Grato
Oi, Roberto.
Não, Tilcara é uka cidade argentina na Província de Jujuy. Eu dou umas sugestões de dias no texto. Veja e me diga se precisar de ajuda.
Um abraço.
Gostei muito!
Faremos essa viagem ano que vem de carro
Somos casal de idosos, mas porretes! Em 2015 fomos até Montevidéu e agora em agosto 2018 fomos para Foz, e entramos na Argentina por Posadas até Buenos Aires. Voltamos por Colonia do Sacramento ate em casa , no litoral norte de SP. 5.900 km só eu dirigindo pois o maridão está com a CHN suspensa.
Muito grata por ter compartilhado
Que lindas viagens, Frana.
Depois me conte como foi a viagem ao norte da Argentina.
Eu adorei demais.
Um abraço.
Parabéns Altier Moulin
pela reportagem, fotos belíssimas e ótimas dicas
Irei em novembro e inicio por Tucuman, depois Cafayate, Salta, Jujuy …
vi que vc indicou a ADN Travel, teria alguma outra que vc utilizou para recomendar (em Salta ou outra cidade)
gostaria de contratar um tour que vá de Tucuman a Cafayate , escrevi para esta agencia e ainda não obtive retorno
outra curiosidade é quanto ao câmbio, o real é facilmente aceito ou melhor levar dólar?
irei “colar” nas suas dicas
gracias
Oi, Zabeth.
Tente falar com o Martin pelo whatsapp: +54 9 388 572-2092 (pode falar que leu meu texto e que te indiquei).
Um abraço.
Olá!
Me chamo Adriana e estou indo para lá no começo de Junho, mas como será a nossa primeira vez na Argentina iremos ficar só 4 dias na região de Jujuy e mais 4 em Buenos Aires e como o nosso tempo é curto queria pedir algumas dicas de lugares aonde não podemos perder nessa região.
Agradeço ?
Oi, Adriana.
Em Jujuy, eu sugiro: Purmamarca e o Cerro de Siete Colores, as Salinas Grandes, Humahuaca e o El Hornocal.
Você vai aproveitar muito.
Um abraço.
FANTÃSTICO O SEU BLOG! ADOTEI- O ..SRSRSR..
Obrigado, Izabel.
Continue acompanhando. 🙂
Um abraço.
Parabéns ALTIER MOULIN pela bela reportagem sobre esses “paraísos naturais”! Sou Biólogo e me interessa muitíssimo conhecer esses lugares. Reportagem brilhante! Parabéns!
Oi, Vitorio.
Olha! Essa região é realmente incrível e vale a pena demais visitá-la.
Super indico.
Um abraço.
Olá.
Há alguma data melhor para visitar essa região. Somos uma família com trigêmeos de 9 anos.
Obrigada pelas dicas.
Abs
Oi, Glaucia.
O clima é mais estável no meio do ano, mas é a época mais fria também.
Dê uma lida nisso: https://www.penaestrada.blog.br/quando-ir-a-jujuy/
Um abraço.