Poço Azul: o lago de água cristalina da Chapada das Mesas

Entre tantos lugares incríveis que conheci na Chapada das Mesas, no sul do Maranhão, o Poço Azul foi, sem dúvida, um dos que mais me impressionaram.

→ Onde ficar na Chapada das Mesas

A primeira coisa que chama atenção é a cor da água — um azul esverdeado intenso, que parece mudar de tom conforme a luz do sol bate.

É impossível não parar por alguns segundos só para admirar a paisagem: o contraste com as pedras claras e o verde da vegetação ao redor cria um cenário que beira o surreal.

O lugar faz parte de um complexo bem cuidado — o Poço Azul Ecoturismo — onde tudo parece pensado para valorizar o que a natureza tem de melhor.

Além do banho no poço, que por si só já vale a visita, a experiência inclui trilhas leves, cachoeiras, áreas para relaxar e uma estrutura que permite curtir o dia todo com tranquilidade. É o tipo de passeio que deixa aquela sensação boa de ter feito uma escolha certa no roteiro.

Poço Azul na Chapada das Mesas

O Poço Azul fica em Riachão, mas quem está hospedado em Carolina — que costuma ser o ponto de partida mais comum para explorar a Chapada das Mesas — chega em cerca de 2h30 de viagem.

São aproximadamente 135 quilômetros de estrada, quase toda asfaltada, com exceção dos últimos 28 quilômetros, que seguem em um trecho de terra batida.

Quando estive no Poço Azul, a estrada estava em boas condições, mas é sempre bom se informar antes de ir, principalmente na época das chuvas — entre dezembro e março.

Para quem prefere uma experiência mais tranquila, dá para se hospedar em Riachão ou até mesmo dentro do próprio complexo, o que permite chegar cedo e curtir o dia com mais calma.

O passeio pode ser feito por conta própria, se estiver de carro, ou com uma das agências da região, que geralmente oferecem roteiros combinando o Poço Azul com outras atrações próximas.

Depois de passar pela recepção, é só seguir por uma trilha curta e agradável até o poço.

São cerca de 800 metros, bem sinalizados e com passarelas de madeira em alguns trechos, o que facilita bastante. A caminhada é leve e acessível, cercada por vegetação preservada.

A maior parte do caminho tem sombra, o que torna o percurso ainda mais agradável.

Já na beira do poço, tem uma rampa de madeira e antes mesmo do primeiro mergulho, o visual impressiona — e olha que eu já viajei bastante e estive em muitos lugares lindos.

Banho em águas cristalinas

O que mais impressiona no Poço Azul, além da paisagem, é a transparência da água.

A coloração azul esverdeada muda sutilmente conforme a luz do sol e nos dias claros o visual fica ainda mais bonito.

Quando o sol está mais alto — entre 10h e 14h — a luz incide diretamente sobre o poço, criando reflexos que deixam tudo com um ar quase mágico. Vale a pena planejar a visita nesse horário para aproveitar o melhor do cenário.

A profundidade varia, chegando a cerca de cinco metros em alguns pontos — mesmo nas áreas mais fundas a visibilidade é incrível.

Há coletes disponíveis para quem prefere flutuar com mais segurança e muita gente leva máscara de mergulho para observar o fundo com mais detalhe.

Dá para ver peixinhos nadando, pedras cobertas por musgo e a vegetação aquática em total equilíbrio.

A água é fria, em torno dos 22 graus, mas nada que impeça o banho — na verdade, é até revigorante, especialmente nos dias de calor.

Algumas regras simples ajudam a preservar esse ambiente: protetor solar e repelente não devem ser usados antes de entrar na água.

Essa orientação é reforçada na entrada e faz toda a diferença para manter a qualidade da nascente.

Também não é permitido levar comida ou bebida para a área do poço, pois o complexo tem áreas apropriadas para isso. São pequenas atitudes que mantêm o lugar bonito e bem cuidado para todos.

Outras atrações do complexo

O Poço Azul é só o começo do passeio.

O complexo abriga outras atrações naturais que valem a visita, principalmente se você gosta de caminhadas leves, banho de cachoeira e contato direto com a natureza. Tudo fica relativamente perto e o trajeto entre os pontos é bem sinalizado, o que permite explorar o lugar sem pressa.

Uma das paradas mais impressionantes é a Cachoeira de Santa Bárbara. Com aproximadamente 76 metros de queda, ela é a mais alta da região e se impõe pela força da água e pela paisagem ao redor.

O acesso é fácil, feito por uma trilha tranquila, o que torna a visita ainda mais agradável.

Quem busca algo mais sossegado pode seguir até a Cachoeira Santa Paula, menor e ótima para banho, com poço raso e espaço para relaxar.

Já as quedas chamadas Dona Luiza e Seu Zica formam pequenas piscinas naturais, ideais  para quem viaja com crianças  ou simplesmente quer curtir a água em um ritmo mais calmo.

Se o tempo permitir, vale conhecer também a Gruta de Santa Bárbara, a nascente do Moreno e o cânion do Cocal — três pontos que complementam bem a experiência e mostram a diversidade de paisagens do complexo.

É um passeio que vai além do poço e oferece uma boa amostra da beleza da Chapada das Mesas.

Infraestrutura do Poço Azul

O complexo do Poço Azul tem uma estrutura simples, mas funcional, que atende bem quem pretende passar o dia inteiro entre trilhas e banhos refrescantes.

O restaurante serve pratos regionais caprichados e o destaque vai para o peixe frito com arroz de cuxá — uma combinação típica do Maranhão que caiu muito bem depois das trilhas e do banho de poço.

Há também uma lanchonete, banheiros limpos, duchas e um redário convidativo para relaxar sem pressa.

Quem quiser estender a experiência pode se hospedar nos chalés do próprio complexo.

Eles são equipados com ar-condicionado, frigobar, tevê e banheiro privativo, ideais para quem busca conforto em meio à natureza.

A área de lazer é grande, com piscina, quadra de beach tennis, salão de jogos e espaço para piqueniques e recreação — boa pedida para famílias com crianças.

Além disso, tem atividades como tirolesa, rapel e stand up paddle, e até programas de educação ambiental. O ambiente é tranquilo, acolhedor e atrai desde casais em busca de sossego até grupos de amigos que querem aproveitar tudo que a Chapada das Mesas tem a oferecer.

Quanto custa

A entrada para visitar o Poço Azul custa R$ 80 por pessoa. Estudantes, idosos e moradores da região têm direito à meia-entrada, no valor de R$ 40, mediante apresentação de documento comprobatório.

Esse valor dá acesso a todas as atrações naturais do complexo, incluindo o Poço Azul, cachoeiras, trilhas e áreas de descanso.

Além disso, o complexo tem atividades extras, como tirolesa e rapel, que podem ter custos adicionais. Os valores dessas atividades variam e podem ser consultados diretamente na recepção ou no site oficial do Poço Azul.

Para refeições, o restaurante do complexo funciona no sistema self-service, com o preço por quilo em torno de R$ 69,90. Há também opções de lanches e bebidas na lanchonete.

Quando ir

A melhor época para visitar o Poço Azul na Chapada das Mesas vai de maio a setembro, durante o período seco.

Nesses meses, o céu costuma estar aberto, as trilhas ficam mais acessíveis e a coloração da água se mantém cristalina — perfeita para banho e fotos. É também quando o poço revela seus tons azul esverdeados com mais intensidade, graças à incidência direta do sol.

No período chuvoso, entre dezembro e março, a paisagem muda um pouco. A água pode ficar mais turva, o solo das trilhas fica escorregadio e a estrada de acesso, que tem um trecho de terra, pode exigir mais atenção.

Ainda assim, o complexo segue funcionando normalmente, então, com planejamento, dá para visitar fora da alta estação.

Se a ideia for fugir do movimento,  evito feriados nacionais e período de férias escolares. 

O Poço Azul abre todos os dias, das 9h às 17h, com entrada permitida até 15h30. Vale a pena chegar no fim da manhã para aproveitar o melhor horário de sol sobre a água, entre 10h e 14h.

Perguntas frequentes

Preciso de guia para visitar o Poço Azul?
Não. A visita ao Poço Azul pode ser feita de forma autônoma. O trajeto até o poço é sinalizado e tranquilo, sem necessidade de acompanhamento. No entanto, agências de turismo oferecem roteiros que combinam o Poço Azul com outras atrações próximas, o que pode ser interessante para quem quer aproveitar o dia ao máximo.

É permitido entrar na água com protetor solar?
Não. Para preservar a qualidade da nascente, o uso de protetor solar, bronzeador e repelente é proibido antes do banho. A regra é reforçada na entrada do complexo e durante as orientações iniciais. Há duchas disponíveis para quem precisar se enxaguar antes de entrar na água.

A trilha até o Poço Azul é difícil?
A trilha é considerada leve. São cerca de 800 metros de caminhada em um percurso bem cuidado, com passarelas de madeira em vários trechos. O caminho tem sombra e é acessível para pessoas com preparo físico básico, incluindo crianças e idosos.

A água é muito fria?
Sim, a água é fria — a temperatura média gira em torno dos 22 graus — mas é suportável. O mergulho é revigorante e, após alguns minutos, o corpo se acostuma. Em dias quentes, a sensação costuma ser bastante agradável.

Posso levar comida ou bebida para a área do poço?
Não é permitido levar alimentos ou bebidas para a área do poço. Há espaços adequados para refeições e descanso dentro do complexo, incluindo restaurante e lanchonete.

O Poço Azul é seguro para crianças?
Sim, desde que acompanhadas e usando colete salva-vidas — que é disponibilizado no local. Algumas áreas do poço são profundas, então o acompanhamento de um adulto é fundamental. Também há cachoeiras com piscinas rasas dentro do complexo, mais indicadas para os pequenos.

Qual é o melhor horário para visitar?
Entre 10h e 14h. Nesse intervalo, a luz do sol incide diretamente sobre a água e realça a coloração azul esverdeada do poço. É também o período com melhor visibilidade para quem pretende usar snorkel ou fazer fotos.

O Poço Azul funciona o ano todo?
Sim. O complexo abre diariamente, inclusive em feriados. O horário de funcionamento é das 9h às 17h, com entrada permitida até 15h30. Nos meses de chuva, o visual pode mudar e o acesso por estrada de terra exige mais atenção, mas a visita é possível com planejamento.