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Viaduto 13: conheça o viaduto ferroviário mais alto das Américas

Atualizado em 10 de janeiro de 2024 – POR ALTIER MOULIN

Viaduto 13

Muçum é uma cidadezinha pequena no interior do Rio Grande do Sul. Carinhosamente chamada de Princesa das Pontes, logo se percebe que a paisagem verde da mata, que desce as encostas, é interrompida pelo cinza do concreto de grandes construções que parecem levar nada a lugar algum. Mas, não é bem assim.

Construídos na época em que os militares comandavam o Brasil, esta série de viadutos e pontes completa o trajeto da Ferrovia do Trigo, que liga as cidades gaúchas de Roca Sales e Guaporé.

Embora minha viagem tenha começado em Muçum, o  Viaduto 13 fica em Vespasiano Corrêa,  cidade que se desenvolveu com o trabalho dos imigrantes italianos.

Viaduto 13: conheça o maior viaduto brasileiro e o mais alto das Américas

O Viaduto 13

Também chamado de Viaduto do Exército, o Viaduto 13 tem 143 metros de altura e 509 de extensão.

Ele é o viaduto ferroviário mais alto das Américas e um dos mais altos do mundo: atualmente, só perde para o viaduto Mala Rijeka, que fica em Montenegro. Mas, em dezembro de 2021, deve ser inaugurada a ponte ferroviária sobre o rio Chenab, na Índia, que passará a ocupar o primeiro lugar da lista.

Com todas essas medidas e ocupando uma posição de destaque no ranking mundial, o Viaduto 13 virou atração turística de Vespasiano Corrêa.

História do viaduto

O viaduto foi construído pelo Primeiro Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro, que ficava na cidade de Lajes, em Santa Catarina. A construção aconteceu na década de 1970, mas o projeto já estava pronto desde o final da Segunda Guerra Mundial.

Durante a obra, sugiram muitas histórias sobre o número de mortos envolvidos na construção. Aliás, isso sempre acontece em obras gigantescas como essa.

Foto: André Prati

Oficialmente, os registros mostram que além de dois militares, oito funcionários da empresa estatal, que acompanhava as obras, também se acidentaram, sendo que seis morreram.

Porém, a história que contam alguns moradores da região é um pouco diferente.

Eles afirmam que dois soldados do Exército Brasileiro foram sepultados dentro de uma das colunas: eles caíram lá dentro enquanto trabalhavam e nunca foram encontrados.

Inaugurado pelo presidente do Brasil naquela época, Ernesto Geisesl, desde então, passou a ser um orgulho da engenharia brasileira.

Mais recentemente, se tornou o mais importante ponto de visitação da cidade de Vespasiano Corrêa.

Mas, por que o nome Viaduto 13? É porque ele é o décimo terceiro viaduto de uma sequência que começa no centro de Muçum.

O passeio sobre o Viaduto 13

Para chegar até à base do Viaduto 13, sigo pela estrada de chão que parte de Muçum. Ao meu lado, plantações de soja se revezam com o milho que cresce sob um sol escaldante.

Estamos na entressafra do fumo, produto que move a economia de toda a região e que garante o sustento de gerações de colonos.

Pelo caminho, tantos outros viadutos aparecem. De longe, penso se tratar do mais famoso deles, mas me engano.

Quando chego à base do Viaduto 13, a sua grandiosidade se mostra majestosa.

Entre seus pilares centrais corre um tímido riacho que vai se desviando das pedras até se unir ao Rio Guaporé e suas águas barrentas.

Todo o trajeto até a base do viaduto pode ser feito de carro. Então, aproveito as sombras das árvores para parar o carro.

E se o trem aparecer?

Atualmente,  não é mais permitido subir no viaduto ou passar pelos túneis,  mesmo assim a cada dia, novos aventureiros chegam a Vespasiano Corrêa para atravessar os vãos do Viaduto 13 a pé, mesmo com placas avisando que isto pode ser perigoso.

Os avisos não são por acaso.

É que o trem ainda corre sobre estes trilhos. Inclusive, há passeios super interessantes.

Aproveite as cascatas

Debaixo do Viaduto há um apequena cascata onde algumas pessoas se refrescam do calor. Dela dá para ver o Viaduto 13 de um ângulo diferente, refletido nas águas do pequeno riacho.

Como visitar o Viaduto 13

Como chegar

Vespasiano Corrêa está a 175 quilômetros de Porto Alegre e fica às margens da rodovia RS-129. Apesar de estar a 695 metros acima do nível do mar, no verão o calor por aqui pode ser insuportável. O Viaduto 13 fica a oito quilômetros do centro da cidade. No trecho há cobrança de pedágio a R$ 4,60.

Onde comer

Em Muçum, antes de seguir para o Viaduto 13, almoce no Kiosque. Esse restaurante fica na praça da cidade, em frente à Igreja Matriz, e tem suas mesas espalhadas pelas sombras de grandes árvores.

Peça uma deliciosa Alaminuta, um prato muito bem servido com arroz, feijão, ovo frito, bife e salada de legumes. Não pense que é comida demais, pois você precisará de energia extra para essa atividade.

Viaduto 13

Quanto custa

O acesso ao Viaduto 13 é gratuito. Para visitar a cascata que avistamos lá do alto, é preciso ir até o Camping da Nei. Porém, se quiser acampar por aqui vai ter que pagar pela diária. Na chegada ao viaduto algumas lanchonetes e bares que vendem petiscos, refrigerantes e outras bebidas.

Veja mais dicas do Rio Grande do Sul

Ficou mais fácil planejar sua viagem? Se tiver alguma dúvida, deixe sua pergunta nos comentários que eu respondo.

Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver mais dicas do Rio Grande do Sul.

SOBRE O AUTOR

COMENTÁRIOS

94 respostas

  1. Pode ir tranquila grávida, minha esposa foi sem dificuldades pois n tem ladeira nem escalada é tudo acessível de carro ! Só estrada é de chão

  2. Oi, Débora.
    Não exige muito esforço físico, apenas um apequena subida, bem tranquila.
    Um abraço.

  3. Oi, alguém sabe como é o acesso para subir no viaduto? Tem q “escalar”? É recomendado para mulher grávida? Exige grandes esforços físicos?

  4. Sim…Na RS-129 entra-se à esquerda no entroncamento (que para a direita vai para o centro de Muçum) e à esquerda, vindo de Encantado em direção à Guaporé, tem uma placa “Viaduto 13”, com 17,2 Km de estrada de chão.

  5. Parabéns pelo relato Altier !
    Seguindo mais uma vez tuas dicas, estivemos neste final de semana, visitando o viaduto 13, esta majestosa obra de engenharia que se tornou atração turística na pequena cidade de Vespasiano Corrêa.
    Bem interessante e completo o relato que nos inspirou a conhecer aquele belo local.
    Só ficamos em dúvida se o nome do rio que tangencia o viaduto é o rio Guaporé, pois acreditamos que seja o rio Taquari.
    Mais uma vez agradecemos as dicas e continuaremos seguindo este que, na nossa opinião, é um dos melhores blogs de viagens que existe.

  6. Parabenizo o Altier pela qualidade do texto e das imagens. Ele evidenciou um local de imenso potencial turístico, talvez, desconhecido pelos brasileiros. Mas quero destacar a relevância da engenharia do 1° Batalhão Ferroviário do Exército Brasileiro, que há 40 anos ergueu o Viaduto 13, sem os recursos técnicos existentes hoje. E, sobremaneira, sem licitações fraudulentas, sem superfaturamento, expressão muito conhecida hoje pela corrupção que se entranhou nas obras públicas. No ano passado, estiveram no local alguns remanescentes daquela época, durante a comemoração de quatro décadas de fundação do Viaduto. Sem dúvida, a partir dessa matéria decidi em conhecer o lugar.

  7. Oi, Alicia.

    De acordo com o relato de viajantes que estiveram no local, não é mais possível fazer caminhada que atravessa o túnel. Você poderá, apenas, contemplar o Viaduto.

    Um abraço.

  8. oi, afinal o q é q está interditado? Dá tra subir no viaduto ou não? Dá pra passar pelo viaduto?
    um abraço

  9. Olá tenho muita vontade de conhecer mas me disseram que está interditado, gostaria de saber até que ponto estaria interditado.
    Abraço, obrigada.

  10. Olha, essa é uma boa pergunta. 😉

    Imagino que seja bom ficar atento aos avisos sonoros e sair da linha férrea usando alguns refúgios construídos na lateral.

    Um abraço.

  11. Não entendi seu comentário, Luís.

    Eu cito no texto a seguinte frase: “Todo o trajeto até o viaduto pode ser feito de carro”.
    E sobre o rapel, o que disse foi: “Embora não autorizados, alguns aventureiros costumam fazer rapel no vão central do Viaduto 13”.

    Acho que você não leu direito. Um abraço.

  12. Desculpa amigo, mas até o viaduto dá pra ir de carro sim e tem uma empresa de rapel que cobra R$ 60,00 para descer.

  13. Oi, Ivana.

    Dá pra fazer o passeio o ano inteiro, mas esteja preparada para o frio. 😉

    Um abraço.

  14. Boa tarde! Muito legal o blog!
    Você acha tranquilo fazer esse passeio no inverno, ou aconselha uma temperatura mais amena?

  15. Grande post Altier, parabéns!

    Só fiquei com uma dúvida em relação ao Rapel, vi que vc mencionou que não é autorizado, mas durante todo o final de semana há praticantes para a realização da prática lá sabe sobre essa informação?

  16. Oi, Bia.

    Acredito que sim. A trilha não é longa e há sombras. Vá com calma, respire e não desista. 🙂

    Um abraço.

  17. Altier… parabéns pelo blog fantástico… vc acha que uma pessoa gordinha consegue fazer a trilha que da acesso ao v13 … tem partes ingrimes demais?

  18. Oi, Jessica.

    Há um pequeno trecho de terra batida sim, mas não me lembro a quilometragem.

    Um abraço.

  19. De Porto alegre até o local é preciso pegar estrada de chão? Se tiver ,qntos quilômetro de chão batido será?

  20. Interessante e sublime, um dos marcos da engenharia brasileira construir um dos viadutos mais altos do planeta, tudo para carregar trigo, soja e outros tantos produtos agrícolas.
    Em breve essa ferrovia conduzirá passageiros/turistas, pois os prefeitos da região estão se mobilizando para implantar o “Trem Turístico dos Vales” ligando o Vale à Serra Gaúcha (até Guaporé), colocando estações e atrativos durante todo o passeio, ainda não há uma data definida para começar o projeto, mas as empresas que detém os trilhos já liberaram e em breve devem começar as obras que trarão mais um passeio turístico ao RS.

  21. Oi Isabel,

    Não há um horário certo para o trem passar, por isso é preciso ficar atento aos avisos sonoros. Informe-se com os moradores da região, se tiver dúvida.

    Um abraço.

  22. Olá!

    Vi a foto de um conhecido no facebook nos trilhos e achei o lugar muito interessante. Sábado, se o tempo estiver bom, irei com meu marido visitar. Mas fiquei um pouco preocupada, pois ainda passa trem lá.
    Como faz se eu estiver atravessando os trilhos? Tem um que não tem proteção!

  23. Estivemos lá no mês passado, e é um monumento fantástico, a gente para pra pensar em como o viaduto foi construído, na história do lugar, o local é muito aconchegante, os visitantes são educados e com bons hábitos, internet wifi no local, cachoeira é linda, só não ficamos para acampar, mas acredito que seja uma delícia ficar ali.
    Gostaríamos de subir na ponte, mas vai ficar para outra oportunidade.

  24. Oi Cristiano,

    Não tem hotel, não tem nada… rs. Se quiser ficar hospedado por aqui você pode acampar – como eu conto no texto – ou ficar em Muçum.

    Um abraço.

  25. Além de ser muito linda a vista, a água geladinha de setembro é muito boa. Vista impressionante. Com relação ao rappel, eu realizei, é muito bom!! Pendurada pela “cordinha” você vê o quanto é pequenino perto da grandeza da natureza! Vale a pena ir!

  26. Boa tarde, uma pergunta… o viaduto em toda sua extensão possui mureta ou alguma parte não possui? creio que a falta da mureta venha ser arrisco a travessia, tenho vontade de ir…

    Obrigada.

  27. Que ótimo que gostou, Ellen. Escrevo com muito cuidado pensando justamente em ajudar as pessoas a viajarem mais e melhor.

    Um abraço.

  28. Quero parabeniza-lo pelo blog! Todas postagens são lindas e dá ainda mais vontade de sair sem rumo e conhecer esse mundo maravilhoso que esta a nossa disposição! Conheci alguns lugares e dicas descritos no teu blog e simplesmente me apaixonei por cada um deles! 🙂

  29. Olá, Altier!
    Parabéns pelo blog!
    Sou de Santa Cruz do Sul, estarei por São Leopoldo e gostaria de visitar o V13, te pergunto:
    -Tens outras indicações de pontos turisticos legais nessa rota (São Leopoldo, Vespasiano a Santa Cruz do Sul)?

    Abraço.

  30. Oi Sérgio,

    Não, o carro não vai até o Viaduto. Quanto à chuva, isso depende de você,né?! Algumas pessoas se incomodam com ela e outras não.

    Um abraço.

  31. Olá,

    Tem como ir com o carro até em cima do viaduto ou tem que deixar o carro embaixo e subir a pé? Estava pensando em ir agora no sábado dia 18 de julho. Será que com essa chuva tem algum problema?

  32. Oi Iandre,

    O trecho que passa por Muçum é asfaltado, mas o calçamento acaba logo que entra em Vespasiano. Dessa cidade direto para o Viaduto há duas opções de rotas e em ambas a estrada não tem calçamento, mas dá pra ir tranquilo.

    Um abraço.

  33. Tudo bem, Altier?
    Minha vó paterna mora em Vespasiano, vou para lá quase todos os finais de semana, e quando levo um amigo para lá, levo para conhecer essa maravilha que já conheço há tempo. Esse seu blog vai me ajudar para um trabalho escolar. Muito bom.

    Abraço.

  34. Boa tarde,
    Bacana as informações do blog.
    Gostaria de uma informação: sabe me dizer se há uma estrada saindo da cidade de Vespasiano Correa até o Viaduto 13?
    Olhando pelo Google Maps me parece que há uma estrada, mas é transitável para carros?
    Abraço,

  35. Oi Juliano,

    O acesso é muito fácil e há um restaurante exatamente embaixo do Viaduto. Você pode deixar sua moto lá tranquilamente.

    Um abraço.

  36. Olá, estou afim de fazer uma viagem de moto pelo RS, saberia me dizer se o acesso é fácil, e se tem locais onde possa deixar a moto (restaurantes, pousadas, etc.) Ótima matéria!!! Parabéns 😀

  37. Oi Roger,

    Valeu pelo elogio. Infelizmente não há transporte de passageiros no trem que passa pelo Viaduto 13.

    Um abraço!

  38. Cara, esse blog é fantástico, para não dizer outra coisa.

    Enfim, eu queria mesmo era passear de trem pelo V13. Tu sabe me dizer se isso é possível?

    Abraço.

  39. Oi Gérson,

    É demais, não é mesmo? Obrigado por sua participação e pelas dicas.

    Um abraço!

  40. Não deixem de conhecer, é espetacular.

    Quem for por Muçum, aproveite e chegue no mercado CA, logo a esquerda que entra na cidade e fale com o senhor Luis Geraldine, proprietário do mercado. Este senhor trabalhou na construção do V13 entre outros tantos. Ele possui um acervo de fotos da obra, além de um diário sobre todos os dias do inicio ao fim da construção. A propósito, segundo ele, a história de que haveria pessoas sepultadas nos pilares é folclore. Isso não aconteceu. Pelo menos não no V13 e não da forma como contam.

    Levem uma boa lanterna, pois para cruzar o túnel somente com o auxilio de uma lanterna, pois é um breu absoluto.

  41. Sandra, pode incluir o Viaduto 13 no roteiro por minha conta. Garanto que não vão se arrepender.

    Um abraço!

  42. Estaremos viajando de carro agora em março e abril e seu blog está nos animando a ir conhecer o Viaduto 13.

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