Atualizado em 4 de dezembro de 2018
A civilização que habitou a região do altiplano peruano, onde hoje está a pequena cidade de Nazca, ficou famosa pelos gigantescos geoglifos que produziu em uma área de cerca de 500 quilômetros quadrados, no meio do deserto. Essas figuras geométricas de animais e de plantas se espalham por todas as direções, e a única forma de observá-las é do alto. Por isso, se você quer conhecer esse grande mistério da humanidade, eu lhe dou as dicas de como sobrevoar as Linhas de Nazca.
Declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1994, as Linhas de Nazca se tornaram a atração principal da cidade de Nazca. Espalhadas pelo planalto árido entre os rios Nazca e Ingenio, essas enormes representações de padrões geométricos, animais, figuras humanas e linhas perfeitamente retas intrigam quem chega por aqui. Eu, que sou apaixonado por destinos exóticos, inclui a cidade em meu roteiro exclusivamente por causa das Linhas.
Nazca é uma cidade frequentemente atingida por abalos sísmicos. Durante a madrugada, acordo e sinto o chão tremer, as janelas batem, mas demoro para dar conta do que estava acontecendo. Pela manhã, confirmo minha suspeita: um terremoto, que alcançou 5.1 graus na escala Richter havia sacudido a cidade enquanto dormia. Há 12 anos, Nazca foi abalada por um tremor que destruiu boa parte dos seus prédios. Atualmente, reconstruída, ela é a base segura para quem deseja sobrevoar as Linhas de Nazca.
Como é o sobrevoar as Linhas de Nazca
As imagens são tão grandes que são apenas percebidas do alto, fato que levou à especulação de que o antigo povo nazca tivera acesso a balões de ar quente, ou que teriam sido ajudados por alienígenas. Entretanto, a comunidade científica atribui a precisão das linhas às técnicas de levantamento de baixa tecnologia, mas ninguém sabe quem fez e por quê.
Os aviões que sobrevoam as linhas partem do Aeroporto Maria Reiche Neuman (NZC). Durante aproximadamente 40 minutos de voo, é possível ver, pelo menos, onze das mais famosas figuras. Entre elas o colibri, o macaco, a baleia, o cachorro e a aranha.
Embora seja rápido, algumas pessoas passam mal durante o passeio – enjoo e vômito são mais comuns – porque que o monomotor faz seguidos movimentos para os lados, e fica voando em círculos sobre o desenho com o objetivo de proporcionar a melhor visão para os passageiros.
Os desenhos das Linhas de Nazca
Ao sobrevoar as Linhas de Nazca, a primeira figura que você vai ver é a baleia, uma enorme divindade marinha localizada no lado oeste do complexo arqueológico. Depois, aparecem algumas figuras geométricas. Esses trapezoides têm, pelos menos, dois quilômetros de largura e, segundo estudiosos, eram usados como caminhos para cerimônias religiosas. em datas consideradas importantes para os nazca.
Há poucos quilômetros está a figura que mais assombro causou: o astronauta. Diferente das outras figuras, o astronauta foi desenhado sobre o topo de um pequeno morro. Seu corpo está em direção ao sul e, segundo estudiosos, ele não representa um astronauta e sim um xamã, alguém com poderes mágicos e que podia adivinhar o futuro.
Depois, você vai sobrevoar a figura do macaco, um enorme desenho que mede 90 metros. Em seguida, é hora de observar a figura do cachorro que está localizada a poucos metros do macaco. Algumas pessoas dizem que esta figura não é o desenho de um cachorro, e sim de uma raposa.
Continuando o sobrevoo, na parte oeste é possível observar uma das figuras mais bonitas: o colibri. Segundo pesquisadores, esta figura era uma maneira de saber quando estava próxima a chegada do verão, pois o bico da ave está apontado para a direção do nascer do sol. Isso quer dizer que o colibri era uma ave que aparecia somente no verão.
Depois do colibri, observo a figura da aranha, que chega a medir 46 metros. A poucos metros está localizada a figura do condor, ave símbolo da Cordilheira dos Andes.
A próxima figura está localizada no vale. O flamingo tem 300 metros de comprimento. Depois você vai ver a figura do papagaio, um belo desenho em sua forma mais elegante. Em seguida, vai sobrevoar a rodovia onde estão localizadas as figura da mão e da árvore. Observando com atenção, perceba a figura de um lagarto, bem perto da figura da árvore.
Depois de ver as linhas do alto, é hora de chegar mais perto delas. Na rodovia que corta o deserto, a Carretera Panamericana Sur, há um mirante de onde é possível ver algumas das figuras mais de perto.
Programe-se para sobrevoar as Linhas de Nazca
Quanto custa | Um assento no avião monomotor com cinco lugares custa em torno de USD 100. Além disso, é cobrada uma taxa aeroportuária de PEN 25.
Quem leva | Na alta estação, entre julho e agosto, e também durante os meses de dezembro a fevereiro, é indispensável fazer sua reserva com certa antecedência. Especialmente se você estiver com pouco tempo. A cidade está cheia de hotéis e agências de turismo que oferecem pacotes para sobrevoar as Linhas de Nazca. Estas são as principais empresas que fazem o sobrevoo: Aeroandina, Aeronasca, Aeroparacas e Alas Peruanas.
Quando ir | Para você ter uma ideia, Nazca é conhecida como a cidade do verão eterno. Por aqui, o clima sempre é quente, seco e os dias são ensolarados. A temperatura média anual é de 23 graus, mas entre os meses de janeiro e março ela pode superar os 30.
Se durante o dia você vai sentir calor, prepare-se para o frio da noite: as temperaturas podem cair até 15 graus. Nazca está rodeada por um dos desertos mais secos do mundo, onde chuva é realmente coisa rara. O mês mais seco é setembro e janeiro é o mês com mais possibilidade de chuva.
O Peru, de forma geral, é um país propício a terremotos, embora a maioria deles seja de baixa intensidade. Mesmo sem representar risco de morte, os turistas podem se assustar ao sentirem a terra tremer. O terremoto mais potente que atingiu Nazca aconteceu em 1996 e alcançou 7.7 graus na escala Richter.
Como os dias por aqui são sempre ensolarados, você pode programar sua viagem para qualquer época do ano. Em março, quando é feita a colheita da uva, acontece o Festival Internacional da Vindima na cidade de Ica, a maior e mais importante da região.
Como chegar | Nazca fica a 453 quilômetros ao sul de Lima. Seguindo de carro pela Carretera Panamericana, os primeiros 200 quilômetros são duplicados e praticamente retos e planos. Nesse trecho, o visual é bastante interessante. Você estará cercado pelo deserto com dunas gigantescas. Existem quatro postos de pedágio nesta rota.
Há ônibus partindo das principais cidades peruanas com destino a Nazca. De Lima partem ônibus diários da Cruz del Sur e da Oltursa. Como Nazca é uma cidade pequena, não há uma estação de ônibus adequada. Para saber mais, leia: Empresas de ônibus no Peru.
O aeroporto mais próximo é o Aeroporto Capitão FAP Renán Elías Olivera (PIO), que fica a 220 quilômetros. O Aeroporto María Reiche Neuman (NZC), de onde partem os aviões que fazem o sobrevoo, opera apenas para empresas de táxi aéreo.
Onde ficar | Não há exatamente uma região mais adequada para ficar hospedado em Nazca. Como a cidade é pequena, se locomover por aqui será fácil e barato. Assim como em várias outras cidades do Peru, você pode contar com um hotel da rede Casa Andina. Sinônimo de qualidade e bom atendimento, o Casa Andina Standard Nasca fica bem perto da Plaza de Armas e do comércio.
O Casa Hacienda Nasca Oasis é um hotel mais simples e também mais barato. Ele tem quartos com vista para os Andes e fica bem próximo ao Centro. Um táxi daqui para qualquer bom restaurante da cidade custa PEN 10. Quando estive em Nazca, eu escolhi o Anccalla Inn. Ele fica a apenas três quadras da Plaza de Armas e tem um atendimento agradável.
Em Nazca, as opções de hospedagem são bem similares e com preços bem próximos. Ainda assim, sempre há uma melhor opção para cada tipo de viajante.
Reserve já o seu hotel em Nazca e garanta os melhores preços.
Saúde | O seguro viagem não é obrigatório, mas eu não aconselho que você viaje sem ele. Isso porque, é muito comum ser afetado pelo mal de altitude. Saiba como comprar seu seguro viagem com desconto. Veja mais dicas em: Dicas para cuidar de sua saúde no Peru.
Visto e documentos | Brasileiros não precisam de visto para entrar e permanecer no Peru por até 90 dias. Na chegada, você poderá apresentar a carteira de identidade, desde que ela tenha sido emitida há menos de dez anos e que esteja em bom estado de conservação, ou o passaporte.