O arquiteto Rommel Ramalho é apaixonado pela natureza. Ele visitou o sul do País e fez a Trilha do Boi, no Cânion Itaimbezinho, uma experiência que, como ele mesmo diz, vale para a vida toda.
Rommel sempre teve um olhar especial para as coisas bonitas do mundo. Mas, como ele mesmo conta, foi a sua formação acadêmica que o estimulou a desenvolver uma fascinação ainda maior pelo belo.
E foi viajando em contato com a natureza que ele encontrou a perfeição.
Sempre fui apaixonado por viagens de todos os tipos. De férias, de negócios, mais cultural e até religiosa. De uns anos pra cá, tomei consciência de que o ecoturismo batia no mais profundo do meu coração e me levava a lugares que transcendiam o simples e o óbvio fato do conhecimento superficial e da visitação”, conta.
Rommel, que mora em Fortaleza, a capital do Ceará, lembra que além das praias paradisíacas espalhadas pela costa do seu estado, há também inúmeras formações montanhosas.
Dessa vez, a sua aventura começa no Rio Grande do Sul, bem longe dessa terra ensolarada.
Embarquei cedinho em Fortaleza no primeiro dia de agosto. Foi propositalmente depois do mês de férias escolares, e ainda em pleno inverno pra usufruir do friozinho típico da região. Cheguei em Porto Alegre no meio da tarde. Ainda deu pra visitar a Fundação Iberê Camargo que é a primeira obra do consagrado arquiteto português, Alvaro Siza Vieira, na América do Sul. Fantástico!”, se entusiasma o nosso amigo viajante.
Neste artigo, eu vou explicar sobre:
Parques Nacionais
Na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão dois Parques Nacionais: o de Aparados da Serra e o da Serra Geral. Eles protegem uma área de 30.360 hectares e têm uma paisagem cheia de cânions, vales e platôs.
Uma característica bem peculiar são os paredões de rocha que chegam a 980 metros de altura. É por causa desses paredões que o Parque ganhou o nome de Aparados da Serra, pois os paredões verticais parecem ter sido aparados com faca, quando comparado a outras formações rochosas da região.
O Parque Nacional da Serra Geral foi criado em 1992, e tem 17.300 hectares. Suas principais atrações são as trilhas do Mirante do Cânion Fortaleza, da Pedra do Segredo e da Borda dos Cânions.
Rumo a Cambará do Sul
No dia seguinte, Rommel alugou um carro e tomou o rumo das serras gaúchas com destino a Cambará do Sul. A cidade fica a 180 quilômetros de Porto Alegre.
No caminho, passou por São Francisco de Paula, que com de São José dos Ausentes integra um verdadeiro patrimônio natural na região que é conhecida como Campos de Cima.
É nessa região, já na fronteira do Rio Grande do Sul com Santa Catarina que está o maior conjunto de cânions do Brasil. Um lugar privilegiado para o turismo de aventura e para o ecoturismo.
Aqui, chega quem gosta de trilhas na mata, vento frio no rosto e banho de rio.
Dois parques nacionais concentram as principais trilhas e pontos de visitação nessa região. No Parque Nacional de Aparados da Serra está o cânion Itaimbezinho, cujos paredões chegam a 720 metros de altura.
No Parque Nacional da Serra Geral, a falta de estrutura não diminui o deslumbramento diante do cânion Fortaleza. Este é mais alto e maior do que o Cânion Itaimbezinho.
Em Aparados da Serra, as trilhas do Vértice e do Cotovelo são sinalizadas e protegidas com cercas na beira dos precipícios. Já na Serra Geral, quem vai pela primeira vez precisa de um guia.
Especialmente se os planos incluem espichar o passeio até a cachoeira do Tigre Preto. Para conhecer os cânions mais distantes, como Churriado e Malacara também é indicado um guia.
Cânion Itaimbezinho e a Trilha do Rio do Boi
Ita-imbé é nome indígena para pedra cortada. Essa é uma definição exata para as arestas verticais do Itaimbezinho. Os passeios em grupo para esse cânion costumam partir pela manhã, quando a paisagem fica mais nítida.
Durante a tarde, aumentam os riscos de nevoeiro, ou viração, como o fenômeno é chamado.
Para aproveitar o seu passeio com tranquilidade contrate um guia. Ele é importante, sobretudo, no quesito segurança. O turismo de aventura envolve riscos, quedas, trechos inóspitos e até sustos com animais selvagens.
Os guias sabem cortar caminhos, mostrar ângulos surpreendentes e escolher as pedras mais firmes na hora de transpor riachos.
Em qualquer época do ano, cavalgar é um ótima programação nos campos de cima da serra. Na cultura gaúcha, o cavalo está associado à ideia de liberdade, de partir com pouca bagagem e conseguir chegar a recantos aonde um automóvel não chega. No alto das coxilhas e na beirada dos cânions, por exemplo”, sugere.
Descendo aproximadamente 900 metros de altitude até a BR-101, Rommel chega a Praia Grande, em Santa Catarina. É hora do nosso amigo aventureiro entrar na trilha que percorre as margens do Rio do Boi. Aqui, ele experimenta o desafio de vencer todas as suas dificuldades.
Os moradores da região contam que o nome Trilha do Boi se dá pelo fato de que alguns gados costumavam despencar dos paredões. Isso na época em que a região ainda não era protegida ambientalmente.
“Saímos bem cedo e nos dirigimos ao Posto de Informações e Controle. Lá iniciamos uma caminhada na mata por cerca de uma hora até atingirmos o ponto da margem do rio. Este é considerado ponto ideal para iniciarmos a trilha. Paramentamo-nos com capacete para prevenção de pancadas na cabeça no caso de alguma queda. Também usamos polainas para proteção de picadas de cobra, pois a nossa travessia seria quase totalmente pelas pedras das margens do rio. Eventualmente seria necessária a travessia do rio, no momento em que ele toca os paredões obrigando a caminhada na margem oposta”, diz.
A foto de grupos de mãos dadas no momento da travessia é tirada nessa trilha. Essa é a imagem mais explorada pelas empresas que divulgam o turismo pelos cânions.
A paisagem dessa maravilha da natureza aliada ao sentimento de união e superação que a foto transmite é fantástica. “Sem meias palavras, foi sensacional, empolgante mesmo”, lembra.
Embora a empolgação seja quase incontrolável, só é permitido que os aventureiros caminhem até um determinado ponto do rio. Isso acontece para que haja tempo suficiente de retornar com segurança.
É proibido pernoitar no Parque.
Parabéns Altier, o site é belíssimo com ótimas dicas de turismo no nosso estado, e que explicação corretíssima passada ao Ismael, o ser humano pensa somente no seu conforto ao conhecer uma bela paisagem, mas não pensa que está bela paisagem está desta forma tão preservada justamente por manter quase intocável pelo homem.
Obrigado, Amanda. Apareça mais vezes.
Um abraço.
O lugar deve ser lindo. não consegui ver nada nos 2 dias em q estive lá! Nublado, chuviscando.As estradas de acesso acabam com o carro e a nossa paciência. Os funcionários do parque São gentis mas não resolve. Paguei e não vi! Não sei se volto
Isso acontece mesmo, Neusa.
É uma região de muita neblina.
Eu consegui fazer tudo e ver tudo sem problemas.
Um abraço.
Muito legal os cânions, porém os governantes deveriam asfaltar os 17 km de Cambará do Sul até o Parque Aparados da Serra. A estrada é horrívellllll. Pedageie, se for o caso. Garanto que vai aumentar o fluxo de visitantes. Valeu!
Oi Ismael,
Neste caso o problema não está na ausência de uma ação dos governos. Asfaltar uma estrada dentro de um parque requer muitos cuidados. Isso sendo feito, haverá aumento no fluxo de veículos, aumento na velocidade com que os carros passam pela estrada e, consequentemente, haverá aumento no número de animais atropelados. A decisão de não asfaltar a estrada é justamente para manter o cenário mais natural, com menos interferência humana. Nossos carros sofrem, mas a natureza agradece. E, aqui, é ela quem manda.
Espero que tenha compreendido.
Um abraço.
Quanto menos visitantes, mais a natureza agradece.
Concordo. E os que forem, que sejam conscientes de onde estão.
Um abraço.