Atualizado em 23 de abril de 2020
Oficialmente ele é Vitoriano Veloso, mas todo mundo conhece esse distrito de Prados, em Minas Gerais, como Bichinho. E é assim que ele ficou famoso ao produzir e espalhar por todo o país um tipo de artesanato bastante peculiar e de muito bom gosto.
Para perceber a importância que esse artesanato tem na vida desse povoado, só preciso caminhar poucos metros. Hoje, a cidade é um bando de casas antigas que se transformaram em lojinhas e fabriquetas de produtos artesanais que vão de doces caseiros a bordados, pinturas e esculturas mais elaboradas. Aqui, as peças e pinturas nascem do aproveitamento de materiais de demolição como madeira, ferro, lata, plásticos e tecidos.
É aqui também, um pouco afastada do centro, que está a Oficina de Agosto, um grande ateliê onde o artista plástico Toti, que trocou Embu das Artes pelo pequeno povoado mineiro, cria suas preciosas obras.
Toti é um daqueles homens com alma de artista e é fácil perceber que o produto de seu trabalho é mais do que o resultado de um ofício. Esse paulista que se apaixonou pelas belezas de Minas Gerais parece emprestar um pouco de sua vida às suas obras e assim ele espalha seu jeito simples de viver para os quatro cantos do mundo.
Foi com sua forma de pensar que Toti me impressionou em dois momentos: o primeiro, ainda em seu ateliê, foi quando vi uma folha pendurara em um varal improvisado onde li: “paz, saúde, uma casinha e uma comidinha boa todos os dias…”. Assim, Toti resumia o que queria da vida.
O segundo momento, esse já em Tiradentes, foi na casa do artesão. Próximo à campainha há um aviso para não insistir depois de três vezes. Toti parece ser um sujeito que pratica a arte de procrastinar. Para ele, sempre há coisas mais importantes a serem feitas e decididas. Quando teve que escolher o nome de sua marca e de seu ateliê, por exemplo, ele preferiu não gastar energias e simplesmente escolheu agosto, o mês vigente na ocasião.
Para conhecer o artesanato a Bichinho
Como chegar | Bichinho fica entre as cidades de Tiradentes e Prados. Para quem sai de Tiradentes, são 8 quilômetros de estrada com trechos sem calçamento. Para quem sai de Prados, são cerca de 12 quilômetros em estrada de terra. A empresa que faz esse trajeto de ônibus é a Vale do Ouro, que atende pelo telefone (32) 3371-5119.
Quando ir | Os meses mais frios são junho e julho, quando as temperaturas chegam aos 10 graus. Entre outubro e fevereiro as chuvas são mais frequentes, com destaque para os meses de dezembro e janeiro.
Onde comer | O Restaurante Tempero da Ângela é uma boa opção em Bichinho. A comida é preparada em fogão a lenha e sempre há muita variedade: feijão tropeiro, pernil assado, tutu à mineira, frango com quiabo, costelinha com canjiquinha, verduras produzidas na horta e muito mais. O serf service sem balança custa R$ 20. O restaurante não aceito cartões de crédito. Rua Jaques Bonifácio, 62 – Centro.
Onde ficar | A maioria das pessoas que vem a Bichinho fica hospedada em Tiradentes, mas se a sua escolha for diferente, aqui você pode encontrar a lista de pousadas de Bichinho.
* Minha viagem a Bichinho aconteceu a convite do Instituto Estrada Real e teve o apoio da Bancobras. Outros seis blogs também participaram, são eles: Dentro do Mochilão, Segredos de Viagem, Territórios, Trilhas e Aventuras, Viajando com Eles e Viagens Cinematográficas. Para acessar todo o conteúdo publicado, utilize a #BlogueirosnaER.
6 Comentários
Lugar maravilhoso de ir, com coisas maravilhosas de ser ver , natureza e criatividade do homem simples tem nesse lugar.
Vale muito a pena quero voltar lá!!!
Que legal, Marisa.
Também tive a mesma sensação que você.
Lugar digno de várias visitas.
Um abraço.
Gostei das peças. Lindas! Quero comprar.
Aproveite, Elidia. 😉
Ainda não conheço essa cidadezinha! Vou colocar na lista de próximas viagens. Ótimas dicas. Adorei!
Inclua, Eloah. Vai valer muito a pena.
Um abraço!