Atualizado em 22 de outubro de 2020
Deixando Santo Domingo, sigo pela Carretera del Sur rumo às praias de Barahona. Aos poucos, a região plana da capital dominicana fica para trás e as primeiras montanhas começam a aparecer. Pela janela do carro, vejo a bela paisagem das praias de Barahona até chegar ao distrito de Paraiso.
A rodovia da capital dominicana até aqui está sendo ampliada em alguns trechos. Ainda assim, de forma geral, está em boas condições apesar de alguns desníveis na pista. Chegando aqui, paro no mirador de Paraiso – que nada mais é do que uma área para estacionar o carro. E, então me alimento dessa vista sensacional: o azul turquesa do imenso mar que some no horizonte contrasta com o verde das matas que descem das montanhas.
Estou em uma região ainda muito pouco explorada pelo turismo. Geralmente, quem chega à República Dominicana escolhe as praias do leste – especialmente Punta Cana – como destino. Porém, é aqui que está uma das áreas mais interessantes e ricas em biodiversidade do país.

A estrada que nos leva ao paraíso.

Por quilômetros, o Mar do Caribe é o meu melhor companheiro.
Já bem perto da fronteira com o Haiti é perceptível o aumento de haitianos que, em sua maioria, vive irregularmente na República Dominicana. Nessa região, seus hábitos se misturam com a cultura dominicana, como no comércio informal de Paraiso.
Nesse cantinho da Ilha Hispaniola, que é compartilhada pelos dois países, experimento as praias Los Patos, San Rafael e El Quinaito. Apesar de muito diferentes entre si, elas são verdadeiros achados.

Os haitianos negociam de tudo no mercado popular de Paraiso.

Pescadores haitianos recolhem as redes e contam os peixes.
Playa Los Patos | A três quilômetros da sede de Paraiso, fica o menor rio das Antilhas. Ele tem sua nascente a cerca de 50 metros do mar da Playa Los Patos. Represado antes de se unir ao Mar do Caribe, o rio se transforma em piscinas naturais repletas de peixes.
O mar agitado, com ondas que quebram fortemente sobre os seixos que forram o chão da praia, deve ser respeitado. Se não se considerar apto, prefira as águas doces e calmas do riacho que desce da mata virgem que cerca a praia.
Justamente por ser cheia de ondas que se formam a poucos metros da praia, a Playa los Patos tem se transformado em um importante ponto para a prática do surfe na República Dominicana. Entretanto, não são apenas os surfistas que podem desfrutar dessa maravilha. Como o balneário oferece abundantes opções de bares e restaurantes à beira-mar – ainda que com estilo bem rústico –, famílias inteiras escolhem esse ponto para desfrutar de sua beleza.

O agitado mar da Playa Los Patos.

As piscinas do Rio los Patos, o menor das Antilhas.
Playa San Rafael | Como em Los Patos, essa praia também recebe as águas cristalinas de um riacho que desce dos montes. Os lagos que formam nas pequenas represas e as quedas d’água que delas escorrem parecem ter conquistado a atenção de turistas e nativos que se lançam em suas águas geladas.
Aqui, depois de me saciar com um delicioso pescado frito, sento diante da beleza dessa terra para observar os detalhes de Paraiso.

A beleza natural da Playa San Rafael.

Para lavar o corpo e a alma.

Sempre que posso, paro para observar os detalhes de cada lugar.
Playa El Quemaito | No povoado de Bahoruco encontro essa praia de águas claríssimas, calmas e quentes. Ela fica localizada em uma área privada com pouca – ou quase nenhuma – movimentação. Os muitos corais que se formam a poucos metros da praia são um convite à prática do esnórquel. Aqui, peixes coloridos estão a poucos metros dos seus olhos e a transparência da água faz tudo parecer ainda mais vivo.
Nessa praia, há apenas uma barraca. Portanto, considere levar alguns alimentos para beliscar durante o tempo em que estiver aqui. No mais, é aproveitar a vista e se esquecer de tudo.

As formações rochosas que brotam do mar na Playa El Quemaito.

As águas aquecidas e límpidas me convidam para um mergulho.
Programe seu passeio pelas praias de Barahona
Quando ir | De junho a setembro, a ocorrência de furacões e tempestades ciclônicas pode ser maior. É nesse período que os preços quase batem no chão, já que o número de turistas cai bastante. Em contrapartida, dezembro e janeiro sãos os meses mais movimentados. Nessa época, o céu é o limite para os preços.
Os dominicanos têm orgulho de afirmar que o seu país tem sol e calor o ano inteiro. Mais do que sol, eu diria que eles têm calor o ano inteiro. Afinal, mesmo nos dias nublados, a alta umidade do ar vai lhe fazer transpirar como nunca.
Como chegar | A província de Barahona está localizada no sudoeste da República Dominicana e é uma das áreas mais importantes para o ecoturismo no país. Saindo de Santo Domingo, dirija 185 quilômetros pela Carretera Sanchéz, também chamada de Carretera del Sur, até à cidade de Barahona, na província de mesmo nome. Para chegar a Paraiso, avance mais 35 quilômetros pela Carretera Barahona-Paraiso.
Como as distâncias entre as cidades são pequenas, uma boa opção é alugar um carro. Assim, você conhece melhor os diferentes aspectos do país. Faça uma cotação e reserve on-line. O trânsito nas principais cidades dominicanas é tão complexo que eu explico isso em Entenda o trânsito de Santo Domingo.
A mais importante empresa de ônibus do país é a Caribe Tour, que tem uma frota nova que nos leva a diferentes pontos do país. Outras empresas, como a Metro e Expreso Bávaro também têm saídas regulares.
O principal aeroporto da República Dominicana é o Aeroporto Internacional Las Américas (SDQ) e há voos diretos saindo do Brasil para cá. A Gol opera voos para a capital dominicana e para Punta Cana, a 198 quilômetros. Além dela, outras companhias aéreas fazem o trecho de Guarulhos a Santo Domingo, como a Avianca e a Latam.
Visto e documentos | Brasileiros não precisam de visto para entrar na República Dominicana. Ainda assim, é necessário apresentar o passaporte e pagar uma taxa de USD 10 na entrada. Esse valor somente poderá ser pago em dólares americanos, portanto sugiro que você já tenha isso em mãos para evitar fazer a conversão no aeroporto.
Minha viagem à República Dominicana teve o apoio da Betta Câmbio e da Vital Card.
9 Comentários
Pingback: República Dominicana Culinária – Tokão Empregos
Estou planejando uma viagem de 15 dias na República Dominicana. Quantos dias você recomenda para ficar na região de Barahona?
Oi, Raphael.
Como você tem tempo, uns três dias nessa região já é bom demais.
Um abraço.
Por favor, estou pretendendo ir para República Dominicana, mas sozinha e rodar com transporte publico. Vc utilizou esse tipo de meio de locomoção ? acha que tem algum problema de assédio para uma mulher ? Passei pela Jamaica e achei bastante complicado ir sozinha e estou um pouco receosa com a Republica Dominicana. Obrigada
Oi, Simone.
Sim, utilizei e não vi nenhuma cena agressiva que me chamasse a atenção.
Acredito que não terá problemas.
Um abraço.
Fantástico!! Trabalho com uma moça que morou na República Dominicana e ela me contou sobre San Rafael. Fiquei fascinado, curioso vim pesquisar mais desse lugar e achei seu blog. Obrigado por compartilhar mais imagens e sua experiência
Por nada, Junior. 🙂
Não admiro muito!
Ok, obrigado por seu comentário.