Como é o safári no Kruger Park: melhor época, preços e dicas

O safári no Kruger Park é um sonho para muita gente que viaja à África do Sul.

Considerado um dos melhores lugares do mundo para ver animais selvagens em liberdade, o Kruger National Park tem dimensões impressionantes: são quase dois milhões de hectares, um território maior que o estado de Sergipe.

→ Onde ficar no Kruger Park

Essa imensidão, unida à diversidade de espécies e à boa infraestrutura, faz com que a experiência seja inesquecível.

O parque foi criado em 1898, graças ao empenho do então presidente Paul Kruger, que percebeu a urgência em proteger a fauna africana da caça predatória.

Durante décadas, a região foi palco de exploração de ouro e minerais, mas com o tempo se transformou em um modelo de conservação.

Hoje, o Kruger recebe cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano e é considerado  referência mundial em políticas de preservação ambiental. 

O que mais impressiona não é apenas a vastidão, mas a quantidade de espécies: são mais de 500 tipos de aves, 147 mamíferos, 114 répteis, 50 peixes e 34 anfíbios catalogados, além de cerca de 2 mil espécies de plantas.

É um verdadeiro laboratório vivo da vida selvagem africana.

O fascínio de estar no Kruger

Eu cheguei ao Kruger vindo de Joanesburgo.

O trajeto até o portão Numbi durou cerca de quatro horas em um veículo híbrido entre ônibus e caminhão, que me levou até o acampamento próximo ao parque.

Na madrugada seguinte, às 5h20, a caminhonete aberta já estava pronta para iniciar o game drive, como os sul-africanos chamam o safári.

Mesmo em pleno verão, fazia frio.

As manhãs no Kruger são geladas e a sensação térmica pode enganar.

Mas quando o sol surge no horizonte, o cenário muda rapidamente e a vida selvagem começa a se revelar.

A primeira surpresa foi uma girafa enorme atravessando a estrada, como se estivesse dando as boas-vindas.

Poucos minutos depois, o silêncio tomou conta do grupo ao vermos uma matilha de cachorros-selvagens-africanos.

Esse é um dos animais mais difíceis de encontrar no parque — estima-se que haja apenas 150 indivíduos espalhados pelos dois milhões de hectares.

Ver esses predadores de comportamento social fascinante foi, sem dúvida, um privilégio raro.

A emoção dos Big Five

O safári no Kruger Park é famoso por permitir que os visitantes encontrem os Big Five: leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte.

O termo surgiu entre caçadores que os consideravam os animais mais difíceis de serem abatidos, mas hoje carrega outro simbolismo: são os grandes astros da savana africana.

Ver todos em um único dia não é comum, mas tive a sorte de conseguir.

Os leões apareceram logo cedo, descansando sob a sombra de uma árvore.

Os elefantes, em bandos, cruzavam lentamente as planícies.

Os búfalos se concentravam próximos a rios.

O leopardo, sempre discreto e de hábitos noturnos, estava deitado na copa de uma árvore.

Pouco antes de encerrar o dia, os rinocerontes surgiram no meio da vegetação, completando a lista.

Isso foi fantástico, mas limitar o safári a esses animais é injusto. Porque a vida no Kruger é intensa e surpreende a cada curva.

Durante o game drive vi zebras, antílopes, guepardos, hipopótamos e dezenas de espécies de aves.

Agora, poucos visitantes sabem que o Kruger faz fronteira com o Parque Nacional do Limpopo, em Moçambique, e o Parque Gonarezhou, no Zimbábue.

Juntos, eles formam o chamado Grande Parque Transfronteiriço do Limpopo, uma das maiores áreas de conservação do planeta, com mais de 35 mil quilômetros quadrados.

Quanto custa

Se você planeja viver essa aventura, é bom saber os preços do Kruger Park.

Para entrar no parque, é necessário pagar a taxa de conservação. Em 2025, o valor é de ZAR 486 por adulto por dia.

Crianças até dois anos não pagam e até 12 anos têm direito a meia-entrada.

O ingresso pode ser comprado antecipadamente no site da SANParks, que também administra hospedagens e áreas de camping dentro do parque.

Além do ingresso, é comum contratar passeios guiados em veículos abertos, conduzidos por guias experientes.

O preço varia entre ZAR 600 e ZAR 1.200 por pessoa em passeios de meio dia.

Há também opções de safáris noturnos, que custam um pouco mais e permitem observar animais com hábitos noturnos, como hienas, leopardos e corujas.

Algumas agências oferecem pacotes completos, que incluem transporte, hospedagem e alimentação.

Quando visitei o Kruger, fechei um pacote de seis dias com a Acacia Africa.

Quando ir

Durante o inverno, de junho a agosto, chove muito pouco.

A vegetação seca facilita a visualização dos animais, que se concentram em torno de rios e lagos.

As temperaturas variam entre zero grau pela manhã e cerca de 20 graus durante o dia.

É  a melhor época para safári,  principalmente por quem quer ter mais chances de ver os Big Five.

No verão, de dezembro a fevereiro, as chuvas são frequentes e a vegetação fica exuberante.

→ Quando fazer safári no Kruger Park

O calor é intenso, chegando a 35 graus.

A observação dos animais é mais difícil por causa da densidade da mata, mas esse é o momento em que os filhotes, nascidos na primavera, circulam com suas mães.

É também a melhor época para observar aves migratórias.

Os meses intermediários — março a maio e setembro a novembro — são períodos de transição, com temperaturas mais equilibradas e menos turistas.

São ótimas opções para quem deseja evitar multidões e ainda assim aproveitar um safári de qualidade.

Portões e horários de funcionamento

O Kruger tem nove portões de acesso: Pafuri, Punda Maria, Phalaborwa, Orpen, Paul Kruger, Phabeni, Numbi, Malelane e Crocodile Bridge.

É importante planejar qual portão utilizar, já que o parque é enorme e a distância entre eles pode ser de centenas de quilômetros.

Os portões abrem entre 4h30 e 6h, dependendo da estação do ano, e fecham entre 17h30 e 18h30.

Quem tenta entrar ou sair fora do horário é multado em ZAR 500.

Por isso, é fundamental calcular bem o tempo dos trajetos, já que dirigir dentro do parque exige atenção e paciência.

Uma curiosidade pouco comentada é que os portões não servem apenas para controlar a entrada e saída dos visitantes.

Eles também são uma barreira de segurança para impedir que animais atravessem as áreas de fronteira. Por isso, sempre há guardas armados e fiscalização intensa.

Como chegar

Chegar ao Kruger é relativamente simples.

Há voos diários saindo de Joanesburgo para os aeroportos de Skukuza, Phalaborwa, Hoedspruit e Mpumalanga — cidade que servem como base para visitar o parque.

Também há rotas a partir de Cape Town e Durban, o que facilita combinar o safári com outros destinos da África do Sul.

De ônibus, a PC Tours faz o transporte entre o Aeroporto Internacional Kruger Mpumalanga (MQP) e os portões do parque. A viagem leva cerca de 4h30.

De carro, a viagem desde Joanesburgo é tranquila e bem sinalizada, feita em estradas duplicadas.

O trajeto mais curto até o portão Numbi leva em torno de 4h.

Uma vantagem de viajar por conta própria é a flexibilidade de horários, mas é preciso lembrar que dentro do parque há regras rígidas de velocidade: 50 quilômetros por hora em vias asfaltadas, 40 quilômetros por hora em estradas de terra e 20 quilômetros por hora em áreas de acampamento.

Veículos acima de oito toneladas por eixo não são permitidos, assim como motos.

Trailers e ônibus têm restrições de circulação em algumas áreas. Já os veículos de carroceria aberta só podem entrar com autorização especial.

Agências de safári

Além das empresas locais, há operadoras internacionais especializadas em roteiros no Kruger.

Algumas se destacam pela qualidade do serviço e experiência dos guias.

Os guias locais conhecem a rotina dos animais e sabem os melhores lugares para observá-los.

A diferença entre fazer o safári por conta própria e contratar um guia é enorme.

Empresas como Acacia Africa e Ashtons Tours têm boa reputação e oferecem pacotes que vão de um único dia a uma semana.

Muitas incluem hospedagem em lodges dentro do parque, o que garante uma experiência ainda mais imersiva.

Alguns dos pacotes mais interessantes são esses:

Safari de três dias no Parque Kruger
Este passeio de três dias inclui traslado desde Joanesburgo, hospedagem em lodge tradicional em Hazyview — com piscina — e safáris completos pelo parque, com chances de ver zebras, elefantes, leões e outras espécies icônicas. Também tem cancelamento gratuito até 36 horas antes do início.

Safari privado de dia inteiro no Parque Kruger
Um guia profissional leva você em veículo aberto por até 10 horas de safári. Inclui manta, capa de chuva, água mineral, binóculos, café ou chá e um diário de avistamentos. A taxa de conservação de ZAR 424 por pessoa deve ser paga separadamente.

Safari matinal no Parque Kruger
Um passeio de aproximadamente 5 horas, conduzido em inglês, ideal para quem busca flexibilidade. Os viajantes relatam ter visto parte dos Big Five com a ajuda de guias atenciosos. É uma excelente opção para manhãs intensas.

Safari de dia inteiro no Parque Kruger
Este passeio dura entre 10 e 12 horas, com traslado incluso, veículo aberto e tudo organizado para maximizar a experiência. É indicado para ver os animais em diferentes momentos do dia e explorar as vastas paisagens do parque com tranquilidade.

Dicas importantes

Depois de ler tudo, eu ainda tenho algumas dicas de safári na África do Sul.

Durante o safári, é importante respeitar as regras de segurança.

Os animais estão em liberdade e podem reagir de forma imprevisível.

Nunca desça do carro fora das áreas autorizadas e mantenha sempre os vidros levantados em trajetos por conta própria.

Use roupas leves de cores neutras, já que tons muito chamativos podem atrair a atenção indesejada dos animais.

Pela manhã e à noite, leve casacos quentes, mesmo em dias ensolarados. Chapéu, óculos de sol e protetor solar são indispensáveis.

Outro ponto essencial é a alimentação.

Dentro do parque existem áreas de piquenique e restaurantes simples em alguns acampamentos.

É bom levar água e alguns lanches, já que as distâncias são grandes e você pode passar várias horas sem encontrar uma estrutura.

Nunca alimente os animais. Além de perigoso, isso é crime e pode gerar multas pesadas.

Perguntas frequentes

Qual é a melhor época para o safári no Kruger Park?
A melhor época para o safári no Kruger Park é durante os meses de inverno, de junho a agosto, quando quase não chove e a vegetação fica seca. Isso facilita muito a observação dos animais, já que eles se concentram em rios e poços de água. No verão, entre dezembro e fevereiro, o cenário é verde e exuberante, com mais dificuldade de avistamento, mas há o bônus de ver filhotes recém-nascidos.

Quanto custa o ingresso para o Kruger National Park?
O ingresso para o Kruger National Park custa em 2025 ZAR 486 por adulto estrangeiro e metade para crianças de três a doze anos, enquanto menores de dois anos não pagam. Esse valor é apenas para a entrada, e os safáris guiados são cobrados à parte. Eles variam de ZAR 600 a ZAR 1.200 por pessoa em passeios de meio dia. Comprar antecipadamente é recomendado.

Quantos dias são ideais para o safári no Kruger Park?
O ideal para o safári no Kruger Park é dedicar pelo menos três dias completos, aumentando as chances de encontrar os Big Five e explorar áreas diferentes. Com cinco a sete dias, a experiência fica ainda mais completa, permitindo vivenciar game drives diurnos, noturnos e até caminhadas guiadas. Menos de dois dias pode ser muito corrido.

É melhor dirigir por conta própria ou contratar guia no Kruger?
Fazer o safári com guia no Kruger é a escolha mais recomendada, porque os guias conhecem a rotina dos animais e sabem interpretar rastros e sons da savana. Eles aumentam muito as chances de ver espécies raras e compartilham conhecimento sobre a fauna. Dirigir por conta própria também é possível, mas exige planejamento e não garante os mesmos avistamentos.

Quais são os horários de funcionamento do Kruger National Park?
Os horários de funcionamento do Kruger National Park variam conforme a estação, com abertura entre 4h30 e 6h e fechamento entre 17h30 e 18h30. É fundamental respeitar esses horários, já que entrar ou sair depois pode resultar em multa de ZAR 500. Organizar a logística do dia é essencial para não se atrasar nos portões.

Onde se hospedar durante o safári no Kruger Park?
Durante o safári no Kruger Park você pode se hospedar dentro do parque, em lodges e campings administrados pela SANParks, ou nas cidades vizinhas. Dormir dentro do parque é mais imersivo e prático para sair cedo nos game drives, enquanto ficar em Hazyview ou Nelspruit garante mais conforto urbano. Ambas opções têm vantagens diferentes.

Quais animais vivem no Kruger National Park?
No Kruger National Park vivem os Big Five — leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte — além de mais de 140 espécies de mamíferos. É possível ver zebras, girafas, guepardos, hienas, hipopótamos, crocodilos e dezenas de espécies de aves. O parque abriga mais de 2 mil espécies de plantas, formando um ecossistema riquíssimo.

É seguro visitar o Kruger Park?
Visitar o Kruger Park é seguro desde que o visitante siga as regras de segurança estabelecidas pela administração. Nunca se deve descer do veículo fora das áreas permitidas, alimentar animais ou dirigir fora da velocidade indicada. Os guias são treinados para lidar com imprevistos e a fiscalização dentro do parque é bastante rígida.

Como chegar ao Kruger National Park?
Chegar ao Kruger National Park é simples, com voos diários saindo de Joanesburgo para os aeroportos de Skukuza, Hoedspruit, Phalaborwa e Mpumalanga. Também é possível viajar de carro em cerca de quatro horas ou de ônibus a partir do aeroporto de Mpumalanga. As estradas são duplicadas e bem sinalizadas, garantindo uma viagem tranquila.

O que levar para o safári no Kruger Park?
Para o safári no Kruger Park é importante levar roupas leves de cores neutras, casaco para as manhãs frias, chapéu, protetor solar e repelente. Binóculos e câmera fotográfica tornam a experiência mais completa. Ter água e lanches é essencial, já que os trajetos dentro do parque podem durar várias horas sem acesso a restaurantes.

Informações Básicas

Visto

Brasileiros não precisam de visto para entrar no país e o prazo máximo de permanência é de 90 dias.

Documentos

É exigido passaporte com validade de pelo menos seis meses da data de chegada e 30 dias da data de saída.

Dinheiro

O rand (ZAR) é a moeda local. Para sua viagem, leve dólares ou euros e troque nas casas de câmbio.

Vacinas

A vacinação contra febre amarela é obrigatória. Veja como emitir o Certificado Internacional de Vacinação.

Seguro viagem

Nem todos os países têm um sistema de saúde público e gratuito. Na verdade, na maioria deles, viajantes estrangeiros não têm acesso a assistência médica gratuita. Por isso, é muito importante ter o seguro internacional de saúde – também chamado de seguro viagem –, mesmo que ele não seja obrigatório.

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Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver outras dicas da África do Sul.