Quem chega a Amsterdã tem várias opções do que fazer na cidade. Pode passear por seus seculares canais, caminhar pelos parques, visitar os inúmeros museus ou apreciar as tulipas que se abrem na primavera. Porém, conhecer a Casa de Anne Frank é uma viagem introspectiva e despertadora de sentimentos muito especiais.
Anne foi uma jovem alemã de origem judaica refugiada na Holanda dos anos 1940. Confinada com sua família em um Anexo Secreto – um esconderijo –, teve que viver sem contato com o mundo externo por causa da perseguição aos judeus, e passou a registrar, em seu diário, os detalhes da vida que vivia no submundo de Amsterdã durante a Segunda Guerra Mundial.
Foram transformadas em museu, a casa onde a adolescente morou com outras sete pessoas por quase dois anos e a antiga fábrica de Otto Frank, pai de Anne.
Hoje, elas ajudam a contar a história de perseguição e extermínio de judeus e outras minorias que aconteceu em boa parte da Europa durante os anos 1939 a 1945.
Neste artigo, eu vou explicar sobre:
A ideologia nazista
Os princípios que nortearam a ideologia nazista foram o ódio aos judeus, a negação da democracia e do comunismo, e a convicção da superioridade da raça alemã sobre qualquer outro povo.
Com a ideia de criar uma sociedade pura, livre de outras etnias, os nazistas perseguiram a mataram milhões de judeus, mas não apenas. Eslavos, russos, ciganos, homossexuais e tantos outros grupos foram capturados, escravizados e assassinados nas câmaras de gás ou simplesmente fuzilados.
Liderado por Adolf Hitler, o Partido Nazista tomou o poder na Alemanha em 1933. Desde então, a política de doutrinação da população por meio da propaganda, que mostrava uma realidade disfarçada, passou a ocupar os veículos de comunicação nacionais.

Foto: acervo do Museu
Isso criou, em parte dos alemães, uma forte simpatia com os ideais defendidos pelos nazistas.
Em um de seus famosos pronunciamentos, durante o congresso do Partido Nazista de 1937, Adolf Hitler defendeu o seu modelo nada convencional de formação.
“Estamos educando uma juventude diante da qual o mundo inteiro temerá. Eu quero uma juventude que seja capaz de realizar violações, e que seja forte, poderosa e cruel“, declarou o ditador.
Em busca de poder, a Alemanha nazista matou, invadiu territórios e levou a Europa e países como Estados Unidos e Japão a se envolverem na maior guerra de todos os tempos. Uma guerra que não apenas mudou as relações políticas, mas que, principalmente, marcou para sempre a história da humanidade.
A casa da Família Frank
O esconderijo onde a família Frank viveu por quase dois anos ficava no último andar de um prédio da rua Prinsengracht, no Centro de Amsterdã. Era uma casa simples, com pouquíssimo conforto e quase sem privacidade.
A ideia de construir o Anexo Secreto foi do pai de Anne para manter a família e os amigos mais próximos – todos judeus –em segredo.
Para isso, uma estante móvel foi construída e colocada de forma que bloqueasse a punica entrada para o último andar do prédio.

Foto: acervo do Museu
Infelizmente, depois de um longo período, todos foram capturados e enviados para os campos de concentração, onde a maioria morreu.
Alguns foram enviados para as câmaras de gás e outros não resistiram às doenças que se multiplicavam por causa da péssimas condições de higiene e de atenção médica dos campos de concentração.
O único sobrevivente foi o criador do esconderijo, Otto Frank, pai de Anne Frank.

Foto: Tobias Niepel
A menina que sonhava ser jornalista morreu nos primeiros meses de 1945, aos 15 anos, vítima de tifo.
Seu legado, registrado em um simples diário, tem inspirado milhares de pessoas que visitam o prédio da Rua Prinsengracht todos os dias. Essa inspiração tem se multiplicado em livros, filmes e peças teatrais ao longo dos anos.
Hoje, a Casa de Anne Frank está vazia.
Todos os móveis e objetos foram subtraídos pelos nazistas depois da prisão de seus donos e, como não é permitido fotografar a parte de dentro, todas as fotos do interior da casa foram produzidas pelo museu e têm direitos de uso restrito.
Para saber mais sobre Anne Frank
Alguns filmes e séries de tevê foram produzidos desde a divulgação do diário com as anotações de Anne.
O mais famoso e reconhecido é o Diário de Anne Frank, de 1959, que ganhou três Oscars. Em 2009, a BBC produziu uma série de altíssima qualidade com supervisão da Casa de Anne Frank: O Diário de Anne Frank – Minissérie Especial.
O Diário de Anne Frank em Vídeo é uma série do YouTube com quinze episódios. Luna Cruz Perez interpreta Anne Frank, compartilhando sua vida no esconderijo, seus pensamentos e seus sentimentos com a câmera. Todos os personagens, locais e eventos da série são baseados nas cartas do diário de Anne Frank.
Vários livros foram publicados com base nas anotações da garota alemã de origem judia. O Diário de Anne Frank: Edição Definitiva foi editado no Brasil pela Record.
Há outras publicações que abordam a história da família Frank e dos amigos. Uma delas é Os Colegas de Anne Frank – O Reencontro dos Sobreviventes do Liceu Judaico, da editora Objetiva.
Durante a visita à Casa de Anne Frank, você poderá comprar um catálogo com o resumo do diário. Ele traz, em português, além de trechos da narrativa de Anne, fotos e explicações que contextualizam sua história.
Como visitar a Casa de Anne Frank
Quanto custa
A entrada na Casa de Anne Frank custa EUR 14. Crianças de até nove anos não pagam. Quem tiver entre 10 e 17 anos paga EUR 7. Os ingressos são vendidos apenas pela internet com horário marcado.
A idade mínima recomendada para crianças é de 10 anos, mas cabe aos pais julgar se o filho está preparado para um assunto tão sério.
O museu disponibiliza áudioguias em português que ajuda muito a compreender melhor as informações sobre a perseguição aos judeus, a Segunda Guerra Mundial, as pessoas escondidas no Anexo Secreto e seus ajudantes.
Há muitas escadas íngremes na Casa de Anne Frank. Se você tiver dificuldade para andar, pode ter problemas para subir essas escadas.
Quando ir
O museu funciona todos os dias, das 9h às 22h.
O verão na Holanda é quente e úmido, e as chuvas são mais frequentes entre setembro e janeiro. Outubro é o mês que mais chove.
Historicamente, abril é um mês com poucas chuvas. É nesse período, entre abril e maio, que dá para apreciar os campos cheios de tulipas.
Sensacional esse post!!
Ano passado e estive lá, e lembro até hoje a sensação de ficar uns bons 40min na fila debaixo de frio e chuba para entrar e isso só intensificou o sentimento que se passa quando se está la dentro.
É isso mesmo, Guilherme. Parabéns pelo blog!
Um abraço.
O museu da Anne Frank é de fato um dos principais pontos turísticos da cidade. Lá você vai conhecer a história incrível dessa menina, e vale a pena mesmo.
É isso mesmo, Eliane.
Não tem como só dizer que é lindo o seu trabalho, mas que é maravilhoso. Eu estive na casa e não há palavras para descrever essa obra.
Obrigado, Jhullhya!
Muitas lições a serem extraídas das memórias de Anne Frank tudo. Parabéns pelo post. Abraços
Obrigado, Johnnie!
Jamais podemos nos esquecer que a História tem muito a nos ensinar e que viajando aprendemos cada vez mais.
Um abraço!
Não tenho nem palavras pra dizer o quanto é DEMAIS visitar esse lugar!! Pena que naquela época nem tinha blog pra registrar com mais emoção, mas contei rapidinho aqui no meu roteiro por Amsterdã: http://taindopraonde.blogspot.com.br/2013/09/amsterda-dia-3-ou-como-os-holandeses.html
Meu Deus você expõe suas críticas de um jeito que nunca vi antes. Adorei seu post. Sou fascinada pela Anne e planejo ir logo visitar a casa!
Amei esta de parabéns !!!!
Obrigado, Julia. Tenho certeza que será um momento muito especial para você.