Atualizado em 21 de março de 2018
Israel é a terra dos encantos mais diferentes possíveis. Um destino muito procurado por aqui é sua capital, Jerusalém. Agora, eu compartilho com você como é visitar o Yad Vashem, o Centro Mundial em Memória do Holocausto.
Sendo bastante sincero, este não é o passeio das mil maravilhas. Mas sim, uma viagem necessária para nos fazer pensar, cada dia, em como agimos com o nosso próximo e como podemos lidar com as diferenças, sejam elas quais forem.
Esse memorial fica no Har Hertsel – Monte da Recordação, em português – e tem vários prédios de uma arquitetura surpreendente. O Yad Vashem tem como objetivo relembrar os horrores da perseguição aos judeus e resgatar as histórias de suas vítimas, daqueles que tiveram suas memórias esquecidas e, principalmente, seus nomes apagados. É exatamente para isso que existe o Yad Vashem, que também é chamado de Memorial do Nome.
Criado em 1953 e reconstruído em 1993, o memorial é inspirado em um texto sagrado. Este, diz: E a eles darei a minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um nome – Yad Vashem – que não será arrancado.
História e perseguição
No início da visita, o memorial reconta a história dos judeus antes do início da Segunda Guerra Mundial em vários países da Europa, principalmente na Alemanha e na Polônia. Estas duas nações estiverem no centro do maior conflito da humanidade.
Caminhando entre as salas, vemos o transcorrer da história e as atrocidades que aconteceram a partir da ascensão nazista, em 1933. Aqui, eu já sinto os olhos cheios de lágrimas, pois o clima é bem tenso. é perceptível a dor que esses seres humanos sofreram apenas por serem judeus.
No imenso corredor, cada uma das dez salas reconta um capítulo dessa história. Isso é feito a partir da biografia de 90 pessoas que passaram por seus horrores. São fotos, documentos e objetos de vítimas e de sobreviventes que foram doados para construir o maior museu do Holocausto do mundo.
No final da visita, chego a uma grande sala com fotos de 600 judeus que passaram pelos horrores do Holocausto. A Sala dos Nomes traz, simbolicamente, à memória a vida e os nomes dos seis milhões de judeus mortos no Holocausto, e a forma que o museu mostra isso é emocionante.
Os retratos foram colocados em uma grande cúpula suspensa sobre um fosso profundo cheio de água, que parece um espelho refletindo as imagens. Aqui, há duas simbologias muito interessantes. Uma é que o reflexo é uma homenagem às vítimas desconhecidas, aquelas que ainda não foram identificadas. A outra é que, a água, para os judeus, significa vida. Sendo assim, a memória dessas pessoas continua viva, para sempre, e serve para nos fazer pensar.
Como obra da engenharia e da arquitetura, a visita termina mostrando que há um novo horizonte. As paredes do museu parecem se abrir e, acompanhando essa ideia, a luz natural entra no museu representando a esperança de um mundo mais tolerante.
Memorial das Crianças
Há vários prédios dentro do complexo do Yad Vashem. Mas, para mim, o mais tocante é, justamente, o Memorial das Crianças. Tudo aqui é comovente, a começar pela história que deu origem ao lugar.
Uziel foi uma das muitas crianças vítimas do Holocausto. Com seus pais, Edita e Abe, e sua avó, ele foi enviado à Polônia. Depois de passar pela avaliação médica que definia quem iria para o campo de concentração e quem iria para a câmara de gás, Uziel foi enviado para a morte junto de sua avó.
Edita e Abe sobreviveram ao campo de concentração e se refugiaram nos Estados Unidos. Em homenagem ao filho, o casal desejava construir um pequeno memorial. Foi assim, que o Yad Vashem decidiu construir, com as doações de Abe e Edita, o Memorial das Crianças, que tem o rostinho de Uziel no pórtico de entrada.
Acho que este é o memorial mais tocante que já fui. As fotos das crianças aparecem em um ambiente escuro, e uma voz suave diz seus nomes, suas idades e os países de nascimento. Em outra parte há um céu de velas como se fossem estrelas. É impossível não se emocionar.
No lado de fora do prédio principal, há um bosque esplêndido. Cada árvore foi plantada para representar o que eles chamam de justos entre as nações, ou seja, não-judeus que, mesmo sabendo dos riscos de serem presos ou mortos, esconderam judeus em suas casas durante o Holocausto.
No Museu não é permitido usar celulares e câmeras fotográficas. Foi isso que me impediu de ilustrar melhor este texto. Apenas na parte final temos a autorização.
Planeje sua visita ao Yad Vashem
Quanto custa | As visitas ao museu são gratuitas, mas é necessário fazer agendamento no site do Memorial para grupos maiores que seis pessoas. Toda a visita é feita com fones de ouvido, mas também há guias que falam português.
Quando ir | O museu abre de segunda a quarta, das 9h às 17h. Nas quintas, das 9h às 20h, nas sextas de 9h às 16h. Não é permitida entrada de menores de dez anos.
O Yad Vashem é enorme e minha visita durou cerca de quatro horas. Então, use um calçado bem confortável e não tenha pressa. Aqui, funciona a cafeteria Kosher, onde você pode comprar lanhes rápidos. Há bebedouros e banheiros em todas as alas do memorial.
Quem leva | Apesar da entrada no memorial ser gratuita, há várias empresas que oferecem passeios guiados por aqui. Entre as opções, você pode escolher as mais básicas, que incluem transporte e guia, e outras que prometem te mostrar essa história de uma maneira mais completa e profunda. Você pode consultar os preços e fazer as reservar no site da Viator.
Como chegar | O Yad Vashem fica no Monte da Recordação. Há várias linhas de ônibus que passam aqui: 10, 16, 20, 23, 24, 26, 26a, 27, 27a, 28, 28a, 29, 33, 25, 39 e 150. Para consultar os horários e as tarifas, acesse o site do serviço de transporte público de Israel.
De trem, você pode descer na estação a Mount Herzl e, daqui, tomar um táxi ou fazer uma caminhada de, mais ou menos, meia hora. O caminho é bastante arborizado, mas como o museu é bem grande, eu sugiro pegar um táxi. Para ter mais informações sobre a viagem de trem, acesse o site do Light Rail Train.
Dentro do Yad Vashem há um serviço de transporte gratuito que funciona continuamente. Ele faz o percurso entre o Mount Herzl e o Yad Vashem, durante o horário de funcionamento do Memorial. O ônibus faz seis paradas ao longo de sua rota.
O estacionamento subterrâneo está disponível para visitantes, mas uma taxa diária de NIS 28 é cobrada. O estacionamento fica logo na entrada de Yad Vashem. Oito lugares do estacionamento são reservados para carros com um distintivo de pessoas com deficiência.
Onde ficar | Jerusalém é uma das cidades mais visitadas do mundo e isso garante que você tem variadas opções para se hospedar por aqui, mas a localização deve ser um critério importante na hora de escolher seu hotel. É que a cidade é divida em bairros judeus e árabes, e de uma forma geral, as áreas ocupadas por judeus são mais seguras, com mais policiamento.
Os preços geralmente são mais altos do que gostaríamos, e a qualidade nem sempre é correspondente. Como as atividades mais procuradas estão dentro das muralhas da Cidade Velha, e como não dá para circular de carro por aqui, a melhor opção é ficar perto dela, só que é justamente aqui que ficam os hotéis mais caros. Dentro da cidade murada, há bem poucas opções de hospedagem.
A parte nova de Jerusalém, no lado ocidental, tem ótimas opções de hospedagem com redes famosas e hotéis de alto padrão. Essa região pode ser bastante interessante se você vem à cidade com tempo e quer desfrutar tudo com calma.
Vejas as melhore opções para onde se hospedar em Jerusalém.
Visto e documentos | Brasileiros precisam de visto para entrar em Israel. Mas, fique tranquilo, o processo é feito no aeroporto, no momento de sua chegada ao país. Você só precisa apresentar um passaporte com pelo menos seis meses de validade e fornecer informações sobre sua hospedagem e o que pretende fazer no país, por exemplo. O visto é válido por até três meses, mas sua permanência no país será definida pelas autoridades de imigração. Para saber mais sobre o visto, acesse o site da Embaixada de Israel no Brasil.