Atualizado em 23 de abril de 2020
Guilherme Pesqueira é jornalista e mora em Brasília. No início deste ano, ele teve a oportunidade de fazer uma viagem bem interessante. “Eu tentei fugir do eixo sudeste e nordeste, por achar que iria gastar demais. Minha proposta era conhecer uma culinária e uma cultura diferente. Daí surgiu a ideia de viajar para Manaus, no Amazonas”, conta o aventureiro.
Como a maioria de seus amigos não poderia acompanha-lo na viagem, Guilherme resolveu embarcar sozinho. “Essa foi uma das melhores decisões de que já tomei na vida”, resume.
Então, acompanhe todas as dicas e anote tudo. Quem sabe você não decide viajar para Manaus muito antes do que pensa?
Passeios incríveis
Entre os passeios, o que mais gostei foi uma visita que fiz a uma comunidade indígena, que tem vários locais para visitação. Logo pela manhã, os turistas são levados para o porto da cidade. Aqui, pegamos uma embarcação confortável e seguimos até um local onde é possível interagir, rapidamente, com os botos.
Gastamos quase uma hora para chegar a este lugar, e, infelizmente, eu não nadei com eles, pois me esqueci de trazer sunga. Aqui, são os próprios nativos da região que cuidam e controlam o espaço.
Depois, voltamos para a embarcação e navegamos por quase uma hora até chegar a aldeia indígena. Na aldeia, encontramos outros grupos de turistas.
O chefe da aldeia explicou um pouco de como os meninos são preparados para se tornarem guerreiros, e falou, também, que quando há algum casamento, a festa pode durar até duas semanas. Então, todos eles representaram a dança que fazem para celebrar a união em matrimônio e, no final, os turistas são convidados a dançar com eles.
Eles também vendem artesanato, que são feitos pelos moradores da aldeia. São muito lindos. Tinham peças que custavam cerca de R$ 50. A empresa de turismo recomenda que a gente leve notas trocadas, pois eles podem não ter troco.
Depois, almoçamos num restaurante flutuante no Rio Solimões. O almoço estava incluso no pacote, mas as bebidas tinham que ser pagas. Uma lata de refrigerante custou R$ 5. No mesmo local, tinha outro espaço para venda de artesanato.
Após o almoço, fomos a um parque ecológico chamado Januari. Aqui, vimos as plantas aquáticas vitória-régia. Depois fomos ao encontro das águas do Rio Negro e Rio Solimões, que são afluentes do Rio Amazonas: um tem a tonalidade escura, o outro, clara; um tem a temperatura baixa, o outro, alta. Por isso, eles não se misturam facilmente. É lindo de ver.
O passeio termina passando pelo porto antigo, que foi construído na época de colonização e o novo porto flutuante, que foi construído recentemente. Todas essas atividades acabam por volta de 16h30, e tudo custa R$ 160, sem traslado do hotel até o ponto de encontro. Incluindo esse transporte, o preço sobe para R$ 190. Eu contratei a Amazon Explorers e super recomendo.
Hospedagem barata
Eu fiquei cinco dias na cidade e me hospedei no Hostel Manaus, que fica bem no centro da cidade. Perto de supermercados, do Teatro Amazonas, de alguns restaurantes com comidas típicas e do Mercado Municipal, por exemplo, ele é uma ótima escolha para quem decide viajar para Manaus. O valor das diárias ficou em R$ 220, com café da manhã incluso. O quarto e banheiro eram compartilhados. O local é muito charmoso, bem organizado, os hóspedes são bem tratados.
Culinária exótica
Por dois dias eu fui a um restaurante chamado Tambaqui de Banda, que fica em frente ao Teatro Amazonas. A primeira vez, eu pedi um prato chamado tambaqui de banda, que veio acompanhado de vinagrete, arroz baião de dois e farofa. Mas também pedi uma farofa de castanha – que nunca tinha experimentado -, suco da graviola e uma cerveja chamada Xingu – que também nunca tinha tomado.
O pedido não custou mais que R$ 80. O atendimento é muito bacana. Por volta das seis da tarde, o restaurante vai ficando cheio. Antes disso, é tranquilo achar uma mesa.
Como achei a comida uma delícia, tive que voltar. No segundo dia eu pedi um prato com espetinho de pirarucu, que vinha acompanhado de arroz branco, vinagrete e farofa. Também pedi um suco de graviola e jenipapo. O caldo de tambaqui eu ganhei de cortesia.
Quando decidi viajar para Manaus, uma de minhas prioridades era experimentar as frutas regionais. O jenipapo foi a que menos gostei. Mas as demais são ótimas, principalmente o taperebá, que é uma delícia. Esse almoço não saiu por menos de R$ 50.
Também fui a uma sorveteria chamada Glacial, que tem todos os sabores das frutas típicas da região. Eu experimentei os sabores de: castanha do Pará, buriti, cupuaçu, tapioca, taperebá, tucumã e camu-camu. Todos são muito saborosos. Aqui, as vendas são pelo peso e como em Manaus num dia comum faz mais de 30 graus, tomar sorvete definitivamente é uma boa pedida.
No Mercado Municipal, as comidas são mais baratas. Lá são vendidas todas essas frutas que falei, peixes e muito artesanato. A estrutura foi reformada recentemente, e está ainda mais bonito. Aqui, eu comi um filé de pirarucu, arroz baião de dois, farofa e vinagrete e pedi um suco de taperebá para acompanhar. Já falei que adorei essa fruta, né? Tudo custou R$ 22.
Em frente ao Teatro Amazonas tem um quiosque que vende tatacá, que é bem famoso naquela região: o Tacacá da Gisela. O tacacá é um caldo feito da mandioca e tem um gosto bem forte. Ele é servido quente e custa R$ 16. Eu não gostei do sabor, mas valeu a experiência. Para saber mais, leia: O tacacá da Região Norte.
Transporte barato
Por ser uma cidade histórica, Manaus tem muitas construções antigas e bonitas. Algumas estão reformadas, restauradas e conservadas, outras nem tanto. Eu passei muito tempo só andando pela cidade admirando a arquitetura.
Do aeroporto para o centro da cidade, eu gastei cerca de R$ 22 no Uber. Mas na volta fui de ônibus. Tem uma linha direto que custa R$ 3,80, se não me falha a memória. Do centro para a Praia da Ponta Negra também tem linha de ônibus, mas fui de Uber para não me perder na cidade – eu já tinha me perdido uma vez e não queria repetir isso. A viagem também custou R$ 22.
Bem ao lado da praia, tem alguns hotéis para quiser ficar hospedado longe do agito do centro da cidade.
Viajar para Manaus
É muito bom viajar com amigos, mas quando a companhia deles não é possível, eu aconselho ir mesmo assim. A vida e feita de experiências, e poder conhecer lugares diferentes definitivamente é uma das melhores.
Eu, particularmente, sou muito tímido e não me imaginava sozinho numa cidade estranha. Sem mencionar o fato de dormir no mesmo quarto com outras pessoas. Viajar para Manaus foi incrível e eu não vejo a hora de voltar.